Eugênio Magno
Essa coisa de pedir donativo à população para depois promover a sua redistribuição a entidades ou pessoas carentes é uma questão controversa. Não pelo ato em si, que é dos mais nobres e merece todo o respeito, mas pela forma e falta de critérios como são gerenciados alguns dos procedimentos para tais fins.
Recentemente tomei conhecimento de duas ações dessa natureza que têm contrariado cidadãos de bem. Uma delas envolve uma instituição financeira que, na tentativa de angariar fundos para os desabrigados de Santa Catarina, colocou em seu sistema eletrônico a opção de doação. Acontece que, segundo os clientes da instituição bancária, a opção de doação que deveria aparecer na tela inicial do caixa eletrônico, antes do início da operação pretendida pelo cliente, surge no momento em que o cliente vai finalizar a operação. Ele é confundido e em vez de encerrar, faz uma doação, contra a sua vontade, e de um valor além das suas possibilidades. Isso acontece quando a agência bancária já está fechada para atendimento presencial e o cliente não pode registrar a sua reclamação com os funcionários. A outra é de uma farmácia de Belo Horizonte que recebe donativos para um hospital da capital mineira. Nesse caso, o cliente que depois de dar preferência àquele estabelecimento comercial, é constrangido na fila, quando abordado pelas funcionárias do caixa que perguntam: “gostaria de doar o seu troco para o Hospital X ?” Na maioria das vezes os clientes doam constrangidos e coagidos, com vergonha de dizerem não diante de outras pessoas e serem tidos como avaros e insensíveis.
Ora, doação é algo que deve ser feito de forma espontânea, de acordo com as posses de quem doa e livre de todo e qualquer constrangimento ou coação. Não pensem que eu esteja sugerindo que ações dessa natureza não devam ser promovidas. Muito pelo contrário, eu não só acredito nesse tipo de ação, como a recomendo. Entretanto, entendo que tais programas exigem planejamento, gerenciamento e expertise. Se ainda não fui claro insisto em dizer que existe uma categoria profissional com formação especializada para realizar esse tipo de programa de marketing social ou de relações públicas beneficentes de forma eficiente e ética. Digo isso e assim dessa forma, porque uma boa idéia, quando mal realizada ou promovida sem o devido cuidado pode ser um tiro no pé. Tenho ouvido pessoas descontentes nas filas dessa farmácia, respondendo rispidamente às suas funcionárias quando abordadas. Guardei inclusive a frase de uma delas: “não é com o meu dinheiro que a sua farmácia vai fazer média com a opinião pública e conseguir desconto no imposto de renda”.
No que diz respeito à farmácia, ainda que pese o constrangimento, o cliente ainda tem a possibilidade de dizer não. Quanto ao banco, apertou a tecla, dançou...
Antes de fechar este artigo e enviá-lo para publicação, as pessoas que conheço e que foram vítimas dessa apropriação financeira bancária, ainda não haviam recebido o seu dinheiro de volta.
Essa coisa de pedir donativo à população para depois promover a sua redistribuição a entidades ou pessoas carentes é uma questão controversa. Não pelo ato em si, que é dos mais nobres e merece todo o respeito, mas pela forma e falta de critérios como são gerenciados alguns dos procedimentos para tais fins.
Recentemente tomei conhecimento de duas ações dessa natureza que têm contrariado cidadãos de bem. Uma delas envolve uma instituição financeira que, na tentativa de angariar fundos para os desabrigados de Santa Catarina, colocou em seu sistema eletrônico a opção de doação. Acontece que, segundo os clientes da instituição bancária, a opção de doação que deveria aparecer na tela inicial do caixa eletrônico, antes do início da operação pretendida pelo cliente, surge no momento em que o cliente vai finalizar a operação. Ele é confundido e em vez de encerrar, faz uma doação, contra a sua vontade, e de um valor além das suas possibilidades. Isso acontece quando a agência bancária já está fechada para atendimento presencial e o cliente não pode registrar a sua reclamação com os funcionários. A outra é de uma farmácia de Belo Horizonte que recebe donativos para um hospital da capital mineira. Nesse caso, o cliente que depois de dar preferência àquele estabelecimento comercial, é constrangido na fila, quando abordado pelas funcionárias do caixa que perguntam: “gostaria de doar o seu troco para o Hospital X ?” Na maioria das vezes os clientes doam constrangidos e coagidos, com vergonha de dizerem não diante de outras pessoas e serem tidos como avaros e insensíveis.
Ora, doação é algo que deve ser feito de forma espontânea, de acordo com as posses de quem doa e livre de todo e qualquer constrangimento ou coação. Não pensem que eu esteja sugerindo que ações dessa natureza não devam ser promovidas. Muito pelo contrário, eu não só acredito nesse tipo de ação, como a recomendo. Entretanto, entendo que tais programas exigem planejamento, gerenciamento e expertise. Se ainda não fui claro insisto em dizer que existe uma categoria profissional com formação especializada para realizar esse tipo de programa de marketing social ou de relações públicas beneficentes de forma eficiente e ética. Digo isso e assim dessa forma, porque uma boa idéia, quando mal realizada ou promovida sem o devido cuidado pode ser um tiro no pé. Tenho ouvido pessoas descontentes nas filas dessa farmácia, respondendo rispidamente às suas funcionárias quando abordadas. Guardei inclusive a frase de uma delas: “não é com o meu dinheiro que a sua farmácia vai fazer média com a opinião pública e conseguir desconto no imposto de renda”.
No que diz respeito à farmácia, ainda que pese o constrangimento, o cliente ainda tem a possibilidade de dizer não. Quanto ao banco, apertou a tecla, dançou...
Antes de fechar este artigo e enviá-lo para publicação, as pessoas que conheço e que foram vítimas dessa apropriação financeira bancária, ainda não haviam recebido o seu dinheiro de volta.
Ô, meirmão, entonces, tienes un blog!! Vou adicioná-lo ao meu e serei um leitor fiel, embora fugidio! Um abraço do Paulo Barbosa
ResponderExcluirBoa tarde
ResponderExcluirEugênio,
Adorei seu artigo principalmente por ter sido uma das vitimas da doação “espontânea” da instituição financeira que você faz citação (CEF).
Depois de muitas idas a minha agência, telefonemas e protocolos de reclamações, enfim a historia teve um fim, decorrido um mês o meu dinheiro foi estornado a minha conta sem nenhuma correção. E assim fica o caso sem satisfações e nem explicações do que fizeram.
wilma
Paulo,
ResponderExcluirQue bom tê-lo como leitor. Obrigado acrescentar o minasegerais ao seu prestigiado Humor à la carte.
Wilma,
O "meu" blog é um espaço democrático, que pretende também prestar serviço ao cidadão, na medida em que informa e faz denúncias.
Obrigado pela visita e pelo retorno.