terça-feira, 29 de setembro de 2009

A PRECARIEDADE DE UMA VIDA RETRATADA NA BREVIDADE DE UM MINICONTO

Precariedade
Eugênio Magno
A imagem perdida, era a palavra desdita que, mal sepultada, jazia semimorta sob o lamento das carpideiras. De esguelha, reunia forças para ocupar a linha e, mesmo a contragosto, completar a oração afirmativa que daria um novo sentido para aquela vida que já sucumbia diante de falsas vocações anunciadas. A nulidade de todos os empenhos anteriores, na tentativa de construir redes de proteção para o caminho foi percebida e a certeza da falácia de existirem condições ideais para a semeadura se tornara uma convicção. (inédito)

sábado, 26 de setembro de 2009

O SUCESSO DA CAMPANHA FICHA LIMPA

O PL de Iniciativa Popular sobre a Vida Pregressa dos Candidatos será entregue ao Congresso Nacional terça-feira, dia 29 de setembro
Os esforços de mais de um ano da Campanha Ficha Limpa serão entregues ao Congresso Nacional na terça-feira, 29/09, às 11:30h. As 1 milhão e 300 mil de assinaturas, arrecadadas pela sociedade civil em todo o Brasil, serão repassadas ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Michel Temer.
A partir das 9h haverá a concentração de membros do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e da sociedade civil em frente o plenário do Senado Federal, onde haverá uma sessão solene em comemoração aos 10 anos da primeira lei de iniciativa popular do país, a lei 9840/99, que trata do combate à compra de votos e ao uso eleitoreiro da máquina administrativa. Às 11h30, juristas, sociedade civil e representantes das 43 entidades que compõem o Comitê Nacional do MCCE se dirigirão ao salão verde do Congresso para o encontro com Temer.
Ciente de que muitos formulários ainda circulam pelo país devido à greve dos Correios, o MCCE se compromete a entregar as assinaturas que chegarem a Brasília depois do dia 29/09, mesmo com o PL já tramitando no Congresso Nacional. “Não ficaremos com nenhuma assinatura e também fazemos um apelo para que as pessoas não guardem formulários em casa”, acrescenta a secretária executiva do Movimento, Cristiane Vasconcelos.
A entrega das assinaturas marca o encerramento da primeira fase da Campanha Ficha Limpa, caracterizada pela coleta de adesões. O passo seguinte é o diálogo com os parlamentares para o acompanhamento da tramitação e aprovação do Projeto de Lei sobre a Vida Pregressa dos Candidatos.
Iniciada em abril de 2008, a Campanha Ficha Limpa quer criar critérios mais rígidos para que alguém possa se candidatar. Na prática, o PL terá um papel preventivo, garantindo assim candidaturas idôneas no processo eleitoral. Para conhecer mais o projeto e aderir à campanha, basta visitar o site da iniciativa http://www.mcce.org.br/. (Fonte: MMCE - Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral)

AMÉRICA LATINA, O LUGAR MAIS ESTIMULANTE DO MUNDO

"A América Latina é hoje o lugar mais estimulante do mundo. Há aqui uma resistência real ao império; não existem muitas regiões das quais se possa dizer o mesmo."
"Pela primeira vez em 500 anos há movimentos rumo a uma verdadeira independência e separação do mundo imperial. Países que historicamente estiveram separados estão começando a se integrar. Esta integração é um pré-requisito para a independência. Historicamente, os EUA derrubaram um governo após outro; agora já não podem fazê-lo"
"A esperança e a mudança anunciada por Barack Obama é uma ilusão, já que são as instituições e não os indivíduos que determinam o rumo da política. Em última instância, o que Obama representa, para Chomsky, é um giro da extrema direita rumo ao centro da política tradicional dos Estados Unidos."
As declarações acima são de Noam Chomsky, um dos intelectuais dissidentes mais relevantes de nossos tempos. Presente no México para celebrar os 25 anos do jornal La Jornada, o autor de mais de cem livros, linguísta, crítico antiimperialista, analista do papel desempenhado pelos meios de comunicação na fabricação do consenso, explica como a guerra às drogas iniciou nos EUA como parte de uma ofensiva conservadora contra a revolução cultural e a oposição à invasão do Vietnã.
Em entrevista ao La Jornada, Noam Chomsky fala sobre a América Latina, definindo-a como uma das únicas regiões do mundo onde há uma resistência real ao poder do império. diz Chomsky. Veja a íntegra da entrevista clicando aqui. (Fonte: Site IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

