sexta-feira, 25 de setembro de 2020

COMO A CORRUPÇÃO INFLUENCIA A RESPIRAÇÃO DA POPULAÇÃO

(Raphael Patrasso / Reuters)


ENFOQUE-Respiradores que nunca chegaram: como a corrupção dificultou o combate à Covid-19 no país


Enquanto pacientes com Covid-19 inundavam o sistema público de saúde do Rio de Janeiro do início de abril ao final de maio, o médico Pedro Archer tomava decisões angustiantes.
As pessoas com dificuldades para respirar precisavam de respiradores, disse ele, mas não havia o suficiente para todos; os que tinham pequena chance de recuperação foram preteridos.
“Todo turno era assim”, afirmou Archer, cirurgião de um hospital municipal do Rio. “Às vezes, eu dava sedativos apenas para que não sofressem. Por fim, eles morriam.”
Algumas dessas mortes, dizem agora promotores estaduais e procuradores da República, poderiam ter sido evitadas. Eles alegam que autoridades teriam embolsado até 400 milhões de reais por meio de esquemas de corrupção que conduziram a contratos inflacionados com aliados durante a pandemia. Os negócios, segundo eles, incluíram três contratos para 1.000 respiradores, sendo que a maioria nunca chegou.
O ex-secretário estadual de Saúde do Rio Edmar Santos foi preso em 10 de julho e acusado de corrupção em relação a esses contratos. Um advogado de Santos não respondeu a um pedido de comentário. Santos admitiu ter participado de vários esquemas ilícitos envolvendo licitações públicas fraudadas, de acordo com documentos judiciais confidenciais preparados por investigadores federais e analisados pela Reuters. Ele agora é uma testemunha que coopera na investigação, de acordo com os documentos.
Separadamente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), do cargo em 28 de agosto devido à preocupação de que ele pudesse interferir nas investigações. Witzel também está enfrentando um processo de impeachment por suposta corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Ele negou qualquer irregularidade em um comunicado à Reuters. O vice-governador Cláudio Castro (PSC), que assumiu a posição de Witzel em agosto, não respondeu a um pedido de comentário.
A América Latina foi duramente atingida pela pandemia, com mais de 8,6 milhões de casos confirmados de coronavírus até 21 de setembro, de acordo com uma contagem da Reuters. Só o Brasil registrou mais de 139.000 mortes por Covid-19, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Se a cidade do Rio fosse um país, sua taxa de mortalidade per capita por coronavírus seria a pior do mundo, segundo cálculos da Reuters baseados em dados da Universidade John Hopkins. Mais de 10.000 pessoas morreram de Covid-19 na capital fluminense, e mais de 17.000 em todo o Estado.
A resposta da região à pandemia foi prejudicada por vários fatores, dizem especialistas, incluindo pobreza e condições de vida urbanas superlotadas. Alguns líderes, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, minimizaram a gravidade da pandemia.
Mas o vírus também foi ajudado pela ganância.
Assim como no Brasil, investigadores na Bolívia, no Equador, na Colômbia e no Peru também alegaram que as autoridades locais encheram seus bolsos por meio de esquemas de corrupção relacionados à pandemia.

Para ler na íntegra a matéria de Gram Slattery e Ricardo Brito para a Reuters, clique aqui.

domingo, 20 de setembro de 2020

ENCONTRO DA CNBB ARTICULA NO PAÍS O PACTO GLOBAL PELA EDUCAÇÃO


Da esquerda para a direita, Maria de Jesus Silva, Odete  Martins, Soraya Aragão, Alice Vieira, Dom João Justino Medeiros, Marilda Umbelina Santos (coordenadora da Pastoral da Educação, Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso (PEEDIR)  e  Frei Valdomiro Machado (assessor da PEEDIR) da Arquidiocese de Montes Claros*

O Minas e Gerais, traz hoje um breve relato sobre o Encontro Nacional da Pastoral da Educação, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu, virtualmente, no final da semana passada. 

A pedagoga aposentada, Odete Martins de Oliveira Campos, que é agente da Pastoral da Educação, Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, da Arquidiocese de Montes Claros - MG, apresenta, com exclusividade, para este blog, uma síntese do Encontro.


