terça-feira, 29 de setembro de 2009
A PRECARIEDADE DE UMA VIDA RETRATADA NA BREVIDADE DE UM MINICONTO
sábado, 26 de setembro de 2009
O SUCESSO DA CAMPANHA FICHA LIMPA
AMÉRICA LATINA, O LUGAR MAIS ESTIMULANTE DO MUNDO
terça-feira, 22 de setembro de 2009
POLÍTICO COM FICHA CRIMINAL TERÁ O NOME DIVULGADO
Para o presidente do TRE-MG, desembargador Almeida Melo, a atitude é uma alternativa à lei eleitoral, que determina que nenhum candidato que responde processo por qualquer crime possa ter a candidatura impugnada se a ação não tiver sido transitada em julgado, ou seja, ter esgotado todas as possibilidades de recursos.
'Já que os juristas nos impedem de afastar do processo eleitoral os delinquentes, com base no princípio da presunção da inocência, vamos fazer um esforço para que a verdade seja contada pela Justiça Eleitoral', disse Melo.
Segundo o desembargador, o objetivo de tal transparência não é prejudicar a imagem dos candidatos, mas sim auxiliar a população com informações que de interesse público. De acordo com um levantamento realizado pela ONG Transparência Brasil, dos 77 deputados estaduais mineiros, 22 respondem a algum tipo de processo na Justiça ou em tribunais de contas."
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
POEMA DE DOM PEDRO CASALDÁLIGA
Por onde passei,
A ETERNA LUTA DE CLASSE
"Um dos objetivos de estarmos juntos enquanto classe é de reconhecermos aquilo que somos a partir daquilo que foi retirado de nós, como verdadeiros produtores da vida: o sentido do trabalho.
A principal característica do modo particular de produção capitalista, é que o que ele extrai cada vez mais de nós trabalhadores é o nosso tempo.
Este roubo ocorre tanto na apropriação indevida do tempo de trabalho mal remunerado para parte expressiva de nossa classe, quanto no tempo que deveria ser de não trabalho, livre para o lazer, a cultura e a família, e é utilizado pelo mesmo capital, como reprodução ampliada de seus interesses.
Em outras palavras, o capital usa nosso tempo, ou para nos aprisionar ainda mais no sobre-trabalho cotidiano, ou para transformar nosso tempo livre em tempo de consumo.
É em meio a essa forma específica de subordinar o produtor da vida, o trabalhador e a trabalhadora formal e informal, em alguém dependente dos donos dos meios de produção e de propriedade privados, que a classe trabalhadora encontra, com o passar do tempo, dificuldades de encontrar tempo para si, em meio ao tempo de reprodução da sua vida, na forma do tempo roubado.
O roubo do tempo se dá em várias dimensões:
1. Pelo trabalho cada vez mais intenso e prolongado, seja nos espaços de trabalho, seja na quantidade de tarefas que se leva para casa, que faz da jornada diária de reprodução da vida, maior do que a possível para que o trabalhador exerça suas funções com dignidade;
2. Pelos vários trabalhos exercidos em outras atividades, para compensar a má remuneração recebida em um único serviço, que significa o trabalho de se ocupar de forma absoluta o tempo que for necessário para ser incluído em uma sociedade que tem como pressuposto a exclusão;
3. Pela escravidão, na falta de tempo, do pouco tempo que sobra como necessário tempo de consumo das mercadorias ofertadas pelo capital, contraditoriamente produzidas por diversos trabalhadores em várias partes do mundo, com cada vez menos tempo e dinheiro para consumir o que foi produzido pelos seus pares.
Não se trata de um roubo específico e sim de um roubo generalizado e qualificado, em um modo de produção específico. Um roubo de poucos homens e mulheres com o poder nas mãos, contra uma imensa maioria de sujeitos subordinados a este poder. A maioria dos sujeitos com as mãos na massa, frente à minoria com as mãos sobre os que estão com as mãos na massa.
Com a aparência de tempo livre, o que o capital faz em essência é apropriar-se de “todo” o tempo, para que o “inexistente” sentido do tempo livre seja condicionado à produção e ao consumo.