POLÍTICO COM FICHA CRIMINAL TERÁ O NOME DIVULGADO

TRE vai liberar lista suja dos políticos
Diogo Ramos Martins
estudante de jornalismo
"A partir de 2010 o eleitor de Minas Gerais poderá saber se o candidato em que vai votar tem ou não ficha criminal e se está sendo processado por algum motivo. O Tribunal Regional Eleitoral de Minas (TRE-MG) aprovou uma resolução que autoriza a divulgação da certidão criminal - que todos os que pleiteiam um cargo eletivo são obrigados a apresentar no ato do registro da candidatura.
Para o presidente do TRE-MG, desembargador Almeida Melo, a atitude é uma alternativa à lei eleitoral, que determina que nenhum candidato que responde processo por qualquer crime possa ter a candidatura impugnada se a ação não tiver sido transitada em julgado, ou seja, ter esgotado todas as possibilidades de recursos.
'Já que os juristas nos impedem de afastar do processo eleitoral os delinquentes, com base no princípio da presunção da inocência, vamos fazer um esforço para que a verdade seja contada pela Justiça Eleitoral', disse Melo.
Segundo o desembargador, o objetivo de tal transparência não é prejudicar a imagem dos candidatos, mas sim auxiliar a população com informações que de interesse público. De acordo com um levantamento realizado pela ONG Transparência Brasil, dos 77 deputados estaduais mineiros, 22 respondem a algum tipo de processo na Justiça ou em tribunais de contas."

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

POEMA DE DOM PEDRO CASALDÁLIGA



Confissões do latifúndio
Dom Pedro Casaldáliga
bispo jubilado de São Félix do Araguaia, MT

Por onde passei,
plantei
a cerca farpada,
plantei a queimada.
Por onde passei,
plantei
a morte matada.

Por onde passei,
matei
a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...
Por onde passei,
tendo tudo em lei,
eu plantei o nada.

A ETERNA LUTA DE CLASSE

A economista, educadora popular e membro da Consulta Popular, Roberta Traspadini, fala da possibilidade das classes sociais serem organizadas por elas próprias. Confira abaixo o seu artigo:
Assembléia popular:
A organização da classe pela classe (II)
Roberta Traspadini

