sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SAMUEL RUIZ, O PENÚLTIMO PROFETA

Partiu o penúltimo profeta da opção preferencial pelos pobres.
Partiu uma figura eclesial e universal da solidariedade. Partiu um bispo entregue, um sacerdote que deu tudo por seu povo, um teólogo da práxis da libertação e um ícone dessa Igreja samaritana que atrai as pessoas e seduz seus corações a seguir o Cristo
, escreveu José Manuel Vidal, em artigo publicado no sítio espanhol Religión Digital, 25-01-2011. A tradução é do Cepat.
"Partiu Samuel Ruiz, o bispo dos índios, não em vão chamado de “Tatic”, o padre dos indígenas. E partiu com o carinho dos mais pobres, o respeito de todo o México e o apreço generalizado da Igreja universal. E com alguma crítica daqueles que não suportam os profetas. Porque suas vidas e suas figuras os magoam, os confrontam com o Evangelho e os deixam em evidência. Partiu o penúltimo profeta da opção preferencial pelos pobres. Partiu uma figura eclesial e universal da solidariedade. Partiu um bispo entregue, um sacerdote que deu tudo por seu povo, um teólogo da práxis da libertação e um ícone dessa Igreja samaritana que atrai as pessoas e seduz seus corações a seguir o Cristo.
Partiu o penúltimo profeta. Porque ainda restam alguns, como Casaldáliga. A verdade é que há poucos profetas. Cada vez menos. Teríamos que nos perguntar pelo por quê. A Igreja caminha com duas pernas: a do anúncio e a da denúncia. Sem denúncia fica manca. E cada vez está mais manca. Nossos profetas envelheceram. E não têm importância. Claro sinal de que a instituição se escorou excessivamente no anúncio, descuidando da denúncia. E, portanto, perdeu coragem evangélica.
Mas nos resta a sua memória. A dos profetas que se vão, mas permanecem em nossa lembrança e em nosso coração. Como faróis luminosos. Como guias valentes. Como sinais vivos de que outra Igreja é possível.
Mesmo que custe aos maus “anunciadores” admiti-lo, Romero, Helder Câmara, Ellacuría e tantos outros seguem vivos. Mais do que nunca. Por mais que o lamentem. Olhem, por exemplo, a reação do porta-voz do episcopado mexicano diante da morte de uma das glórias de sua Igreja:
Após o falecimento do bispo Samuel Ruiz García, a Conferência do Episcopado Mexicano lamentou a notícia e o recordou como um pastor polêmico mesmo que querido pelos fiéis de Chiapas. Em entrevista para Formato 21, o subdiretor de Rádio e Televisão da Arquidiocese, José de Jesús Aguilar, mencionou que Ruiz foi uma figura polêmica, trabalhou constantemente a favor da pobreza, a favor das pessoas de Chiapas.
Recordou que se deixou levar no princípio pela Teologia da Libertação dado que não parte da reflexão teológica, mas que se fundamenta nas necessidades do povo ao ver tanta marginalização em Chiapas, por mais que este modelo tenha se adequado a todos os ensinamentos do magistério da Igreja.
Reconheceu que Samuel Ruiz também foi um sacerdote admirado por pessoas que não pertencem à Igreja católica, precisamente por este risco de viver a fé católica de outra maneira.
Sem comentários.
Tive a sorte de ter entrevistado, em sua época dourada, o Samuel Ruiz. E, nas distanias curtas, era ainda mais adorável. E tão simples e humilde que passava a entrevista pedindo desculpas por seu acento ou por alongar-se muito em alguma resposta. Sempre o lembrarei com aquele halo de profeta que contagiava a Deus e a sua justiça. Desde a glória, roga por nós, bispo Samuel."
(Fonte: Site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PAUSA PRA MEDITAÇÃO

Veredas crucis

Eugênio Magno

a minha caminhada não pode ser

reiniciada enquanto não encontrar

os calçados adequados

os antigos ficaram despedaçados

e os meus pés estão em chagas
(do livro "Minas em mim", 2005)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

CELEBRAÇÃO DA EPIFANIA DO SENHOR

Milhares de russos celebraram, na quarta-feira, dia 19 de janeiro, a Epifania ortodoxa. Em Velikoye, buracos foram abertos no gelo para que os fiéis pudessem se banhar, sob os vigilância cuidadosa de médicos.

(Foto: Sergei Karpukhin / Reuters)

domingo, 16 de janeiro de 2011

A INICIATIVA PRIVADA VAI RECONSTRUIR LOCALIDADES DEVASTADAS POR FENÔMENOS NATURAIS?

