quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

NÚMERO DE MORTOS SOBE: LÁ VAI O BRASIL, DESCENDO A LADEIRA

 

Número de mortos do COVID-19 no Brasil passa de 

um quarto de milhão


Reportagem de Anthony Boadle; Edição de Leslie Adler e Peter Cooney


BRASÍLIA (Reuters) - O surto de COVID-19 no Brasil matou 251.498 pessoas, informou o Ministério da Saúde na quinta-feira, com 1.541 mortes nas últimas 24 horas, o segundo maior número de mortes diárias desde que a pandemia atingiu o país, há um ano.
Com 65.998 novos casos de coronavírus relatados na quinta-feira, o país sul-americano já registrou 10.390.461 casos, o terceiro pior surto do mundo atrás dos Estados Unidos e Índia e o segundo mais letal.
O Brasil enfrenta uma nova fase da pandemia com variantes do vírus três vezes mais contagiosas, disse aos jornalistas o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Pazuello disse que o Brasil distribuiu de 13 a 14 milhões de doses de vacinas e que o governo planeja inocular metade dos 210 milhões de habitantes do país até o meio do ano.
O Brasil está negociando para comprar todas as vacinas que puder e o Congresso está analisando uma legislação que permita ao governo comprar vacinas da Pfizer Inc e da subsidiária Janssen da Johnson & Johnson, Pazuello, um general do exército.
Até agora, o Brasil usou a vacina AstraZeneca Plc desenvolvida com a Universidade de Oxford, mas principalmente a vacina Coronavac feita pela chinesa Sinovac Biotech Ltd.
O presidente do país, Jair Bolsonaro, um populista de extrema direita que protestou contra as medidas de bloqueio e disse que não tomaria nenhuma vacina COVID-19, foi criticado por sua resposta ao vírus e pelo lento lançamento das vacinas.

(Fonte: Reuters)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

RACIONALIDADE LIMITADA NA ERA DA INTERNET

(Foto: Getty Images)


A maior ameaça à segurança da era pós-verdade

Elizabeth Seger, do Instituto Alan Turing, argumenta que precisa haver mais foco na “segurança epistêmica” - um termo que ela define como manter o conhecimento seguro. Um ecossistema de informação degradado e não confiável é uma ameaça à segurança e à proteção da sociedade, ela argumenta em um novo relatório. A era da Internet deu origem à sobrecarga de informações, resultando em escassez de atenção e bolhas de filtros que levam à "racionalidade limitada". E a conectividade global permite os perpetradores de desinformação e desinformação, levando a uma erosão mais ampla da confiança pública nas instituições. “Um dos piores cenários que chamamos de 'balbucio epistêmico'”, disse Seger, “[onde] a capacidade da população em geral de dizer a diferença entre a verdade e a ficção é totalmente perdida”.

Para ler a matéria, na íntegra, clique aqui.

(Fonte: The Weekly Briefing Plataform)


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

ALERTA COVID-19! FIQUE EM CASA

 

(Imagem: Science Photo Library)

Reinfecção mais grave por variante do coronavírus traz novo alerta sobre as mutações, diz cientista 


Camilla Veras Mota
da BBC News Brasil

A virologista Marta Giovanetti tem acompanhado de perto duas das três variantes do coronavírus que vêm preocupando o mundo nas últimas semanas.
A cientista italiana chegou ao Brasil em 2015 e já realizou pesquisas sobre os genomas dos vírus da chikungunya, zika, dengue, febre amarela e, desde o ano passado, do Sars-CoV-2.
É a pesquisadora com residência no país com o maior número de publicações sobre a covid-19 e a mais citada, conforme levantamento feito em outubro pela Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica. Naquele momento, ela tinha 26 estudos publicados e 633 citações.
Além do trabalho no Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro, ela também colabora com um laboratório na Itália e com o brasileiro que está à frente do programa de vigilância genômica do coronavírus na África do Sul, Tulio de Oliveira, diretor do laboratório Krisp na Escola de Medicina Nelson Mandela.
Tanto Brasil quanto África do Sul identificaram recentemente novas linhagens do coronavírus que podem ser mais transmissíveis e até driblar os anticorpos daqueles que já tiveram a doença uma primeira vez, provocando reinfecções. Ao lado de uma outra cepa identificada no Reino Unido, elas preocupam autoridades de saúde de todo o planeta.
Em entrevista à BBC News Brasil, a pesquisadora explica os riscos representados por essas variantes, conta um pouco de sua trajetória e chama atenção para o estudo que detalhou o primeiro caso de reinfecção por uma linhagem do coronavírus que pode "driblar" o sistema imunológico, em que a paciente teve sintomas mais severos da covid-19.