"Um dos objetivos de estarmos juntos enquanto classe é de reconhecermos aquilo que somos a partir daquilo que foi retirado de nós, como verdadeiros produtores da vida: o sentido do trabalho.
A principal característica do modo particular de produção capitalista, é que o que ele extrai cada vez mais de nós trabalhadores é o nosso tempo.
Isto porque se apropriou de forma privada: 1. Dos meios de produção da vida e, 2. Do principal elemento gerador do ciclo da vida, a terra.
Este roubo ocorre tanto na apropriação indevida do tempo de trabalho mal remunerado para parte expressiva de nossa classe, quanto no tempo que deveria ser de não trabalho, livre para o lazer, a cultura e a família, e é utilizado pelo mesmo capital, como reprodução ampliada de seus interesses.
Em outras palavras, o capital usa nosso tempo, ou para nos aprisionar ainda mais no sobre-trabalho cotidiano, ou para transformar nosso tempo livre em tempo de consumo.
É em meio a essa forma específica de subordinar o produtor da vida, o trabalhador e a trabalhadora formal e informal, em alguém dependente dos donos dos meios de produção e de propriedade privados, que a classe trabalhadora encontra, com o passar do tempo, dificuldades de encontrar tempo para si, em meio ao tempo de reprodução da sua vida, na forma do tempo roubado.
O roubo do tempo se dá em várias dimensões:
1. Pelo trabalho cada vez mais intenso e prolongado, seja nos espaços de trabalho, seja na quantidade de tarefas que se leva para casa, que faz da jornada diária de reprodução da vida, maior do que a possível para que o trabalhador exerça suas funções com dignidade;
2. Pelos vários trabalhos exercidos em outras atividades, para compensar a má remuneração recebida em um único serviço, que significa o trabalho de se ocupar de forma absoluta o tempo que for necessário para ser incluído em uma sociedade que tem como pressuposto a exclusão;
3. Pela escravidão, na falta de tempo, do pouco tempo que sobra como necessário tempo de consumo das mercadorias ofertadas pelo capital, contraditoriamente produzidas por diversos trabalhadores em várias partes do mundo, com cada vez menos tempo e dinheiro para consumir o que foi produzido pelos seus pares.
Não se trata de um roubo específico e sim de um roubo generalizado e qualificado, em um modo de produção específico. Um roubo de poucos homens e mulheres com o poder nas mãos, contra uma imensa maioria de sujeitos subordinados a este poder. A maioria dos sujeitos com as mãos na massa, frente à minoria com as mãos sobre os que estão com as mãos na massa.
Com a aparência de tempo livre, o que o capital faz em essência é apropriar-se de “todo” o tempo, para que o “inexistente” sentido do tempo livre seja condicionado à produção e ao consumo.
É com base nesse roubo do tempo e da produção de vida em todas as suas dimensões que a classe que vive do trabalho se organiza para estruturar as bases reivindicativas e revolucionárias frente ao Estado de direito burguês, e para além dele, em outro Estado cujo poder esteja nas mãos dos trabalhadores.
A organização popular deve ter os bairros, os espaços de trabalho e de encontro da classe, como células-referências de organização para a formação e estruturação das lutas.
Dado o tempo escasso, e as necessidades de reprodução da sobrevivência dos trabalhadores levadas, cada vez mais, ao extremo, caso não tenhamos em consideração estas limitações de forma objetiva-subjetiva, a organização fica literalmente ameaçada.
Sim ameaçada. Pois, o domínio do viver capitalista requer cuidar com paciência histórica essa tarefa de produzir encontros e respeitar as características particulares de falta de tempo da classe trabalhadora. Tempo roubado que cansa-tensiona-oprime corpos e mentes numa dimensão sem igual na história da humanidade.
Esses espaços são poderosos por dois motivos:
1 - Recuperam o sentido do estar junto, em meio à lógica do separar; do fazer para e com outro, em plena era do eu; de pensar juntos o processo histórico e refazer com dignidade novos percursos em que os trabalhadores sejam os reais protagonistas da cena.
2 - Relatam, no mundo das privações do Estado de direito, lutas concretas que devem ser realizadas para recompor o sentido da dignidade humana, além de organizar no escasso tempo e nas limitações de recursos de toda ordem, a classe para si em um processo de produção do novo. Um novo projeto de classe que parte da compreensão do que se tem e grita em forma de domínio popular o que se quer.
É no contexto da morada da classe e dos espaços de exploração do trabalho que se entende, concretamente, o que se vive. Nestes espaços a alienação, enquanto capacidade de criar uma vida sem refletir sobre dita criação, é a chave do negócio mercantil burguês.
Não é à toa que o capital foi transformando estes lugares em espaços individuais, em que, mesmo estando cheios de indivíduos, estão vazios de sua expressão de ser gente, ser povo, ser classe.
Se, esses espaços produzissem vida para os que ali estão o capital não sobreviveria, pois os trabalhadores coagidos à alienação estariam conscientes de forma coletiva, tanto sobre a situação criada fora de seus desejos, quanto sobre a possibilidade de reação frente a isto.
A organização popular, nos espaços de morada e de trabalho da classe é um instrumento necessário de emancipação a partir da consolidação coletiva sobre o que se quer, e como se logra chegar onde se quer.
Não há poder popular, sem organização popular. A organização popular volta a ter sentido na e para a classe, em meio às amarras do capital, a partir do momento em que junta o que o capital separa; articula o que o capital fragmenta; emancipa o que o capital aliena; produz coletivamente, o que o capital individualizou.
O que a assembléia popular tem feito é reorganizar o histórico processo da classe que vive do trabalho tanto na morada da classe (bairros, comunidades), quanto nos espaços de trabalho e reprodução da vida fora de onde se vive (fábricas, escolas, igrejas e ruas/avenidas).
No encontro trabalhadores e trabalhadoras dão outro sentido tanto ao poder, quanto ao popular na esfera política.
Expressam que a política se consolida em um processo de produção de vida que requer muito mais do que tomar o Estado, mas sabe que precisa ocupá-lo transitoriamente. Requer uma organização, com intencionalidade tal, em que esse tomar partido pelo poder popular, sustente a luta em tempos difíceis, após a chegada no poder.
O poder popular nas células organizativas é o de resignificar a política e os sujeitos políticos, para além da histórica sujeira do capital contra o trabalho. É a reiteração de que outro mundo será necessariamente possível, quando a classe trabalhadora souber, livre das amarras da alienação, produzir o que quer e aniquilar o que não quer."
obs.: A Primeira parte do texto: Assembléia popular: a formação política (I)
http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/assembleia-popular-a-formacao-politica-i