A era da incerteza climática é incompatível com o Estado mínimo

"Alertas sobre 'eventos climáticos extremos que tendem a se repetir com assiduidade desesperadora' por conta do aquecimento global e da desordem ambiental ganharam peso e medida à porta de nossa casa. Não são mais alertas, mas fatos incontroláveis: enxurradas que carregam casas inteiras; lama que sepulta centenas de vidas; enchentes avassaladoras. Morte, consternação, abandono. É intolerável que a mídia demotucana imponha sua visão reducionista do problema, como se fora mera questão 'administrativa', para encobrir grandes escolhas históricas que estão em jogo. O fato é que ingressamos num período de turbulência climática pior que a turbulencia economica gerada pela supremacia das finanças desreguladas nas últimas décadas. Na esfera econômica, as promessas neoliberais de um futuro reluzente desembocaram na pior crise mundial do capitalismo desde 1929. A ensandecida lógica que a gerou preconiza na 'cura' uma poção adicional do veneno: mais cortes de gastos e arrocho social para aliviar os fundos públicos e destinar recursos ao pagamento de juros aos rentistas. Há vínculos incontornáveis entre a mazorca finaceira que asfixia povos e nações e a desordem climática que mata 540 pessoas em apenas uma noite de chuva bruta; ou entre os editoriais elegantes que pedem 'ajuste fiscal' e o desconcertante vácuo de governo que faz uma empresa como a Sabesp, em SP, abrir as comportas de uma represa sem alertar e remover populações residentes no caminho das águas, como aconteceu em Franco da Rocha (SP). Diante da entropia financeira e da era de incerteza climática extrema, a sobrevivência da sociedade depende crucialmente de políticas públicas corajosas e inovadoras, só viáveis no escopo de um Estado forte e democrático, diretamente aberto à participação da sociedade para que possa atender ao conjunto dos interesses d e uma cidadania cada vez mais espremida em encostas de risco financeiro, social e ambiental. A agenda do Estado mínimo e dos eternos cortes de gastos, seguidos de mitigações ordinárias após as tragédias, não representa mais apenas o biombo da ganancia endinheirada. Representa um aboio sombrio dos que insistem em tanger a sociedade e o futuro humano como gado rumo ao matadouro."
(Fonte: Carta Maior; Domingo, 16/01/2011. Para doações às cidades devastadas Defesa Civil do RJ, CEF -conta 2011-0, agência 0199, operação 006)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

UM ANO DO TERREMOTO NO HAITI, UM DIA DA TRAGÉDIA NO RIO

As autoridades federais e do Estado do Rio de Janeiro precisam tomar providências urgentes para que, além das perdas humanas e materiais, a tragédia provocada pelas chuvas não gere consequências tão desastrosas quanto as enfrentadas pela população do Haiti.
Mulher leva flores no cemitério de Titanyen, na periferia de Porto Príncipe, no dia 12 de janeiro, um ano após o terremoto que arrasou o Haiti.
(Foto: Jorge Silva / Reuters)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PATRUS ANANIAS SE RECOLHE

Patrus reassume cargo técnico na Assembleia
e evita comentar candidatura à PBH

Um dos expoentes do PT em Minas Gerais trilhou caminho exatamente inverso ao geralmente observado entre integrantes de partidos vencedores das eleições presidenciais. Em vez de esperar por cargos, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias, indicado vice-governador na chapa encabeçada pelo senador Hélio Costa (PMDB) na disputa pelo Palácio da Liberdade em outubro, preferiu reassumir o cargo que obteve por concurso na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e desde 1º de dezembro cumpre jornada de trabalho de oito horas como técnico de pesquisa na Casa.
Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

A "BANHISTA" DE CESCHIATTI

O olhar fotográfico de Diogo Ramos Martins
sobre a obra de Alfredo Ceschiatti

A escultura é de autoria de um homem que marcou a arte brasileira e o desenvolvimento do projeto arquitetônico de Brasília, em parceria com Oscar Niemeyer: Alfredo Ceschiatti e a sua "Banhista". Obra em bronze, de 1967.
(Foto: Diogo Ramos Martins)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

MAL-ESTAR NA CÚPULA DO GOVERNO

Dilma chama ministro para explicar
fala sobre ditadura

As manifestações do novo chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, general José Elito Siqueira, criaram mal-estar ontem, no Palácio do Planalto, segundo a Folha apurou. A presidente Dilma Rousseff chamou Elito em seu gabinete na noite de ontem para pedir explicações.
A reportagem de Simone Iglesias e Breno Costa foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo de 05-01-2011.
"No dia de sua posse, Elito Siqueira se posicionou contra a criação da Comissão da Verdade e disse que os desaparecidos políticos são um fato histórico do qual nós não temos que nos envergonhar ou vangloriar.
Segundo o projeto enviado pelo governo, a Comissão da Verdade terá a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos durante a ditadura.
Durante o dia, a presidente fez chegar ao general sua insatisfação com as declarações, já que o governo Lula enviou no ano passado projeto de lei ao Congresso Nacional em apoio ao órgão.
A Folha apurou que Elito disse a Dilma que foi mal compreendido pelos jornalistas durante a entrevista e que as reportagens não retrataram o que ele disse.
Dilma não gostou da manifestação do general que é claramente contrária à posição de seu governo e do antecessor. Dilma era ministra da Casa Civil quando o projeto de lei da Comissão da Verdade foi formatado.
O vice-presidente Michel Temer minimizou os comentários de Elito. Questionado se não era contraditório a presidente, torturada durante a ditadura, ter como subordinado próximo um general contrário a investigações sobre episódios de tortura no regime militar, Temer disse que a pergunta deveria ser feita à própria presidente.
Acho que é a opinião dele, né? Não vou me manifestar a respeito da opinião dele, disse o vice de Dilma.
O ministro Nelson Jobim (Defesa), sem se referir especificamente ao general, limitou-se a dizer que a posição do governo é pela criação da Comissão da Verdade, nos termos do projeto de lei enviado pelo Executivo ao Congresso em maio passado.
A nova ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou, via assessoria, que seu posicionamento sobre o assunto é público e foi exposto em seu discurso de posse, anteontem."
(Fonte: Site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

sábado, 1 de janeiro de 2011

DILMA É EMPOSSADA PRESIDENTA DO BRASIL


Em seu de discurso de posse, Dilma voltou a reiterar o compromisso do seu governo com a proteção aos mais fragilizados e o combate à miséria. Três outros pontos que merecerão atenção especial da nossa presidenta são: educação, saúde e segurança.