Unimontes concederá o título de
Doutor
Honoris Causa ao poeta Aroldo
Pereira
O Conselho
Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
aprovou a concessão do titulo de Doutor Honoris Causa ao poeta norte-mineiro
Aroldo Pereira, autor de vários livros, idealizador e coordenador do Salão
Nacional de Poesia Psiu Poético, realizado anualmente em Montes Claros e que
completou 30 anos interruptos em 2016. A proposição do titulo foi feita pelos
professores e conselheiros Antônio Wagner Rocha e Mônica Maria Teixeira Amorim.
A entrega ocorrerá em sessão solene do
Conselho Universitário, prevista para abril próximo. O título de Doutor Honoris
Causa é a mais importante distinção concedida pelas universidades em todo o
mundo.
Na proposição,
os professores Antônio Wagner Rocha e Mônica Maria Teixeira Amorim ressaltam
que o titulo de Doutor Honoris Causa também é concedido a "personalidades
que tenham se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das
ciências, da filosofia, das letras, da administração pública, do bem-estar
humano ou do melhor entendimento entre os povos".
Desta forma,
"ressaltamos, pois, que esse título pode ser dado a quem tenha exercido um
importante trabalho não apenas no campo das ciências, mas em outros campos de
atuação que também são importantes para a humanidade como a literatura, a arte,
a cultura, a política, a promoção da paz, entre outros", enfatizam.
Os proponentes
acrescentam: "convém destacar que Aroldo Pereira é uma personalidade
merecedora desta importante honraria, pois
trata-se de um poeta de reconhecido destaque com projeção regional e
nacional no tocante à sua produção artística e literária". Citam ainda o "exitoso trabalho" do
homenageado na coordenação do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, "evento caracterizado por um amplo
alcance social e que em 2016, completou 30
anos de existência em defesa da educação, da arte, dos direitos humanos
e da poesia brasileira".
A obra de
Aroldo Pereira é enaltecida pela professora Ivana Ferrante Rebello, doutora em
Literaturas de Língua Portuguesa e integrante do Departamento de Comunicação e
Letras da Unimontes. "Negro, pobre, poeta”, como se lê em seus versos, ele
consegue representar a dor da exceção em inquietude e luminosidade, que são
atributos de sua arte. Aroldo Pereira é poeta de muitos livros publicados,
músico, performer, ator: onde quer que se veja um espaço de arte, lá está ele,
participando, chamando à luz a poesia envergonhada, invadindo de verso,
irreverência e cor a cidade que, paulatinamente, se rende ao concreto e ao
silêncio", descreve Ivana.
Ao destacar o
trabalho do homenageado e o alcance do Psiu Poético, ela salientou: "por
essas razões, a Unimontes, cujo papel é promover a cultura, a educação e o
saber por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, concede-lhe, com justiça,
o título de Doutor Honoris Causa". Segundo a professora Ivana Rebello, "a Unimontes,, com a
concessão desse título, evidencia que enxerga além de suas salas e
laboratórios".
"Estou
muito agradecido pela iniciativa e pelo o reconhecimento da nossa Universidade
Estadual de Montes Claros”, declarou o poeta Aroldo Pereira, ao ser comunicado
da concessão da honraria.: “Os reconhecimentos são sempre bem vindos. Acredito
que nesse momento em que vivemos com descrédito nas pessoas e nas pequenas
coisas, que um reconhecimento imaterial, mas imenso como esse, nos humaniza e
engrandece cada vez mais" afirmou ele.
BIOGRAFIA
E REFERENCIA DE ESTUDOS
Natural de Coração de Jesus, foi em
Montes Claros que João Aroldo Pereira encontrou
inspiração para escrever suas obras, como "Canto de encantar
serpente", "Azul geral",
"Hai-kai quem quer" e "Doces pérolas púrpuras", publicadas
na década de 1980.
Ele publicou os livros "Cinema
bumerangue" (1997), "Parangolivro" (2007), indicado para o
Mestrado em Letras/Estudos Literários(em 2008) e para o Processo Seletivo/2011
da Unimontes.
Pereira é também co-autor de
“Antologia da moderna poesia brasileira" ( 1992), Signopse – a poesia na
virada do século (1995), Cantária (2000), Trinta anos-luz: poetas celebram 30
anos de Psiu poético ( 2016), entre outros. Seu nome consta como verbete da
Enciclopédia de Literatura Brasileira, organizada por Afrânio Coutinho e J.
Galante de Souza (Fundação Biblioteca Nacional/Academia Brasileira de Letras,
2001).
O legado literário do escritor também
se tornou objeto de estudos e pesquisas acadêmicas. Artigo de autoria da
professora Ivana Ferrante Rebello, com o título “Versos e parangolés: a poesia
marginal de Aroldo Pereira”, foi publicado na revista "Estação
Literária" (volume 12) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A tese
aborda aspectos fundamentais para a compreensão do exercício criador e
inventivo do poeta norte-mineiro.
“Marginal e herói: pintura e música na
poesia de Aroldo Pereira” é outro artigo de destaque que foi produzido pelo
professor e escritor Gilson Neves, mestre em Estudos Literários pela Unimontes.
O texto ressalta "caráter
revolucionário desta escrita que encontra nos acontecimentos da vida comum dos
homens a sua possibilidade de reflexão". A Revista Eletrônica do Programa
de Pós-Graduação em Letras/Estudos Literários da Unimontes também deu destaque
para a obra do poeta Aroldo Pereira, dedicando espaço para resenha escrita pelo
professor e compositor Élcio Lucas de Oliveira sobre o conteúdo de
Parangolivro.