sexta-feira, 30 de outubro de 2009

OS SINOS DOBRARAM EM BARRA CONTRA A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO


Réquiem para a transposição do São Francisco
Dom Tomás Balduino*
É NATURAL que chefes de Estado tenham o sonho de vincular sua memória a uma grande obra perene. Brasília é o monumento que imortalizou Juscelino Kubitschek. Imagino que Lula, nordestino que passou sede no semiárido, carregou pote d'água na cabeça, possa estar sonhando em se ligar pessoalmente com o nordestino rio São Francisco, símbolo da integração nacional, transformando o grande sertão da seca num abençoado oásis graças a um gigantesco projeto de transposição de suas águas. O projeto nada deveria à Transamazônica nem a Itaipu. Isso explica, quem sabe, sua apaixonada tenacidade em querer levar adiante essa obra apesar das inúmeras reações contrárias de parte do Judiciário, do Ministério Público, da mídia, dos cientistas, do episcopado católico, das organizações sociais, dos atingidos pelas obras: camponeses, quilombolas, grupos indígenas.
Na sua excursão ao longo do projetado canal, levando aos palanques Ciro Gomes, além da candidata Dilma Rousseff, não faltou, da parte do presidente, o irado recado para os que ele considera obstáculos à transposição. Enquanto isso, chamou a atenção de muitos o gesto do bispo da Barra, dom Luiz Cappio, ordenando o dobre de finados na catedral enquanto Lula perambulava por aquela cidade.
Os sinos são a secular e inconfundível marca da cultura cristã nos templos das grandes metrópoles e nas pequeninas capelas do interior. Acompanham alegrias e esperanças, tristezas e angústias da comunidade nos eventos maiores do lugar ou marcam, com seu toque lúgubre, a morte dos entes queridos e o Dia de Finados. Conhecendo pessoalmente os sentimentos desse homem, que não hesitou em colocar a sua vida pelo povo ribeirinho, bem como pela revitalização do rio, posso dizer que esse gesto, o do dobre dos sinos, bem como o do jejum, tem o peso de uma profecia. Esses símbolos querem dizer que a transposição do São Francisco não se concluirá. Morrerá. Descansará em paz. Réquiem, então, para ela! Muita gente está convencida da inviabilidade desse megaprojeto. Eis as razões. A transposição pretende guindar continuamente, em um desnível de 300 metros, 2,1 bilhões de m3 da água mais cara do mundo para o Nordeste, que, por sua vez, já acumula 37 bilhões de m3 a custo zero. Se o problema da seca do Nordeste não se resolve com esses 37 bilhões de m3 armazenados, irá ser resolvido com 2,1 bilhões de m3 da transposição? Uma certeza muitos têm: os 70 mil açudes do Nordeste construídos nesses cem anos demonstram que lá não falta água. O que falta é a distribuição dessa água. Basta implantar um vigoroso sistema de adutoras, como o proposto pela Agência Nacional de Águas, por meio do "Atlas do Nordeste", que foi abafado pelo governo. Trata-se de levar água por meio de uma malha de tubos e adutoras a toda a população difusa do semiárido para o abastecimento humano, sem a transposição. Enquanto a transposição atenderia 12 milhões de pessoas em quatro Estados, segundo dados oficiais, o projeto alternativo atenderia 44 milhões em dez Estados. Custo: metade do preço da transposição. Nesse emaranhado de conflitos, existe um esperançoso toque de sino. Enquanto, de um lado, ainda prevalece a indústria da seca (a transposição aí se inscreve), que rende uma fortuna para os políticos e empresários e mantém o povo na situação do flagelado retirante, segundo a expressão lírica de Luiz Gonzaga, de Portinari, de Graciliano Ramos, de João Cabral de Melo Neto etc., do outro lado está surgindo uma nova consciência nas comunidades populares carregada de esperança libertadora.
Trata-se da convivência com o semiárido. Como os povos do gelo, das ilhas e do deserto vivem bem na convivência com seu habitat, assim esse povo começa a descobrir a extraordinária riqueza de vida do Nordeste. A questão não é "acabar com a seca", mas de se adaptar ao ambiente de forma inteligente. Nessa linha, um pedreiro sergipano inventou a tecnologia revolucionária das chamadas cisternas familiares de captação da água de chuva para o consumo humano. Em mutirão já foram construídas 290 mil cisternas como parte de um projeto de 1,3 milhão de cisternas para captação de água da chuva. Está chegando, pois, a transfiguração do povo e da terra construída de baixo para cima, no respeito e na convivência, libertando-se dos projetos faraônicos devastadores, impostos autoritariamente de cima para baixo. Esse humilde toque de sino, alegre e festivo, já se pode ouvir com nitidez, pois essa mudança, cheia de vida e esperança, é um fato no grande sertão nordestino.
* Mestre em teologia e pós-graduado em antropologia e linguística, é bispo emérito de Goiás e ex-presidente da Comissão da Pastoral da Terra. (fonte: Folha de São Paulo, 25.10.09)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