terça-feira, 15 de setembro de 2009

PARANÁ SEDIA CONGRESSO DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

A Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento do Paraná - ABTD/PR, promove a II Edição do Congresso Nacional de Responsabilidade Socioambiental, que será realizado de 20 a 22 de outubro de 2009, no Centro de Eventos – CIETEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná em Curitiba-PR.
O evento tem por objetivo propiciar um ambiente de interação e disseminação das ações práticas e conceitos das organizações sobre a Responsabilidade Social e Ambiental, incentivando o desenvolvimento de projetos e atividades empresariais com foco na Sustentabilidade, sejam essas atividades para a sociedade como um todo, ou apenas para a comunidade ao redor da organização.
Nesta edição, o tema central refere-se a “A autosustentabilidade das cidades: como pequenas, médias e grandes cidades brasileiras enfrentam os desafios de viver o Brasil de hoje, preservando espaço para novas gerações”.
O Congresso tem por público alvo empresários, gestores de pessoas e a sociedade de forma geral, tendo a expectativa de receber cerca de 250 a 300 pessoas por dia de evento. Vários especialistas da área estão confirmados entre eles, Nelson Savioli, superintendente executivo da Fundação Roberto Marinho, Haroldo Mattos de Lemos, presidente do Instituto Brasil PNUMA – Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Wanda Engel, superintendente do Instituto Unibanco, Luiz Carlos de Queirós Cabrera, diretor da Panelli Motta Cabrera & Associados, membro da Amrop Hever Group, Lygia Lumina Pupatto, secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre outros.
O evento tem o apoio da Planeta Voluntários: Rede social de Voluntários e ONGS.
Maiores informações e inscrições pelo site http://www.abtdpr.com.br/ , pelo telefone (43) 3025-5223 ou pelo e-mail: cnrs@fbeventos.com. (Fonte: Agência de Notícias do Terceiro Setor / FB Eventos)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

DIÁRIO DO GRITO DOS EXCLUÍDOS


Momentos finais do Grito dos Excluídos na Praça 7 de Setembro no centro de Belo Horizonte.

Não consegui acompanhar o Grito dos Excluídos no último dia 7, desde o momento da concentração inicial na Praça da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Todavia, ainda alcancei o final da ocupação da Praça 7 de Setembro. Cheguei a tempo de fazer a foto acima e as outras que se encontram logo abaixo do relato da colega de coordenação da Escola Oscar Romero de Fé, Política e Cidadania, Dirlene Marques, que é coordenadora do Comitê Mineiro do Fórum Social Mundial e foi uma das organizadoras do grito.