É com base nesse roubo do tempo e da produção de vida em todas as suas dimensões que a classe que vive do trabalho se organiza para estruturar as bases reivindicativas e revolucionárias frente ao Estado de direito burguês, e para além dele, em outro Estado cujo poder esteja nas mãos dos trabalhadores.
A organização popular deve ter os bairros, os espaços de trabalho e de encontro da classe, como células-referências de organização para a formação e estruturação das lutas.
Dado o tempo escasso, e as necessidades de reprodução da sobrevivência dos trabalhadores levadas, cada vez mais, ao extremo, caso não tenhamos em consideração estas limitações de forma objetiva-subjetiva, a organização fica literalmente ameaçada.
Sim ameaçada. Pois, o domínio do viver capitalista requer cuidar com paciência histórica essa tarefa de produzir encontros e respeitar as características particulares de falta de tempo da classe trabalhadora. Tempo roubado que cansa-tensiona-oprime corpos e mentes numa dimensão sem igual na história da humanidade.
Esses espaços são poderosos por dois motivos:
1 - Recuperam o sentido do estar junto, em meio à lógica do separar; do fazer para e com outro, em plena era do eu; de pensar juntos o processo histórico e refazer com dignidade novos percursos em que os trabalhadores sejam os reais protagonistas da cena.
2 - Relatam, no mundo das privações do Estado de direito, lutas concretas que devem ser realizadas para recompor o sentido da dignidade humana, além de organizar no escasso tempo e nas limitações de recursos de toda ordem, a classe para si em um processo de produção do novo. Um novo projeto de classe que parte da compreensão do que se tem e grita em forma de domínio popular o que se quer.
É no contexto da morada da classe e dos espaços de exploração do trabalho que se entende, concretamente, o que se vive. Nestes espaços a alienação, enquanto capacidade de criar uma vida sem refletir sobre dita criação, é a chave do negócio mercantil burguês.
Não é à toa que o capital foi transformando estes lugares em espaços individuais, em que, mesmo estando cheios de indivíduos, estão vazios de sua expressão de ser gente, ser povo, ser classe.
Se, esses espaços produzissem vida para os que ali estão o capital não sobreviveria, pois os trabalhadores coagidos à alienação estariam conscientes de forma coletiva, tanto sobre a situação criada fora de seus desejos, quanto sobre a possibilidade de reação frente a isto.
A organização popular, nos espaços de morada e de trabalho da classe é um instrumento necessário de emancipação a partir da consolidação coletiva sobre o que se quer, e como se logra chegar onde se quer.
Não há poder popular, sem organização popular. A organização popular volta a ter sentido na e para a classe, em meio às amarras do capital, a partir do momento em que junta o que o capital separa; articula o que o capital fragmenta; emancipa o que o capital aliena; produz coletivamente, o que o capital individualizou.
O que a assembléia popular tem feito é reorganizar o histórico processo da classe que vive do trabalho tanto na morada da classe (bairros, comunidades), quanto nos espaços de trabalho e reprodução da vida fora de onde se vive (fábricas, escolas, igrejas e ruas/avenidas).
No encontro trabalhadores e trabalhadoras dão outro sentido tanto ao poder, quanto ao popular na esfera política.
Expressam que a política se consolida em um processo de produção de vida que requer muito mais do que tomar o Estado, mas sabe que precisa ocupá-lo transitoriamente. Requer uma organização, com intencionalidade tal, em que esse tomar partido pelo poder popular, sustente a luta em tempos difíceis, após a chegada no poder.
O poder popular nas células organizativas é o de resignificar a política e os sujeitos políticos, para além da histórica sujeira do capital contra o trabalho. É a reiteração de que outro mundo será necessariamente possível, quando a classe trabalhadora souber, livre das amarras da alienação, produzir o que quer e aniquilar o que não quer."
http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/assembleia-popular-a-formacao-politica-i
terça-feira, 15 de setembro de 2009
PARANÁ SEDIA CONGRESSO DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
O evento tem por objetivo propiciar um ambiente de interação e disseminação das ações práticas e conceitos das organizações sobre a Responsabilidade Social e Ambiental, incentivando o desenvolvimento de projetos e atividades empresariais com foco na Sustentabilidade, sejam essas atividades para a sociedade como um todo, ou apenas para a comunidade ao redor da organização.
