Para os
movimentos, pastorais sociais e grupos de trabalho, o discurso do
Papa deve ser um roteiro de reflexão, mística e
ação
Caci Amaral
Coordenadora da Pastoral Fé e Política
da Arquidiocese de
São Paulo
Em seu discurso durante o Encontro
Mundial dos Movimentos Populares, organizado pelo Pontifício Conselho
Justiça e Paz em colaboração com a Pontifícia Academia das Ciências Sociais e
com os líderes de vários movimentos sociais, o Papa Francisco defendeu a Reforma
Agrária e fez duras críticas ao modelo do agronegócio.
Ao citar o Compêndio da Doutrina Social da
Igreja, Francisco lembrou que "a reforma agrária é, além de uma
necessidade política, uma obrigação moral".
Disse ainda se preocupar com a erradicação
de tantos camponeses que deixam suas terras, “não por guerras ou
desastres naturais”, mas pela “apropriação de terras, o
desmatamento, a apropriação da água, os agrotóxicos inadequados são alguns dos
males que arrancam o homem da sua terra natal”. Para ele, “essa dolorosa separação, que não é só física,
mas também existencial e espiritual, porque há uma relação com a terra que está
pondo a comunidade rural e seu modo de vida peculiar em notória decadência e até
em risco de extinção”.
Como conseqüência a essa perversidade, o
Papa trouxe a dimensão da fome ao se referir a outra prática recorrente do
agronegócio. “Quando a especulação financeira condiciona o preço dos
alimentos, tratando-os como qualquer mercadoria, milhões de pessoas sofrem e
morrem de fome".
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