sexta-feira, 30 de setembro de 2022

O SUPLÍCIO DE UMA NAÇÃO

(Galeria de Imagens)

Brasil quer mudança urgentemente

 

Eugênio Magno

Falta apenas um dia para que essa terrível página da nossa história recente seja virada. Neste domingo, dia 2 de outubro de 2022, o povo terá nas mãos o poder de dar um novo rumo ao Brasil.

Nunca, na história desse país, houve uma tragédia de tão grandes proporções, em um espaço de tempo tão curto – menos de quatro anos. Décadas de lutas sangrentas e conquistas suadas foram ignoradas e o patrimônio público dilapidado. A porteira foi aberta e a boiada passou. O mais grave é que a tragédia foi previamente anunciada, patrocinada pelo capital, regida por um dos poderes da república, orquestrada pela grande mídia e chancelada pelos votos de milhões de eleitores de perfis variados. Se somaram aos votos dos extremistas radicais convictos outros, de protesto e ainda os dos liberais, dos antissistema, dos anarcocapitalistas e aqueles da grande massa de enganados pelas fake news e pelo cerco armado a partir da república de Curitiba.

A preocupação mais urgente de todas as cidadãs e cidadãos brasileiros de bom senso neste momento é impedir já qualquer chance de continuação do atual governante no poder. A disputa presidencial não pode ser arrastada para o segundo turno, se não quisermos ver e viver mais distopias, violência, perseguição e a agressão por parte dos ressentidos envergonhados que por teimosia não admitem que erraram e insistem em permanecer no erro e a defender seus mitos. Os atuais mandatários da nação e a família do presidente estão ameaçados de várias condenações em tribunais nacionais e internacionais, inclusive, por crimes contra a humanidade. Por essas e outras, usam de todos os expedientes – a maioria deles ilegais – para permanecer no poder e não perder suas prerrogativas de imunidade.

Desde o chamado impeachment que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, agora mais do que nunca provado que foi golpe, em razão dela ter sido julgada inocente diante da acusação de pedaladas fiscais que o capital e a extrema direita mundial articulada pelo trumpismo e pelo seu estrategista-mor, Steve Bannon, vem articulando esse assalto ao poder em nosso país. A fragilidade de nossas instituições, a mão invisível do mercado, a trava do parlamento, comandado pelo centrão – à época sob a égide de Eduardo Cunha –, a crise econômica mundial e o fim da exportação de nossas commodities, pavimentaram o caminho para que fosse inaugurado o desmantelo do Estado brasileiro e a implosão da república.

O governo Bolsonaro aparelhou os principais órgãos de Estado. Segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), foram empregados milhares de militares, da reserva e da ativa, em cargos civis. Entre os problemas identificados pelo levantamento estão remunerações que extrapolam o teto constitucional e a falta de amparo legal para exercer cargo de agente civil, além do acúmulo de funções. Várias estatais brasileiras foram entregues à inciativa privada, na bacia das almas, e o dinheiro utilizado para atender ao orçamento secreto administrado pelo centrão, de quem o executivo se tornou refém. Este governo que aí está e joga com todas as cartas para permanecer impôs a Lei do Sigilo de 100 Anos para 65 casos, dentre os quais as visitas que a primeira-dama, Michele Bolsonaro, recebeu no Palácio da Alvorada. Dois dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), foram escolhidos com base na fé que professam – são “terrivelmente evangélicos”. A Procuradoria Geral da República perde credibilidade a cada dia. Investigações de corrupção e de malversação dos recursos públicos estão sendo obstruídas e vários mecanismos de controle foram destruídos. A família do presidente é acusada de comprar 51 imóveis com dinheiro vivo e entra com recurso para tirar de circulação a matéria jornalística que denuncia o escândalo. O preço dos combustíveis foram manipulados ao sabor das alterações nas pesquisas de intenção de voto. Legislações de proteção ao meio ambiente foram quebradas. As funções das Forças Armadas vêm sendo desviadas, de aparato de Estado, para servir ao governo e à sua candidatura, sem falar do sequestro dos símbolos e datas nacionais. A estupidez negacionista deixa um saldo de 686 mil mortos durante a pandemia de covid-19 no país. O Brasil ocupa o vexatório segundo lugar em letalidade por covid, entre todos os países do mundo. Milhões de doentes ficaram sem vários remédios da Farmácia Popular. Reajuste do auxílio emergencial e ajuda para taxistas e caminhoneiros vêm sendo apontados como o maior crime eleitoral praticado no país.

E tem mais, muito mais. Num dos últimos debates, o presidente-candidato contou até com a linha-auxiliar de um falso-padre, já desmascarado. São inúmeros os abusos cometidos pelo candidato Bolsonaro e por esse governo que insiste em se manter no poder para liquidar o que resta de nossas riquezas e destruir as instituições republicanas. Sua política é de disseminação do ódio e de mentiras, truculência no trato com opositores e misoginia explícita, dentre tantos outros descalabros.

O que mais é necessário para convencer quem não tem vocação para extremista, mas que, por razões de acreditar mais no dogmatismo de pastores e padres sectários, do que em Cristo e em seu Evangelho, repete e cumpre cegamente os ditames e as palavras de ordem de impostores?

Um presidente eleito em clima de judicialização da política e politização da justiça, com as bênçãos da boa-fé do povo simples, aviltada por interesses econômicos de setores religiosos inescrupulosos, estribados em fake news, não tinha nenhuma chance de dar certo, como está provado que não deu.

Qualquer um dos candidatos à presidência da república é melhor para o Brasil do que Bolsonaro, mas só um é capaz de vencê-lo e já, no primeiro turno. A sociedade civil organizada e as principais lideranças de vários setores do país já declararam o voto a Lula. A eleição ainda não está ganha, mas se uma parcela dos eleitores de Ciro e Tebet optar pelo voto útil a fatura poderá ser liquidada neste domingo e é para isso que quem tem juízo e responsabilidade está trabalhando e torcendo.