Empresários e políticos tomam vacina contra Covid-19 às escondidas, diz revista
quinta-feira, 25 de março de 2021
VACINA TEM DE SER GRATUITA E UNIVERSAL
sábado, 20 de março de 2021
ECONOMIA DE FRANCISCO NA PAUTA
segunda-feira, 15 de março de 2021
ESQUERDA X DIREITA, O EMBATE NECESSÁRIO
Não existe avanço sem polaridades
Eugênio Magno
A vida é prodigiosa em nos mostrar, nas várias situações do passado ou do presente que não podemos prescindir de polaridades.
Masculino/Feminino, Sim/Não,
Tese/Antítese, Claro/Escuro, Positivo/Negativo, Esquerda/Direita, etc. São
elas, as polaridades, as geradoras da energia, do torque que impulsiona o motor
do desenvolvimento, a fricção que cria e nos empurra pra frente, pra cima, gera
o novo, nos tira da letargia. Ou seja, não existe avanço sem polaridades.
Se não, vejamos: na atualidade pandêmica brasileira, tem certas coisas que é preciso dizer. Por exemplo: é preciso dizer, lembrar e relembrar que o presidente da república, Jair Messias Bolsonaro, desde janeiro de 2020, quando o mundo inteiro tocou a sirene de alerta para os perigos e a letalidade do coronavírus, ignorou as autoridades mundiais responsáveis pela saúde e não tomou as providências cabíveis, devidas a um chefe de estado. E, pior, fez troça da doença, chamando-a de "gripezinha", usou de sarcasmo quando interrogado sobre o número de mortes por covid-19, foi garoto-propaganda de medicamentos que a ciência não aprovou como sendo eficaz no combate ao corona. E mais, incentivou, com seus constantes maus exemplos, os seus seguidores e os menos esclarecidos a não cumprirem os protocolos preventivos propostos pelos cientistas e ainda ridicularizou os brasileiros que usam máscaras. Fez churrascos, foi à praia, promoveu aglomerações e por aí vai... Poderia enumerar muitas outras ações negacionistas do presidente brasileiro, em relação às formas mais recomendadas para enfrentar o coronavírus.
Com tudo isso e, apesar de estarmos próximos de 300
mil mortes no Brasil por covid-19, do maior índice de desemprego da história, da
nossa economia estar em frangalhos, de uma equipe de governo de péssima
qualidade, dos constantes escândalos envolvendo a família Bolsonaro, de uma
séria crise institucional, entre os poderes da república, patrocinada pela falta
de espírito republicano do bolsonarismo e dos 74 documentos enviados à
presidência da câmara dos deputados, por quase 500 organizações da sociedade civil e mais de 1.500 pessoas físicas, pedindo seu impeachment , Jair
Bolsonaro, ainda mantinha índices de popularidade significativos.
Até uma semana
atrás, todas as pesquisas eleitorais, com vistas às eleições presidenciais de
2022, davam Jair Bolsonaro como candidato eleito, com o maior percentual de intenção
de votos, vencendo qualquer candidato que disputasse com ele as eleições.
Mas eis que surgem dois fatos na linha das polaridades que aqui aponto, como uma necessidade para que haja avanços em qualquer setor da vida, privada ou pública. Um dos fatos foi a pesquisa eleitoral publicada no último dia 11 de março, na qual Bolsonaro ficou muito mal na fita. Segundo a pesquisa, Jair Bolsonaro perde as eleições na disputa com quatro dos possíveis candidatos à presidência da república em 2022. Tanto Ciro Gomes, como Fernando Haddad, Luiz Henrique Mandetta ou Lula venceriam Bolsonaro, segundo a pesquisa. E o outro fato foi a entrevista coletiva do ex-presidente, Lula depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin ter decidido anular todas as decisões processuais tomadas contra ele pela Justiça Federal do Paraná dentro da Operação Lava Jato. Com isso, ficaram derrubadas as condenações de Lula nos casos do Triplex do Guarujá e do Sítio de Atibaia, o que reestabeleceu os direitos políticos do petista. Ou seja, se ele não sofrer condenações em segunda instância novamente até as eleições de 2022, não estará impedido de concorrer à Presidência da República. Na entrevista, Lula, com toda a empatia que lhe é peculiar, falou como um presidente deve se dirigir ao povo de uma nação, em situações como a que estamos vivendo. O ex-presidente falou da importância da vacina em caráter de urgência, condenou a liberação de armas para a população, fez críticas à política econômica do governo e à falta de habilidade diplomática do Brasil no campo das relações internacionais. O mais interessante nesse episódio é que Lula, imediatamente, após a entrevista na qual falou sobre a POS-SI-BI-LI-DA-DE de se candidatar em 2022, passou a pautar o comportamento de Jair Bolsonaro que, até então, permanecia impassível diante de todos os ataques sofridos de setores da sociedade e mesmo aos da oposição.
