Neste Natal de 2023, a mensagem que quero deixar para os leitores do Minas e Gerais é sobre a observância do que se fala, como se fala, qual é a voz que anuncia e qual é a voz que fala, o verbo de Deus.
Consciente de que vozes mais sapientes já falaram sobre esse tema com indiscutível propriedade, recorri ao filósofo, religioso e santo da Igreja Católica, Agostinho, para expressar o valor da fala, da palavra.
Na homilia "Quem virá a ser este menino?", sobre o nascimento de João Batista, o bispo de Hipona (Norte da África), Santo Agostinho anunciou:
"Que maravilha! O mensageiro nasce antes daquele que o fez vir ao mundo. João é realmente a voz e Jesus o Verbo, a Palavra de Deus (cf Mt 3,3; Jo 1,1). […] A palavra nasce primeiro no espírito, e depois suscita a voz que a enuncia; a voz exprime-se pelos lábios e dá a conhecer a palavra aos que a escutam. Assim, Cristo permaneceu em seu Pai, por quem João foi criado, como todas as coisas, mas João nasceu de uma mãe e deu Cristo a conhecer a todos os homens. Ele era o Verbo que existia desde o princípio, antes que o mundo existisse; João foi a voz que precedeu a vinda do Verbo. A palavra nasce do pensamento; a voz sai do silêncio.
Ao gerar Cristo, Maria crê; ao passo que Zacarias, antes de gerar João, é castigado com a mudez. Um sai duma juventude em flor, o outro nasce duma mulher velha, enfraquecida. A Palavra habita o coração daquele que pensa; a voz expira no ouvido daquele que escuta. E talvez seja esse o sentido destas palavras de João: «Ele é que deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). Pois as predições da Lei e dos profetas, surgidas antes de Cristo, qual voz antes do Verbo, continuaram até João, no qual cessam as últimas prefigurações. Seguidamente, a graça do Evangelho e o anúncio de um Reino dos Céus que não terá fim dão fruto e crescem em toda a terra."
Desejo a todas e todos que frequentam este blog, um Natal de muita paz, amor, saúde e harmonia e um Ano Novo cheio de bons acontecimentos.
Que em 2024 - à exemplo de Jesus Cristo -, nossas ações superem nossas palavras.
Aceite meu abraço fraterno,
Eugênio Magno