"Companheiras e companheiros,
Como ja havíamos informado para vocês, fizemos o Grito em BH. Tivemos mais de 2000 pessoas desfilando pelas ruas da cidade. Saimos da Praça da Assembléia Legislativa, paramos em frente o Banco Central e fizemos ali nosso primeiro ato: Uma enorme faixa preta foi afixada no Banco Central, onde os participantes deixaram escrito com tinta vermelha os seus gritos contra a crise e as consequências desta sobre o povo trabalhador. Paramos depois em frente ao mercado municipal, ponto tradicional de BH, e convidamos a todos para entrarem na luta contra os transgênicos - por uma alimentação saudavel. Militantes carregando grãos nas peneiras circularam entre os frequentadores do mercado. Ao nos aproximarmos do local do Grito, a Praça Sete de Setembro, todos/as se manifestaram cantando o Hino da Internacional Socialista que unifica os trabalhadores do mundo inteiro. Fizemos uma contagem regressiva, cantamos o Hino Nacional Brasileiro e, um conjunto de tambores, puxou a caminhada para o centro da praça sete, onde fica o Pirulito. Tomamos conta da praça ao som dos tambores e dos gritos dos diversos movimentos sociais. Tudo com uma grande participação e envolvimento da militância. Quando estávamos nos dispersando, a repressão que cercava todo o local, iniciou a sua já tradicional provocação. A militância reagiu e dois rapazes foram presos. Como não aceitamos a arrogância com que os policiais estavam tratando os militantes dos movimentos sociais, houve um certo tumulto que, só foi resolvido quando o comandante resolveu retirar as tropas da praça. Terminado o tumulto, fomos para a delegacia liberar os detidos. Um deles foi solto imediatamente e o outro foi mantido algemado até as 15 horas, sem nenhuma justificativa, apenas por capricho da polícia. Este foi mais um exemplo da criminalizaçao dos movimentos sociais. Mas, isto também nos impulsiona para dar continuidade a luta pela Independência do Brasil, a independência em relação ao capital, rumo a uma sociedade socialista.

Um abraco,

Dirlene Marques"


O som dos tambores ecoou na avenida Afonso Pena

Ativistas dos movimentos sociais presentes ao grito ocuparam o Pirulito da praça 7

Uma roda representando as diversidades tomaram o cruzamanto da avenida Afonso Pena com Amazonas


Depois do Grito, crianças e manifestantes se banharam nas águas frescas da fonte da Praça da Estação

A TV Globo fez uma matéria sobre o Grito dos excluídos em Belo Horizonte. Clic no link abaixo e assista à reportagem: http://globominas.globo.com/GloboMinas/Noticias/MGTV/0,,MUL1295141-9033-16339,00.html