Nesta edição, o tema central refere-se a “A autosustentabilidade das cidades: como pequenas, médias e grandes cidades brasileiras enfrentam os desafios de viver o Brasil de hoje, preservando espaço para novas gerações”.
O Congresso tem por público alvo empresários, gestores de pessoas e a sociedade de forma geral, tendo a expectativa de receber cerca de 250 a 300 pessoas por dia de evento. Vários especialistas da área estão confirmados entre eles, Nelson Savioli, superintendente executivo da Fundação Roberto Marinho, Haroldo Mattos de Lemos, presidente do Instituto Brasil PNUMA – Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Wanda Engel, superintendente do Instituto Unibanco, Luiz Carlos de Queirós Cabrera, diretor da Panelli Motta Cabrera & Associados, membro da Amrop Hever Group, Lygia Lumina Pupatto, secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre outros.
O evento tem o apoio da Planeta Voluntários: Rede social de Voluntários e ONGS.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
DIÁRIO DO GRITO DOS EXCLUÍDOS
Momentos finais do Grito dos Excluídos na Praça 7 de Setembro no centro de Belo Horizonte.
Não consegui acompanhar o Grito dos Excluídos no último dia 7, desde o momento da concentração inicial na Praça da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Todavia, ainda alcancei o final da ocupação da Praça 7 de Setembro. Cheguei a tempo de fazer a foto acima e as outras que se encontram logo abaixo do relato da colega de coordenação da Escola Oscar Romero de Fé, Política e Cidadania, Dirlene Marques, que é coordenadora do Comitê Mineiro do Fórum Social Mundial e foi uma das organizadoras do grito.
"Companheiras e companheiros,
Como ja havíamos informado para vocês, fizemos o Grito em BH. Tivemos mais de 2000 pessoas desfilando pelas ruas da cidade. Saimos da Praça da Assembléia Legislativa, paramos em frente o Banco Central e fizemos ali nosso primeiro ato: Uma enorme faixa preta foi afixada no Banco Central, onde os participantes deixaram escrito com tinta vermelha os seus gritos contra a crise e as consequências desta sobre o povo trabalhador. Paramos depois em frente ao mercado municipal, ponto tradicional de BH, e convidamos a todos para entrarem na luta contra os transgênicos - por uma alimentação saudavel. Militantes carregando grãos nas peneiras circularam entre os frequentadores do mercado. Ao nos aproximarmos do local do Grito, a Praça Sete de Setembro, todos/as se manifestaram cantando o Hino da Internacional Socialista que unifica os trabalhadores do mundo inteiro. Fizemos uma contagem regressiva, cantamos o Hino Nacional Brasileiro e, um conjunto de tambores, puxou a caminhada para o centro da praça sete, onde fica o Pirulito. Tomamos conta da praça ao som dos tambores e dos gritos dos diversos movimentos sociais. Tudo com uma grande participação e envolvimento da militância. Quando estávamos nos dispersando, a repressão que cercava todo o local, iniciou a sua já tradicional provocação. A militância reagiu e dois rapazes foram presos. Como não aceitamos a arrogância com que os policiais estavam tratando os militantes dos movimentos sociais, houve um certo tumulto que, só foi resolvido quando o comandante resolveu retirar as tropas da praça. Terminado o tumulto, fomos para a delegacia liberar os detidos. Um deles foi solto imediatamente e o outro foi mantido algemado até as 15 horas, sem nenhuma justificativa, apenas por capricho da polícia. Este foi mais um exemplo da criminalizaçao dos movimentos sociais. Mas, isto também nos impulsiona para dar continuidade a luta pela Independência do Brasil, a independência em relação ao capital, rumo a uma sociedade socialista.