Nessa nossa análise o que menos importa
é se Lula será realmente candidato à presidência ou não. Se ele continuará
elegível até as eleições de 2022 ou se a Procuradoria
Geral da República (PGR) irá ou não recorrer da decisão do STF. Mas, no mínimo, duas
das reações do clã Bolsonaro dão provas de que somente a polarização, no caso
uma oposição forte, com apoio popular e capacidade de enfrentar o governo, em
um debate franco e democrático, pode mudar o rumo das coisas, até que cheguemos
às eleições ou que haja mobilizações suficientes para se iniciar um processo de
impeachment (o que tem poucas chances de acontecer).
As duas
maiores provas do pavor dos Bolsonaro depois da fala do Lula e da divulgação da
pesquisa eleitoral foram: um dia após a entrevista coletiva de Lula,
Jair Bolsonaro apareceu para o público usando máscara e os filhos do
presidente apelando para as redes sociais pedindo aos seguidores do pai que
divulgassem foto do presidente, juntamente com texto a favor da vacinação:
“nossa arma é a vacina”.
Política não é como futebol. Quem governa tem que governar para todos, mas para que todos ganhem, a nação seja vencedora e o povo vitorioso, é necessário que haja dois lados. Somente a polaridade e os contrapesos podem gerar o equilíbrio tão sonhado, mas pouco batalhado na arena da vida, das lutas, das mobilizações e das disputas de narrativas.
quarta-feira, 10 de março de 2021
RELAÇÕES EUA - AMÉRICA LATINA
Biden promove um complicado giro na política dos Estados Unidos em relação à América Latina
sexta-feira, 5 de março de 2021
O BRASIL NÃO CONSEGUE CONTROLAR A PROLIFERAÇÃO DA COVID
segunda-feira, 1 de março de 2021
CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA DE 2021
A importância do diálogo fraterno
Eugênio Magno
Fraternidade,
Amor, Paz, Unidade (ainda que na diversidade) são pressupostos básicos do
cristianismo. Num país como o nosso em que, algo em torno de 80% da população
se declara cristã, porque é necessário que as verdadeiras Igrejas Cristãs
tenham que fazer campanha para estimular e promover, justamente a fraternidade?
Queria
poder responder de outra forma, mas, meio a contragosto, digo que é simplesmente
porque não sabemos o que é ser cristão e é fundamental que sejamos lembrados
permanentemente. Existe todo um ensinamento dado pelo próprio Cristo é claro e,
pelos verdadeiros cristãos ao longo da história do cristianismo pelos Evangelhos,
segundo vários apóstolos. Cada um dos batizados que se dizem cristãos, também
já deveriam estar cientes do que é ser cristão. Sendo simplista, diria que ser
cristão é seguir o Cristo, é ter a intenção e o desejo de, ao menos, aprender a
segui-lo. E para segui-lo é fundamental que tenhamos, ainda que somente como
horizonte, o seu principal mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e
amar ao próximo como a si mesmo”.
Então
qual é o problema? Porque algumas seitas exploradoras da credulidade popular
faz tanto escarcéu contra a Campanha da Fraternidade de 2021. E, mais grave
ainda, porque setores conservadores da Igreja Católica e de outras Igrejas
pertencentes ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs insistem em dividir ainda
mais o que deveria estar unido e incentivam boicotes e fazem críticas à
campanha?
Na abertura do tempo da Quaresma, do Missal Dominical, tem um texto “O Jejum que salva”, que nos ajuda a argumentar sobre a importância da campanha da fraternidade.