ELEIÇÕES 2010

Tudo acertado para 2010
Eugênio Magno
Lideranças de uma das tendências (correntes) do Partido dos Trabalhadores em Minas acreditam que já está tudo acertado para as eleições de 2010.
A hipótese é a seguinte: Lula, com a popularidade em alta, vai fazer todo o esforço possível para transferir o seu prestígio político para Dilma Rousseff que, se tiver 25% das intenções de voto no start da campanha, ganha no primeiro turno, segundo teriam profetizado os assessores de marketing do PT que agora contam com o reforço de Ben Self, marqueteiro digital de Obama. Aécio Neves deixará o campo aberto para José Serra disputar a presidência, e irá para o senado, onde será o presidente da casa no governo da Dilma. E Fernando Pimentel vai ser o próximo Governador de Minas Gerais.
Diante de tamanha euforia chegamos a pensar que nem vale à pena votar. Afinal, as favas já estão contadas. Será? Está tudo acertado, mas falta combinar com os cerca de 14 milhões de eleitores em Minas e os mais de 130 milhões de eleitores brasileiros.
Apesar da grande aliança que o PT está costurando, com partidos de várias cores – até com Judas –, como exemplificou o presidente Lula, quem vai segurar aqui em Minas, líderes como Patrus Ananias, Hélio Costa e Itamar Franco? Antônio Anastasia vai topar ir para o sacrifício? Na sucessão presidencial, a coisa também não é tão simples como parecia, ou como querem nos fazer crer os mais otimistas. Ainda é uma incógnita se Aécio realmente vai abrir mão da sua candidatura à presidente para disputar uma vaga no senado. Serra é o preferido da maioria dos cardeais do seu partido, só que não tem carisma. Mas onde está o líder carismático do PSDB? Essa pergunta, definitivamente, não tem resposta. O Ciro Gomes que a princípio todo mundo espera que seja apenas degrau para Dilma, se emplacar, pode gostar do jogo e virar a mesa. Heloísa Helena, certamente, vai estar bem armada nessa campanha. Ela não é de meias palavras. É bom não esquecer que o cenário político dos últimos anos deu a ela muita munição. E a grande novidade no quadro sucessório de 2010, Marina Silva, não deixou o PT para brincar de alface no PV. Apesar de tudo que se diz ao contrário, na atual conjuntura nenhum partido brasileiro de expressão pode se dá ao luxo de criticar a fragilidade e as contradições do Partido Verde. A ex-ministra do meio ambiente não só mudou de legenda, o que ela quer mesmo é politizar e ampliar a discussão ecológica, sob o paradigma do socioambientalismo.
Mais do que uma eleição plebiscitária, onde pode imperar o chamado voto útil e os caciques dos partidos irão insistir com os eleitores para que votem no menos pior dos candidatos, tem gente apostando que a questão de gênero será uma forte condicionante em 2010. Dilma Rousseff, Marina Silva e Heloisa Helena, três mulheres e três formas diferentes de fazer política. Aécio Neves ou José Serra e Ciro Gomes, e suas semelhanças. Homem ou mulher, quem entre os(as) presidenciáveis tem o melhor projeto? A campanha começou e os acordos já vêm sendo feitos desde as eleições de 2006. A sorte está lançada...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