Quanto maior liberdade o vírus tem para circular, maior probabilidade de desenvolver mutações.

(Fonte: BBC News Brasil/SP)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

ATÉ QUANDO PLATAFORMAS DIGITAIS VÃO USAR CONTEÚDOS SEM REMUNERAR SEUS AUTORES?

 Google passa a pagar por notícias na Austrália, em novo round da regulamentação no país, que recebeu apoio da Microsoft


Depois de ameaçar sair do país e de dizer que não implantaria o News Showcase na Austrália, Google volta atrás.
Mudança de posição acontece depois de reunião do primeiro ministro com CEO do Google, na qual, segundo o governante, “eles entenderam que a Austrália define as regras”.
Microsoft é a primeira grande plataforma a expressar apoio ao Código de Negociação da Mídia de Notícias, e diz que tornará Bing comparável ao concorrente caso Google decida retirar do país seu mecanismo de buscas.

Para ler a matéria de Aldo De Luca para a MediaTalks, de Londres, clique aqui.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

QUEM VIVER VERÁ: A REAÇÃO DOS OCIOSOS

A Escola de Atenas 
(Rafael Sanzio)

O ócio compulsório 

Eugênio Magno 

         Não vou fazer nenhum trocadilho infame com o título do livro O Ócio Criativo, do especialista em sociologia do trabalho, o italiano Domenico De Masi. Mas vou falar um pouco sobre o ócio compulsório em que fomos submetidos. Trata-se de uma constatação do estado das coisas no mundo do trabalho e os desdobramentos disso em todo o globo e, especialmente, em nosso país.

            Até por volta dos anos 1980 quando sociólogos, pensadores e futurólogos anunciavam o porvir, nos acenavam para uma era em que os trabalhos repetitivos e maçantes seriam desempenhados pela máquina. Líamos e ouvíamos, com entusiasmo, que os trabalhadores teriam mais tempo para dedicar à família, aos esportes, à arte a um hobby, ao lazer. Enfim a cultivar o ócio, tão caro aos gregos na antiguidade. Só não profetizaram que todas essas “bençãos” da era tecnológica, viriam acompanhadas de desemprego e, consequentemente, falta de dinheiro, renda e de uma diminuição substancial do poder de compra. Com o aumento das horas ociosas e da oferta de lazer inacessível, o que era antes chamada classe trabalhadora, são agora os novos pacientes de psicólogos e psiquiatras e a clientela cativa da indústria farmacêutica. Vítimas da depressão, da psicose, do pânico, do alcoolismo, da obesidade, do sedentarismo e de várias compulsões, têm no cloridrato de fluoxetina, no Rivotril, nos ansiolíticos, em uma gama enorme de tarjas pretas e no álcool (para falar apenas de algumas das drogas legalizadas), o seu consolo. Isso para os que ainda dispõem de algum recurso e encontram o apoio da família e a solidariedade dos amigos. Outros – a grande maioria – têm pior sorte. Entram no crack e no tiner, quando não se precipitam dos edifícios ou utilizam de outros expedientes letais, para dar cabo ao pesadelo que veio na garupa dos novos tempos.