Logotipo da Pastoral da Educação, Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da Arquidiocese de Montes Claros*

Refletindo sobre o XX ENCONTRO NACIONAL 
DA PASTORAL da Educação da C.N.B.B  

                                                                                                                                     
Odete Martins*


Nos dias 11 e 12 de setembro de 2020, a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da C.N.B.B, promoveu o XX Encontro Nacional da Pastoral da Educação, com o tema "Igreja em saída: a Pastoral da Educação na Escola Pública".
A proposta é baseada no apelo do Papa Francisco, em vista do Pacto Educativo Global. Devido a pandemia e as consequentes medidas preventivas de isolamento social o Encontro aconteceu por transmissão ao vivo pelo canal do YouTube, "Cultura e Educação" da C.N.B.B. Bispos de diversas regiões do país disponibilizaram vídeos focando o assunto como suporte e sensibilização aos mais de 1.500 participantes do evento.
O Encontro teve início, dia 11/ 09 , sexta- feira, às 20h, com a Cerimônia de Abertura à cargo de Dom João Justino Medeiros, Arcebispo de Montes Claros e presidente da Comissão de Cultura e Educação da C.N.B.B., seguido de painel sobre os desafios e esperanças da Escola Pública. No sábado, dia 12, às 9h aconteceu um painel com partilhas das experiências de pastorais da educação em algumas dioceses e às 15h, uma mesa de reflexão sobre as perspectivas da ação pastoral na Escola Pública. No encerramento do Encontro, Dom João Justino presidiu uma Celebração Eucarística, às 17h, na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida de Montes Claros. 

Dom João Justino Medeiros*

A mensagem principal do Encontro, ressaltada por seus idealizadores e aclamada por todos os participantes é de que a Educação é um compromisso de católicos cristãos que, juntamente com todas as pessoas de boa vontade e bom coração, devem somar forças para construir uma sociedade mais justa, solidária, humana e fraterna.
Os cristãos/as, católicos/as, religiosos/as e leigos/as estão se colocando à disposição da escola pública, no sentido de se empenharem em favor de uma educação de qualidade em que todos sejam adequadamente e indistintamente valorizados.
O Papa Francisco, quer que a escola, seja uma escola em saída, assim como deve ser a igreja, indo ao encontro do outro, mesmo que este outro seja e pense diferente; dialogando e escutando, dentro de uma espiritualidade, que o conduza à fé, paz e luz, numa educação integral.
As propostas, temas e falas dos participantes do Encontro foram todos inspirados e ancorados nos ideais e objetivos do sumo pontífice para o Pacto Educativo Global: 
- que a escola, seja um lugar de missão, de testemunho cristão, onde a educação seja transcendente, as pessoas apaixonadas por seus irmãos, pela escola e por Jesus;
- que educadores e todos os envolvidos na educação, se pautem por uma maior interioridade, superando as diferenças, ignorâncias e individualismo, para que assim, os educandos, recebam o que há de melhor em cada um;
- que os jovens sejam acreditados e os educadores e funcionários, valorizados;
- e que o homem - seja criança, jovem ou adulto -, deve ser educado com um olhar para Deus, para a terra, sua casa comum e, para o mundo, respeitando suas origens, trabalhando nas três dimensões mais importantes de sua humanidade: a antropologia, a educação e a ecologia. Não podemos perder as raízes, as origens, pois o mundo é habitado por pessoas de diversas raças, cores, valores e espiritualidades.
Cabe à Pastoral da Educação, juntamente com educadores, instituições, famílias, enfim todos, respeitarem as diferenças culturais e promoverem o Ecumenismo do diálogo, para que as diferenças existentes, sejam para somar e não dividir, separar ou fragilizar.
Abraçando este projeto, estaremos todos, contribuindo para o legado que deixaremos para as novas gerações: um mundo melhor.
Esse abraço é um abraço global, de carinho e reconhecimento a todos os educadores e educadoras, que neste momento de pandemia, sem aulas presenciais, inventam e si reinventam, para que suas aulas e propostas educativas cheguem a seus educandos e às famílias brasileiras.
Todos nós, participantes do Encontro, Povo de Deus em Comunhão,  temos esperança de que todas as nossas articulações sensibilizem as autoridades políticas e eclesiásticas, instituições, famílias, comunidades escolares e a sociedade em geral, pois Educação é responsabilidade de todos.

A Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da C.N.B.B espera que toda a sociedade se mobilize para tornar realidade esse grande projeto global. Dioceses de todo o Brasil e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão disponibilizando textos e vídeos com as diretrizes do Pacto Educativo Global. Maiores informações poderão ser obtidas no site da CNBB. Para ter acesso a esses subsídios, clique aqui.

* Todas as imagens são do arquivo pessoal de Odete Martins de Oliveira Campos.

