A contradição entre o dia do mês e a data da leitura de consumo
(Foto: Eugênio Magno)
Cemig e Copasa:
lucros cada vez maiores, serviços a cada dia piores
Duas empresas que quando estatais foram modelares na prestação de serviços aos consumidores e excelentes empregadoras vêm perdendo credibilidade junto ao público.
Contas de água e luz estão a cada dia mais caras e a aferição do consumo nem sempre é confiável. A imagem acima ilustra episódio ocorrido dois dias antes da publicação desta matéria. No dia 23 de junho de 2021 quando voltava de minha caminhada matinal avistei de longe o leiturista da Copasa que havia acabado de fazer a leitura do hidrômetro em minha residência deixar a conta na caixa de correio. Ao chegar em casa e consultar a fatura me dei conta de que a data da leitura e de apresentação da mesma estava adiantada em um dia no calendário, marcava 24.06.2021. Achei melhor não incomodar o leiturista, certamente ele iria dar razão para a máquina, como a maioria das pessoas e, principalmente, das empresas, tem feito na atualidade. No entanto, entendi que seria mais adequado fazer uma denúncia pública da forma que faço aqui neste espaço. Afinal, grande parte da população anda insatisfeita com esses serviços e com a forma como a tese da privatização das estatais brasileiras vêm sendo defendida pelos governos federal, estaduais e municipais e pela grande mídia. A privatização de serviços essenciais, de matrizes energéticas, abastecimento e saneamento é um grande equívoco para o qual são necessários alertas constantes.
A Cemig se tornou uma Companhia de capital aberto com mais de 140 mil acionistas em 38 países e suas ações são comercializadas nas bolsas de São Paulo, Nova York e Madri. Já a Copasa se constitui como sociedade de economia mista e, embora o Estado de Minas Gerais seja o maior acionista, a participação de outros acionistas já chega a 49,96%.
As duas principais empresas de abastecimento de Minas Gerais, Cemig e Copasa, há tempos vêm terceirizando grande parte de seus serviços para empreiteiras. Com isso, os serviços de excelência, pelos quais tanto prezaram no passado, estão perdendo em qualidade e confiança, ao mesmo tempo em que proporcionam altos lucros aos seus acionistas e pesam cada vez mais no bolso dos consumidores.
Ao contrário do que sempre foi prometido e continua sendo alardeado pelos privatistas, os serviços dessas duas empresas só vêm piorando e encarecendo, à despeito dos lucros e dividendos pagos aos investidores. No caso da energia elétrica, por exemplo, já entramos na famigerada bandeira vermelha novamente e os gestores estão falando até em apagão, para defender o indefensável que é a privatização da Eletrobras e de outras empresas de energia, como se a privatização fosse a solução para os problemas econômicos brasileiros.
Isso é um absurdo que precisa ser denunciado, especialmente em se tratando de empresas monopolistas, ou por acaso a população poderá escolher entre três ou quatro prestadoras de serviços para definir qual delas será sua fornecedora de água, luz ou coletora de esgoto?
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