REDE DE ASSESSORES DO CEFEP SE REUNIU EM BRASÍLIA

Os assessores do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara - CEFEP-DF, estiveram reunidos por dois dias em Brasília, na última semana, no Centro Cultural de Brasília. No seminário, além de fazerem uma análise da conjuntura política brasileira, foram apresentados os textos das publicações que estão sendo produzidas pela instituição. Democracia, Igreja e Cidadania, cujo assessor referencial e organizador dos textos é o sociólogo Ivo Lesbaupin, tem seu lançamento previsto para janeiro de 2010; Opção pelos pobres hoje, organizado pelo economista Pedro Ribeiro, será lançado em meados de julho e Cultura, Transformação Social e Evangelização, organizado pelo teólogo Paulo Fernando, deverá ser lançado no final do ano de 2010.

Da esquerda para a direita, em pé: César Sanson, Izalene Tiene, Durval Ângelo, Antônio Geraldo, Paulo Fernando, Manfredo Araújo e Eugênio Magno. Agachados(as): Laudelino Augusto, Áurea Emília, Antônio Aparecido, pe. Ernanne Pinheiro, Ivo Lesbaupin, Sarah Telles, Pedro Ribeiro, Degislando Nóbrega e Márcio Tangerino. (Foto: Sidney Sabino)


A Rede de assessores em reunião

Assessores assistem a uma exposição temática.

O QUE O PROGRAMA "BOLSA FAMÍLIA" REPRESENTA

O bolsa ou a vida
Juremir Machado da Silva
"Dizem que Bolsa-Família é coisa de país atrasado. Concordo. Todo país europeu desenvolvido e com algum senso de responsabilidade social tem Bolsa-Família. Sem esse nome, claro. A Alemanha tem. A França tem. Os países escandinavos têm. Até a Inglaterra tem. Os europeus são dinossauros. Na França, o Bolsa-Família atende pelo nome de 'aides sociales' (ajudas sociais). A França é totalmente insensível aos novos tempos. O seguro-desemprego francês pode durar até 36 meses. Depois disso, se a vida continua dura, o sujeito pode ter acesso ao RMI (renda mínima de inserção): 447 euros para uma pessoa só, 671 euros para quem tiver um filho. Quase 2,5 milhões de franceses recebem o RMI (nome válido até este ano). A partir dos 59 anos de idade, a pessoa pode receber o RMI sem sequer ter a obrigação de procurar trabalho. Não dá!As famílias francesas recebem ajuda financeira conforme o número de filhos. O Estado ajuda a alugar apartamento e até a tirar férias. O sistema de saúde é universal e gratuito, inclusive os medicamentos. Que atraso! Um estudante estrangeiro em situação regular na França pode receber ajuda do Estado para ter onde morar. É muita mamata. Lembrete: o governo francês atual é, como eles dizem, de direita. Mas o Estado francês é republicano. A concepção de Estado dos europeus é muito esquisita: uma instituição para ajudar a todos e proteger os interesses da coletividade, devendo estimular a livre iniciativa e dar condições de vida digna aos mais desfavorecidos. Agricultores recebem subsídios. Empresas ganham incentivos. A universidade é gratuita para todos os aprovados no BAC, o Enem deles. Há vagas para todos. Obviamente não há necessidade de cotas. Que loucura!
Existem instituições privadas de ensino cujos salários dos professores são, em geral, pagos pelo Estado, pois se trata de um serviço de utilidade pública. Aí os nossos liberais adoram dizer: 'É por isso que a França está quebrada'. Tive a impressão de que a crise mundial mostrou os Estados Unidos mais quebrados do que a França. Os mesmos liberais contradizem-se e afirmam: 'A França é rica e pode se dar esse luxo...'. É rica ou está quebrada? Quase 30% do PIB francês é distribuído em ajudas sociais. O modelo francês enfurece os capitalistas tupiniquins, leitores de revistas como a Veja, cujas páginas pingam ideologia. Visto que dá mau exemplo de proteção social, o Estado francês é chamado de anacrônico, ultrapassado, assistencialista e outros termos do mesmo quilate usados na guerra midiática. Está certo. Moderno é ajudar a turma dos camarotes e mandar a plebe se virar. Acontece que a plebe do Primeiro Mundo não aceita esse tipo de modernidade tão avançada.
É plebe rude. Se precisa, quebra tudo, mas não cede. Os ruralistas de lá são mestres em incendiar prefeituras quando falam em cortar-lhes os subsídios estatais. Nas cidades, a turma adora queimar uns carros para fazer valer seus direitos. Na Europa, pelo jeito, não se melhora o Estado piorando a sociedade. A França tem muito a aprender com o Brasil. Somos arcaicamente modernos. Numa pesquisa recente, a França tem a melhor qualidade de vida da Europa. Nada, claro, que possa nos superar." (fonte: Jornal Correio do Povo, Porto Alegre)