CONTINUAÇÃO DAS ARGUMENTAÇÕES DE LEONARDO BOFF SOBRE O ZENBUDISMO

Zenbudismo na vida e no trabalho
Leonardo Boff

O zenbudismo pode significar uma fonte inspiradora para o paradigma ocidental em crise bem como para a vida cotidiana. Isso porque o zen não é uma teoria ou filosofia. É uma prática de vida que se inscreve na tradição das grandes sabedorias da humanidade. O zen pode ser vivido pelas mais diferentes pessoas, simples donas de casa, empresários e pessoas religiosas de diferentes credos.
O centro para o zenbudismo não está na razão, tão importante para a nossa cultura ocidental. Mas na consciência. Para nós a consciência é algo mental. Para o zenbudismo cada sentido corporal possui a sua consciência: a visão, o olfato, o paladar, a audição e o tato. Um sexto é a razão. Tudo se concentra em ativar com a maior atenção possível cada uma destas consciências, a partir das coisas do dia-a-dia. Possuir uma atitude zen é discernir cada nuance do verde, perceber cada ruido, sentir cada cheiro, aperceber-se de cada toque. E estar atento às perlambulações da razão no seu fluxo interminável.
Por isso, o zen se constrói sobre a concentração, a atenção, o cuidado e a inteireza em tudo aquilo que se faz. Por exemplo, expulsar um gato da poltrona pode ser zen; também libertar os cachorros do canil e deixá-lo correr pelo no jardim. Conta-se que um guerreiro samurai antes de uma batalha visitou um mestre zen e lhe perguntou: “que é o céu e o inferno”? O mestre respondeu: “para gente armada como você não perco nenhum minuto”. O samurai enfurecido tirou a espada e disse:”por tal senvergonhice poderia matá-lo agora mesmo”. E ai disse-lhe calmamente o mestre:”eis ai o inferno”. O samurai caiu em si com a calma do mestre, meteu a espada na bainha e foi embora. E o mestre lhe gritou atrás:”eis ai o céu.”
O que a atitude zen visa, é a completa integração da pessoa com a realidade que vive. Deparamo-nos no meio de difenças, compartimentando nossa vida. O zen busca o vazio. Mas esse vazio não é vazio. É o espaço livre no qual tudo pode se formar. Por isso não podemos ficar presos a isto e àquilo. Quando um discípulo perguntou ao mestre:”quem somos”? respondeu apontando simplemente para o universo: “somos tudo isso”. Você é a planta, a ávore, a montanha, a estrela, o inteiro universo. Quando nos concentramos totalmente em tais realidades, nos identificamos com elas. Mas isso só é possível se ficarmos vazios e permitirmos que as coisas nos tomem totalmente. O pequeno eu desaparece para surgir o eu profundo. Então somos um com o todo. Este caminho exige muita disciplina. Não é nada fácil ultrapassar as flutuações de cada uma das consciências e criar um centro unificador.
Há uma base cosmológica para a busca desta unidade originária. Hoje sabemos que todos os seres provém dos elementos físicoquímicos que se forjaram no coração das grandes estrelas vermelhas que depois explodiram. Todos estávamos um dia juntos naquele coração incandecente. Guardamos uma memória cósmica desta nossa ancestraidade.
Depois, sabemos também que possuimos o mesmo código genético de base presente em todos os demais seres vivos. Viemos de uma bactéria primordial surgida há 3,8 bilhões de anos. Formamos a única e sagrada comunidade de vida.
Ao buscar um centro unificador, o zen nos convida a fazer esta viagem interior. É excusado dizer que tudo isso vale para todos mas principalmente para mim. (Fonte: Site IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

sábado, 5 de setembro de 2009

O ZEN E A CRISE DA CULTURA OCIDENTAL


Foto: Melina Prestes


“Temos que mudar para não perecer. É o momento de inspirar-nos em outras civilizações que ensaiaram um modo mais benevolente de habitar o planeta, escreve o teólogo Leonardo Boff, em artigo para o site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos. Segundo Boff uma dessas inspirações pode vir do zenbudismo que “destrona o ser humano de sua pretensa centralidade, especialmente do eu, cerne básico do individualismo ocidental”. Para ler o artigo na íntegra clique aqui.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

LULA SE ORGULHA DA PETROBRAS NO LANÇAMENTO DO PRÉ-SAL


Lula lembra dos tempos do pensamento subalterno, da Petrobrax


"Se os tucanos tivessem ganhado em 2002, hoje provavelmente a festa do pré-sal seria no Texas, ou em Cingapura - na sede da empresa que teria assumido o controle da Petrobrax. Os tempos do 'pensamento subalterno', os tempos de tirar os sapatos para os Estados Unidos, esses ficaram pra trás. Altas personalidades naqueles anos chegaram a dizer que a Petrobras era um dinossauro – mais precisamente, o último dinossauro a ser desmantelado no país. E, se não fosse a forte reação da sociedade, teriam até trocado o nome da empresa, disse o presidente Lula no lançamento do pré-sal. O artigo é de Rodrigo Vianna". Clique aqui para ler o texto na íntegra. (Fonte: site Carta Maior)