Para ler mais sobre o tema, acesse: 



quarta-feira, 16 de setembro de 2020

SUBSERVIÊNCIA DO GOVERNO BRASILEIRO A TRUMP SÓ FERRA O PAÍS

 


(Foto: Getty Images)

As derrotas diplomáticas que o Brasil pode ter aceitado 
para ajudar Trump a se reeleger


Em um período de apenas 15 dias, o Brasil amargou três derrotas diplomáticas para os Estados Unidos. Mas, de acordo com pessoas com conhecimento direto das negociações, que conversaram reservadamente com a BBC News Brasil, o governo brasileiro não foi pego de surpresa pelos reveses: ao contrário, o Itamaraty teria atuado diretamente para promover o interesse dos Estados Unidos sobre os nacionais.
O motivo: ajudar o republicano Donald Trump em sua tentativa de reeleição à Casa Branca. Em desvantagem nas pesquisas eleitorais nacionais, Trump enfrentará as urnas em menos de 50 dias.
A sequência de ações é considerada "eleitoreira" e "mostra de subserviência", disseram diplomatas ouvidos pela reportagem.
No dia 28 de agosto, os americanos anunciaram que cortariam em mais de 80% a importação de aço brasileiro até o fim do ano. Ao fazê-lo, ainda agradeceram ao "diálogo construtivo" com o chanceler Ernesto Araújo. Treze dias mais tarde, o governo brasileiro decidiu expandir por mais três meses o prazo para importação de etanol americano com tarifas mais baratas, contrariando o interesse dos próprios produtores brasileiros.
As derrotas diplomáticas recentes do Brasil para os EUA não só tiveram conhecimento do Itamaraty, mas participação dele. Continue lendo a matéria de Mariana Sanches para a BBC News Brasil clicando aqui.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

DEPOIS DE TODOS OS ESTRAGOS BOLSONARO BRINCA DE PAPAI NOEL


Políticas públicas e estratégia eleitoral

Neste cenário de recessão, de aumento do desemprego e empobrecimento generalizado, o que vai acontecer quando o governo federal encerrar o auxílio emergencial? Mesmo considerando que o Renda Brasil se efetive, sobram 40 milhões de brasileiros que se habilitaram por sua condição de pobreza a acessar o auxílio emergencial e que não terão mais nenhum recurso para enfrentar as adversidades. O que vai acontecer com a popularidade de Bolsonaro?
Para ler a íntegra do texto de Silvio Caccia Bava para Le Monde Diplomatique Brasil, clique aqui.

sábado, 5 de setembro de 2020

DEUSES E ORÁCULOS

 

Robot hand touching fingertips with human hand
(Tumisu / Pixabay)

A impostura do digital*

Eugênio Magno

Há quem diga que a Comunicação Social – Jornalismo, Publicidade & Propaganda e Relações Públicas –, no formato que gerações com mais de 50 anos conheceram, morreu. Quem diz isso, em sua maioria, tem menos de 30 anos e fala meia verdade.

A Geração Z (mão no mouse), não reinventou a comunicação, muito menos inventou um novo marketing, apelidando-o de Marketing Digital, como apregoam por aí alguns apologistas digitais. Quase tudo continua como dantes no quartel de Abrantes, de forma piorada. E digo quase tudo porque não podemos negar a capacidade interativa das redes sociais, a precisão com que é possível fazer micro segmentação, a confiabilidade das métricas, a velocidade da distribuição da mensagem e a convergência de mídias. Sem contar a eliminação de uma grande quantidade de intermediários no processo comunicacional aliado a outros fatores, dentre eles, um que não pode ser desconsiderado por quem paga a conta, custos bem mais acessíveis. Mas essa é apenas uma das metades da verdade que é acessível apenas para quem dispõe dos meios tecnológicos e/ou do poder de pagar o alto custo dos mais sofisticados bots produzidos e gerenciados pelas megacorporações que dominam a indústria dos big data e monitoram as ações dos cidadãos mundo afora.

Tidos por muitos como Oráculos de Delfos, é preciso que nos atentemos para a impostura robótica. Diferentemente dos sacerdotes e sacerdotisas da Grécia antiga, os robôs não advinham o futuro. Através do monitoramento comportamental do indivíduo, os bots induzem o usuário dos meios informacionais a escolhas das quais extraem, a cada click, mais dados que, acumulados, transportam o novo homem cibernético para currais de segmentos virtuais, cujas movimentações, por mais livres que pareçam ao navegante, são quase que totalmente controladas, previstas e previsíveis. É assustadora, a influência sobre o comportamento humano e a forma como o capitalismo tecnológico explora, inclusive laboralmente, o internauta que, a todo instante, ao utilizar os sistemas digitais produz – como mão de obra gratuita –, mais e mais informações que alimentam o capital e cada vez mais nos enredam em uma relação de submissão a sofisticados padrões de controle social.