A PRAGA DOS TRANSGÊNICOS

O mundo segundo a Monsanto é o livro de Marie-Monique Robin, lançado no Brasil pela Editora Radical Livros, São Paulo. O livro tem tido uma impressionante repercussão internacional.




Ivo Lesbaupin, doutor em Sociologia pela Université de Toulouse-Le-Mirail, na França, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e assessor do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara - CEFEP-DF comenta o livro em artigo, cuja íntegra pode ser lida clicando aqui. (fonte: Portal EcoDebate)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

DISCURSO DE UM INDÍGENA SOBRE A DÍVIDA EXTERNA DA AMÉRICA LATINA

Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, sobre o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Européia. A conferência dos chefes de Estado da União Européia, Mercosul e Caribe, em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de grande exatidão histórica. Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira Dívida Externa. Confira o texto na íntegra.
Guaicaípuro Cuatemoc
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" só há 500 anos.. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país - , com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no "Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.
Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável, ou pelo menos produtivo, desses fundos?
Não. No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo.
No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.
Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica..."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A COMUNICAÇÃO E O MARKETING NAS ELEIÇÕES DE 2010

No próximo dia 20 de outubro, o comunicólogo Eugênio Magno vai falar sobre Marketing Político e Eleitoral com vistas às eleições de 2010. A palestra é uma iniciativa do Conselho Regional de Relações Públicas 3ª Região e integra o Projeto RP em dia. Confira os detalhes no folder abaixo:

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

IRMÃ BENEDITINA QUER IMPEDIR A OBRIGATORIEDADE DA VACINA CONTRA A GRIPE A

A irmã beneditina Teresa Forcades, doutora em medicina, começou um movimento civil na Internet para impedir que a vacina contra a gripe AH1N1 seja obrigatória e contra a gestão da doença.Em um vídeo que ela postou na rede, essa irmã faz um chamado à participação popular para que ninguém possa ser forçado a ser vacinado na Espanha e para que aqueles que sejam vacinados não percam seu direito a exigir responsabilidades se sofrerem efeitos colaterais.A reportagem é de Gaspar Hernández, publicada no sítio Religión Digital e no jornal catalão El Periódico, 08-10-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Para ler a matéria na íntegra clique aqui. (Fonte: Site do IHU - Instituto Humnitas Unisinos)