Na quaresma se pede ao fiel que renuncie das refeições importantes do dia em sinal de disponibilidade e solidariedade. Disponibilidade à escuta de Deus, demonstrando dar mais valor à sua palavra que ao bem-estar imediato, sinal de conversão do coração; isto é que significa o jejum dos cristãos, como o do Mestre no início de sua missão. Um jejum mais sensível por todo o tempo da Quaresma, com outras iniciativas pessoais de desapego, renúncia às comodidades e satisfações mesmo legítimas, para maior liberdade interior. Assim o jejum ritual, feito com interioridade e não por mero formalismo, se torna sinal de fé e caminho de salvação para todo o nosso ser. Por outro lado, sofrendo um pouco de privação, saibamos unir-nos de algum modo aos homens para os quais é habitual a privação de alimento, de meios econômicos, de bens culturais e de possibilidades concretas de desenvolvimento: o jejum se torna um gesto simbólico, denúncia profética da injustiça que nasce do egoísmo, solidariedade com os mais pobres. Assim, a preparação para a Páscoa se torna ‘Campanha da Fraternidade’, e a ceia do Senhor um gesto de pobreza, contrição, esperança, anúncio. Quem participa seriamente da paixão do Senhor, ainda hoje viva, nos pobres da terra, sabe que a volta ao pai (tanto a sua como a da comunidade) já começou, e que na mortificação da carne pode florescer o Espírito da ressurreição e da vida. (Missal Cotidiano, Paulus, pág. 140)
Na quarta-feira de cinzas, 17 de
fevereiro, foi lançada a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 com o tema
“Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz:
do que era dividido, fez uma unidade”. Neste ano, a campanha é ecumênica e,
portanto organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo
Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC).
Para quem não sabe, a Campanha da
Fraternidade acontece no Brasil desde 1964 e, a partir do ano 2000 ela assumiu
o compromisso de ser ecumênica a cada cinco anos.
Os principais objetivos da Igreja
Católica, representada em nosso país pela CNBB, em criar, manter e promover
anualmente as Campanhas da Fraternidade são os seguintes:
Educar para a vida em
fraternidade, com base na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho e Renovar a consciência da responsabilidade de
todos pela ação da Igreja Católica na evangelização e na promoção humana, tendo
em vista uma sociedade justa e solidária.
A campanha deste ano está voltada para a
superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual, em
especial no contexto da política e da pandemia da covid-19. A CNBB chama a
atenção para o fato do vírus que já é letal em si mesmo, ter encontrado aliados
na indiferença, no negacionismo, no obscurantismo e no desprezo pela vida e na
ocasião do lançamento virtual da campanha, conclamou os cristãos a serem
aliados na responsabilidade, na lucidez e na fraternidade. A proposta da CNBB
que encontrou plena ressonância no Conselho Nacional das Igrejas Cristãs foi
dar continuidade à campanha do ano passado, sobre a necessidade do cuidado
mútuo entre as pessoas, independentemente de sua cor, raça, etnia, gênero,
cultura e condição social e econômica. Os organizadores da campanha ressaltam
que essa proposta ecumênica não é de imposição, no sentido de que todos pensem e
ajam da mesma maneira e sim de sensibilização sobre a importância do diálogo,
especialmente frente às diferenças. CNBB e CONIC identificaram nesse tema a
mensagem pela qual o nosso tempo clama. É voz corrente entre os cristãos que,
verdadeiramente, abraçam o Evangelho de Jesus Cristo, saberem-se conscientes de
como é triste ver o que vem acontecendo em nossa sociedade, marcada pela
radicalização, polarizações e desrespeito às pessoas, especialmente as mais
simples e as vulnerabilizadas, sem fazer nada a respeito.
As campanhas da fraternidade são formas
concretas de expressarmos a dimensão social e porque não dizer política da nossa fé. E isso
não tem nada a ver com simpatias ou antipatias partidárias. Muito embora hajam
muitos partidos políticos e partidários de determinados partidos negacionistas que, mais preocupados em
dividir ou se afirmarem, equivocadamente, negam o amor e a fraternidade entre
os humanos.
A proposta aqui é incentivar e apelar às pessoas de bem, independentemente do credo que professem, no sentido de
contribuir como puder para o sucesso da Campanha da Fraternidade Ecumênica de
2021: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” – “Cristo é a nossa paz: do
que era dividido, fez uma unidade”.