O que era trombeteado como futuro se tornou presente rapidamente e habita entre nós. A máquina do tempo foi turbinada e o futuro chegou como aquelas visitas que, embora anunciadas, chegam adiantadas. Sem que haja tempo para reabastecer a despensa, arrumar a casa, encomendar os quitutes, preparar o quarto de hóspedes... Hóspedes não, porque o futuro-presente não é turista, é um novo morador. Ele veio para ficar e, por incrível que pareça é bem vindo. Seus arautos é que nos enganaram com promessas fakes. Parte da bagagem e da entourage desse novo morador é que constituem obstáculos e incômodos, são personas non gratas.

Centros do poder político mundial, teleguiados por uma extrema-direita pouco lustrada, formada por neoliberais, adeptos do rentismo, deram vazão a uma onda negacionista, autoritária, inflada de ódio, ressentimento e intolerância desarrazoada, contra a qual temos que bradar e resistir – à força, se necessário for –, para que o desmanche civilizacional não seja completo. Muito mais do que triste é revoltante e repugnante testemunhar, ainda que em combate, a perda de princípios iluministas e de outras tantas e importantes conquistas científicas, tecnológicas, sociais e de um humanismo ético e cidadão, ancorado em valores democráticos e republicanos ainda tão tenros e carentes de aperfeiçoamentos. Nosso presente e o futuro próximo estão muito comprometidos por essas forças retrógradas que acabaram encontrando eco onde não se esperava.

As elites atrasadas, apoiadas por uma classe média ascendente iletrada, mal informada e deformada por uma educação de baixíssima qualidade e uma licenciosidade artístico-cultural aviltante, resultado de populismos de todos os matizes, dos excessos identitaristas e dos modismos da hegemonia digital, impôs uma agenda tresloucada, de ponta-cabeça. Os capitães do mato contemporâneos são os workaholics que ocupam todos os turnos de todos os postos de trabalho. Têm ao alcance de suas mãos, telas e comandos poderozíssimos, mas atuam como robôs. Não possuem nenhum conhecimento das humanidades, não pensam, foram e são pensados, mentorados por coaches e influencers e, com o mesmo automatismo que acionam botões que movimentam a máquina contra seus pares, são acionados pelos detentores dos meios de produção cibernéticos e do capital.

Não nos enganemos, a humanidade está dividida entre uma faixa mínima (não chega a cinco por cento) da população mundial que controla a vida e a riqueza no planeta, uns poucos que trabalham muito e ganham altos salários para fazer a roda girar, um grupo de trabalhadores precarizados que fazem os serviços subalternos essenciais, uma fração populacional dividida entre trabalhadores especializados e intelectuais que estão sendo descartados, contraditoriamente, em razão de suas competências e qualificações e mais outro tanto de invisibilizados que, apesar de ser maioria, não aparecem mais nem como números, estão sendo substituídos pelos que estão vendendo até suas horas de sono e não mais se solidarizam com os seus iguais, pois já perderam até mesmo o amor próprio.

            Aqui estamos, diante do futuro, esse presente que ganhamos desembrulhado, como um contêiner de suprimentos lançado do alto e que se abriu. Não houve o ritual de entrega: a leitura do cartão, o desatar dos laços da fita, o desenrolar do embrulho e a cerimoniosa abertura da caixa. Ele, esse futuro, também não veio com manual de instruções. A expectativa era muito grande e a surpresa foi além da conta. A entrega foi muito rápida e maior do que a encomenda.

O que fazer... (?).

            Haja criatividade para tanto ócio. Certamente não vamos sucumbir diante dessa situação-limite. Afinal, podemos e devemos usar o ócio para aprofundar o conhecimento de nós mesmos – forças e fraquezas –, nos aprimorarmos. Fazer um diagnóstico preciso do presente e uma análise conjuntural objetiva da realidade, nos organizar mais e melhor para, dentre outras ações vitais, recuperar nossas posições usurpadas pela impostura dos que sempre estiveram ocupados demais para pensar e agir de forma inteligente e consciente.