BH RECEBE A 4ª MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA DO SUL

Longa-metragem premiado do projeto “Vídeo nas Aldeias” marca a abertura do evento
Entre os dias 13 e 19 de outubro Belo Horizonte recebe 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, realizada no Cine Humberto Mauro com entrada franca.
Na sessão de abertura está prevista a exibição do longa-metragem “Corumbiara”, vencedor este ano dos prêmios de melhor filme no Festival de Gramado e no Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Goiás), além de menção honrosa no É Tudo Verdade. Dirigido por Vicente Carelli, o filme integra o projeto “Vídeo nas Aldeias”, foco do programa Homenagem desta edição e que tem como objetivo apoiar as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais por meio de recursos audiovisuais e de uma produção compartilhada com os povos envolvidos.
Considerado projeto precursor na área de produção audiovisual dos índios no Brasil, o “Vídeo nas Aldeias” foi criado em 1987 a partir de um experimento realizado por Vincent Carelli entre os índios Nambiquara, quando estes eram filmados e depois assistiam a suas próprias imagens. Além do longa “Corumbiara” na sessão de abertura da Mostra, outros sete títulos do projeto também estão programados.
Na sessão Contemporâneos o público poderá conferir alguns trabalhos recentes, como “Garapa”, de José Padilha (diretor do sucesso “Tropa de Elite”) e as produções inéditas no Brasil como “Entre A Luz e a Sombra”, de Luciana Burlamaqui e o argentino “Unidade 25”, dirigido por Alejo Hojiman.
Programa Especial
Entre os destaques da Mostra está o longa-metragem “Histórias de Direitos Humanos”, que integra o Programa Especial com 22 episódios de três minutos cada, assinados pelo argentino Pablo Trapero, o chinês Jia Zhang Ke, o tailandês Apichatpong Weerasethakul e o realizador de Burkina Faso Idrissa Ouédraogo (“África, Minha África”), além da dupla brasileira Walter Salles e Daniela Thomas.
“O Cavaleiro Negro” de Ulf Hultberg e Åsa Faringer, e a minissérie televisiva “Trago Comigo”, na qual a diretora Tata Amaral mistura ficção e realidade para abordar a ditadura militar no Brasil, também fazem parte do Programa Especial.
Retrospectiva Histórica
Inspirada pelo mote “Iguais na Diferença” (tema de recente campanha pela inclusão das pessoas com deficiência criada para a Secretaria de Comunicação Social e Secretaria Especial dos Direitos Humanos, ambas da Presidência da República), a Retrospectiva Histórica de 2009 reúne produções realizadas de 1949 a 1998, destacando nomes expressivos da cinematografia da região. É o caso do chileno Raúl Ruiz, que realizou “O Realismo Socialista” em 1973, e do peruano Francisco J. Lombardi, autor do sucesso “Não Conte a Ninguém” (1998). Dois longas-metragens brasileiros, que tratam de temas fortes e há muito fora de circulação, são recuperados pela programação: “Crueldade Mortal” (Luiz Paulino dos Santos, 1976), através de uma brilhante atuação de Joffre Soares, aborda questões ligadas ao idoso, tortura e segurança pública, enquanto que “Também Somos Irmãos” (José Carlos Burle, 1949), com elenco liderado por Grande Otelo, é considerado por estudiosos como o filme mais importante sobre a questão racial feito no Brasil.
O evento, que acontece entre os dias 13 e 19 de outubro em Belo Horizonte, é dedicado a obras que abordam questões referentes aos direitos humanos, produzidas recentemente nos países sul-americanos. No total, estão representados dez países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Perú, Uruguai e Venezuela.
Além de Belo Horizonte, outras 15 cidades recebem Mostra: São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Porto Alegre, Teresina, Manaus, Fortaleza, Rio Branco, Belém, Maceió, Brasília, Recife, Curitiba, Goiânia e Salvador. Em todas as capitais acontecem sessões com audiodescrição e closed caption.
A 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma realização da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores, da TV Brasil e da Sociedade Amigos da Cinemateca. As obras mais votadas pelo público são contempladas com o Prêmio Aquisição TV Brasil nas categorias longa, média e curta-metragem. A programação tem curadoria do cineasta e curador Francisco Cesar Filho e em Belo Horizonte a mostra é organizada por Alexandre Pimenta. Maiores informações podem ser obtidas no website da mostra: http://www.cinedireitoshumanos.org.br/ .

