Tupinambá ocupam hotel-fazenda
e denunciam crimes ambientais
Um grupo composto por cerca de 70 índios Tupinambá de Olivença ocuparam o Hotel Fazenda da Lagoa, no município de Una, localizado na rodovia BA-001, altura do km 18. O hotel possui como um dos sócios o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Segundo as lideranças, a ocupação se deve ao fato do hotel ser alvo de denúncia dos indígenas de crime ambiental. Segundo o cacique Valdenilson existe um interdito do Ibama a ampliação do empreendimento. “Fizemos esta ação para barrar a destruição que eles vêm fazendo dentro do nosso território, matando o nosso manguezal”, disse o cacique Val.
Outros motivos explicitados pelo cacique são da necessidade de sensibilizar as autoridades para a celeridade do processo de regularização do território Tupinambá de Olivença: a demora tem feito com que muitos atos de violência e discriminação ocorram contra a comunidade Tupinambá, relata o cacique.
As lideranças desmentiram a informação de que ocorreu cárcere privado e depredação do local. A Polícia Federal se dirigiu ao local acompanhada por representantes da Funai de Ilhéus e o chefe de posto do CLT/Ilhéus, Nicolas Melgaço.
Valdenilson informou ainda que outros caciques e lideranças Tupinambá se dirigem ao local para oferecer apoio. Toda a repercussão causada, inclusive com inserção imediata no programa Fantástico, da Rede Globo, pela ação se deve ao fato do hotel ter como um dos sócios o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
A área está em processo de demarcação territorial. No entanto, o procedimento é barrado pela existência de dezenas de resorts localizados entre a rodovia e o mar, cujas praias serviram de cenário para um dos maiores massacres praticados pela colonização, quando nove quilômetros de corpos indígenas foram deixados pelos homens de Mem de Sá, em 1567.
(Fonte: Equipe do CIMI de Itabuna Extremo Sul)
Nenhum comentário:
Postar um comentário