Um abraco,
Dirlene Marques"
O som dos tambores ecoou na avenida Afonso Pena
Uma roda representando as diversidades tomaram o cruzamanto da avenida Afonso Pena com Amazonas
A TV Globo fez uma matéria sobre o Grito dos excluídos em Belo Horizonte. Clic no link abaixo e assista à reportagem: http://globominas.globo.com/GloboMinas/Noticias/MGTV/0,,MUL1295141-9033-16339,00.html
CONTINUAÇÃO DAS ARGUMENTAÇÕES DE LEONARDO BOFF SOBRE O ZENBUDISMO
O zenbudismo pode significar uma fonte inspiradora para o paradigma ocidental em crise bem como para a vida cotidiana. Isso porque o zen não é uma teoria ou filosofia. É uma prática de vida que se inscreve na tradição das grandes sabedorias da humanidade. O zen pode ser vivido pelas mais diferentes pessoas, simples donas de casa, empresários e pessoas religiosas de diferentes credos.
O centro para o zenbudismo não está na razão, tão importante para a nossa cultura ocidental. Mas na consciência. Para nós a consciência é algo mental. Para o zenbudismo cada sentido corporal possui a sua consciência: a visão, o olfato, o paladar, a audição e o tato. Um sexto é a razão. Tudo se concentra em ativar com a maior atenção possível cada uma destas consciências, a partir das coisas do dia-a-dia. Possuir uma atitude zen é discernir cada nuance do verde, perceber cada ruido, sentir cada cheiro, aperceber-se de cada toque. E estar atento às perlambulações da razão no seu fluxo interminável.
Por isso, o zen se constrói sobre a concentração, a atenção, o cuidado e a inteireza em tudo aquilo que se faz. Por exemplo, expulsar um gato da poltrona pode ser zen; também libertar os cachorros do canil e deixá-lo correr pelo no jardim. Conta-se que um guerreiro samurai antes de uma batalha visitou um mestre zen e lhe perguntou: “que é o céu e o inferno”? O mestre respondeu: “para gente armada como você não perco nenhum minuto”. O samurai enfurecido tirou a espada e disse:”por tal senvergonhice poderia matá-lo agora mesmo”. E ai disse-lhe calmamente o mestre:”eis ai o inferno”. O samurai caiu em si com a calma do mestre, meteu a espada na bainha e foi embora. E o mestre lhe gritou atrás:”eis ai o céu.”
O que a atitude zen visa, é a completa integração da pessoa com a realidade que vive. Deparamo-nos no meio de difenças, compartimentando nossa vida. O zen busca o vazio. Mas esse vazio não é vazio. É o espaço livre no qual tudo pode se formar. Por isso não podemos ficar presos a isto e àquilo. Quando um discípulo perguntou ao mestre:”quem somos”? respondeu apontando simplemente para o universo: “somos tudo isso”. Você é a planta, a ávore, a montanha, a estrela, o inteiro universo. Quando nos concentramos totalmente em tais realidades, nos identificamos com elas. Mas isso só é possível se ficarmos vazios e permitirmos que as coisas nos tomem totalmente. O pequeno eu desaparece para surgir o eu profundo. Então somos um com o todo. Este caminho exige muita disciplina. Não é nada fácil ultrapassar as flutuações de cada uma das consciências e criar um centro unificador.
Há uma base cosmológica para a busca desta unidade originária. Hoje sabemos que todos os seres provém dos elementos físicoquímicos que se forjaram no coração das grandes estrelas vermelhas que depois explodiram. Todos estávamos um dia juntos naquele coração incandecente. Guardamos uma memória cósmica desta nossa ancestraidade.
Depois, sabemos também que possuimos o mesmo código genético de base presente em todos os demais seres vivos. Viemos de uma bactéria primordial surgida há 3,8 bilhões de anos. Formamos a única e sagrada comunidade de vida.
Ao buscar um centro unificador, o zen nos convida a fazer esta viagem interior. É excusado dizer que tudo isso vale para todos mas principalmente para mim. (Fonte: Site IHU - Instituto Humanitas Unisinos)