Rio+20 poderá criar regra para avaliar desempenho dos países
O secretário-geral da ONU para a Rio+20, o chinês Sha Zukang, sugeriu ontem em Estocolmo que os compromissos ambientais assumidos pelos países deveriam ser medidos por meio de uma avaliação de desempenho e defendeu que a proposta seja criada na próxima reunião da ONU sobre desenvolvimento sustentável, no Brasil, em junho.
A Rio+20 é uma continuação da referencial Cúpula da Terra de 1992, na mesma cidade brasileira, que deu um impulso ao movimento ambientalista global. Foi naquele encontro, há duas décadas, que o mundo concordou pela primeira vez em aceitar controles voluntários dos gases causadores do efeito estufa. Líderes nacionais firmaram um tratado, comprometendo-se a trabalhar para "proteger o sistema climático para as gerações atuais e futuras".
"Precisamos definir responsabilidades, de algum tipo de avaliação", disse Zukang, salientando que os esforços para cumprir compromissos anteriormente assumidos deveriam ser aferidos. Para o secretário-geral da Rio+20 - que disse ser contra apontar culpados -, essa revisão ajudaria a exercer "uma pressão amigável" sobre países que não cumpriram todas as suas promessas de contribuir com uma economia global mais verde.
Kyoto
Os participantes da reunião na Suécia incluem cientistas, especialistas e ministros do meio ambiente de mais de 60 países que se reuniram para um diálogo sobre desenvolvimento sustentável e seus desafios. O premiê Wen Jiabao, da China, falará na amanhã, último dia do evento
Cinco anos após a Rio-92, negociadores acrescentaram o Protocolo de Kyoto ao tratado. O pacto de Kyoto estipulava que 37 países industrializados deviam reduzir suas emissões de gases-estufa, mas os Estados Unidos o rejeitaram.
Cúpulas posteriores sobre o clima também não conseguiram costurar, até agora, um sucessor para Kyoto, que expira no final de 2012.
Em Nova York
Uma nova rodada de negociações para a Rio+20 começou ontem em Nova York para tentar elaborar o rascunho final do documento que será debatido.
Os debates devem prosseguir por duas semanas, antes de as negociações serem transferidas para o Rio. Nesses dias, o objetivo será se aprofundar nos temas que devam ser prioridade.
Em comunicado, Zukang disse existir "um delicado equilíbrio que precisa ser alcançado nas negociações, levando em conta as necessidades de todas as pessoas".
O Rascunho Zero do documento contava inicialmente com 6 mil páginas, sendo reduzido para 19 nas negociações em março. Com os adendos colocados pelos governos envolvidos, subiu para 200. Este documento revisado encontrou 26 áreas de atuação.
Depois das negociações que terminam em Nova York no dia 4, haverá apenas uma última rodada marcada para o Rio de Janeiro entre os dias 13 e 15 de junho. A convenção começa cinco dias mais tarde.
(Fonte: Site do Instituto Humanitas Unisinos)