O que foi prometido ao cidadão como democratização e universalização do acesso à informação e à comunicação, assim como possibilidade de difusão de mensagens sem intermediação se transmutou muito rapidamente em um engodo. Existe sim maior capacidade de emitir mensagens, porém, sem nenhuma garantia de que estas sejam recebidas. O fluxo do processo de comunicação foi invertido. Se no passado, os grandes veículos de comunicação: TVs, rádios, jornais, revistas e agências de notícias, controlavam a emissão, atualmente, empresas como Google, Facebook, Whatsapp, YouTube, Instagram, Tik Tok, Telegram, Twitter e outros mais, com seus algoritmos e robôs, controlam a recepção.

As grandes plataformas digitais nos encurralaram em bolhas de “iguais”. Pilotamos nossos computadores e celulares como se fossemos poderosos emissores de mensagens para uma grande audiência, quando na realidade se quer conseguimos atingir o vizinho do apartamento ao lado do nosso. Em alguns momentos e circunstâncias seria mais apropriado dar alguns telefonemas ou recorrermos ao e-mail, isso para não sairmos da perspectiva do mundo virtual. Mas como continuamos acreditando no que nos prometeram, em um passado próximo, preferimos viver a ilusória impressão de sermos livres e poderosos navegadores do ciberespaço.  

Houve um tempo, não muito distante, em que como espectadores de nossos programas preferidos, no rádio ou na televisão, tínhamos a possibilidade de calcular até a hora de ir ao banheiro, fazer um lanche, dar um telefonema, ou coisa que o valha. O espaço para a programação era bem mais extenso e o momento do comercial, da propaganda era identificado como intervalo por vinhetas. No mundo digital, sem quê nem para quê, surgem comerciais aos borbotões, entrecortando falas de apresentadores, interrompendo raciocínios e desviando a atenção da audiência para verdadeiros testemunhais facilmente confundidos com notícias, informações ou disciplinas formativas pelos menos avisados.

Nem tudo que se anuncia como liberdade é deveras libertador. Baixo custo, acessibilidade, inclusão e letramento digital. Tudo é narrativa líquida. Desregulamentação, amadorismo maquiado por terminologias anglo-saxônicas, mensagens apócrifas, fake news, centrais de noticias odientas, etc. A imensa aldeia global está reduzida a minúsculas bolhas dispersas no caos das virtualidades.

* Esse artigo também foi publicado no jornal Pensar a Educação em Pauta.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

ENXURRADA DE FAKE NEWS

 

Captura de tela feita em 19 de agosto de 2020 de uma publicação no Facebook reproduzida pela AFP Chile

Como enfrentar as fake news

Para o bem e/ou para o mal, os meios de comunicação estão coalhados de fake news. O grande desafio é identificá-las, denunciá-las e evitar sua propagação.

A instantaneidade do digital deixa pouca margem para decodificar, apurar e refletir para depois agir. O estrago de reputações e a disseminação de mentiras, invenções, armações, picaretagens e até mesmo alertas, prevenções infundadas e esperanças falsas, tornaram-se fatos corriqueiros, principalmente nas redes sociais, mas também nos meios de comunicação tradicionais. 

Existem plataformas especializadas em confirmar e apontar notícias falsas e aplicativos para ajudar o internauta na análise de fake news, assim como alguns (ainda que poucos) mecanismos para denunciar e excluir esse tipo de postagem nas principais redes sociais. O mais importante, entretanto, é que cada um se reconheça na sua expertise e não fique por aí brincado de comunicador ou jornalista. O mundo já está conturbado o suficiente para que atos impensados, ainda que bem intencionados, tragam ainda mais conflitos e turbulências para esta sociedade em desordem.

Veja, por exemplo, este vídeo, anunciado pelo seu autor como "de utilidade pública familiar" que circula pelas redes sociais (já há algum tempo) alertando a população para os perigos de se deixar medir a temperatura por termômetros infravermelhos apontados para a testa. Tendo em sua abertura a chamada "é melhor prevenir do que remediar", a primeira imagem do vídeo é o desenho de perfil uma cabeça humana, destacando o cérebro e colocando em evidência a glândula pineal.

(Identificado como mídia da rede social Tik Tok) 

Embora aqui esteja sendo citado esse vídeo, a informação circulou de forma escrita, como mensagem de áudio e também em outros vídeos, partindo de vários perfis em quase todas as mídias sociais.

No caso específico dessa informação, indico a matéria que Marion Lfévre, da agência de notícias  AFP Argentina / Chile, realizou, cujo título é "Medir a temperatura com um termômetro infravermelho não danifica a glândula pineal". 

Não espalhe notícias sem checar sua veracidade. Para ler a matéria da AFP, na íntegra clique aqui.