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

AS MAZELAS DO NOSSO MODELO CIVILIZATÓRIO

Ensaio sobre o aquecimento global
Dib Curi

"Na antiguidade, as pessoas explicavam os fenômenos naturais através de mitos. Os mitos eram estórias de grande simbolismo sobre a origem do mundo. Na Grécia, o aparecimento do ser humano era explicado pelo mito de Prometeu, considerado o pai da humanidade.
Conta-se que Prometeu, apaixonado por sua criação, roubou o fogo dos deuses para dá-lo aos homens. O fogo simboliza, entre outras coisas, a inteligência e o poder dos engenhos. "O fogo forneceu à humanidade um meio de construir armas e subjugar os animais. O fogo propiciou a fabricação de ferramentas com que cultivamos a terra. Com o fogo aquecemos nossa morada e nos tornarmos independentes do clima. Criamos a arte da cunhagem das moedas, o que facilitou o comércio."
Com o fogo, o ser humano transformou a natureza. Veio, muito mais tarde, a Revolução Industrial, as máquinas e as cidades, discípulas das máquinas, movidas pelo fogo. As chaminés das indústrias, o asfalto e os carros nos engarrafamentos são os maiores ícones do fogo. O Aquecimento Global é a sua principal consequência.
Passando pela madeira, carvão, pólvora e petróleo, o fogo modificou o mundo e a nós também. O fogo brando que nos aqueceu e nos fez progredir se transformou em labaredas descontroladas de novas ambições, de desejos insaciáveis e de medos sem medida. Nos tornamos hiperativos para atingir o que desejávamos e evitar o que temíamos. Consumistas irracionais, logo imitaríamos o fogo a arder e a consumir tudo ao nosso redor.
Na antiga Grécia, havia uma certa repulsa aos homens que dedicavam todo o tempo de suas vidas ao trabalho para acumular metais e moedas. Foram chamados de negociantes (neg-ócio - negação do ócio). Segundo os gregos, estes homens não trilhavam seu próprio destino, mas se moviam apenas por conveniências ou em busca de vantagens pessoais.
Atualmente, bilhões de pessoas são obrigadas à hiperatividade e ao oportunismo, reféns do sistema econômico criado pela visão gananciosa dos homens de "negócio". Para estes homens, o sentido da Vida está na competição que assegura um domínio baseado numa miragem de poder. No prolongamento deste delírio da vaidade, o objetivo social seria apenas o de gerar empregos para os outros. Para tal, seria preciso educá-los para serem operadores dos empregos necessários. No fim, a Vida, obra máxima da poesia universal, foi escravizada por uma centena de cães famintos por ossos enterrados, que seguem a esburacar a Terra toda para construir seu grande "esqueleto" final, educando todos para o mesmo tacanho objetivo.
Por outro lado, na antiguidade, o ócio criativo era muito valorizado. Sem um excesso de ambições, desejos, medos e ansiedades, o ser humano poderia olhar mais para sí mesmo. Através da busca da harmonia interior, ajustava-se melhor à trilha de seu próprio destino, descobrindo a justa medida do seu Ser. Tal era o único caminho para uma cidadania ética, vocacionada e criativa.
E por falar em justa medida, depois do seu furto, Prometeu foi chamado à presença do grande Zeus que lhe acusou de causar grande dano à humanidade, pois deu o fogo, mas não a justa medida do seu uso. Antes de ter descoberto a verdade sobre sí, o ser humano tinha sido dotado de um poder que poderia levá-lo à extinção.
Lembro-me de uma frase do senador Sarney: "O poder corrompe". Na verdade, seja por que motivo for, a desmedida atiçou a ganância muito antes de expandir a sabedoria. Não precisaríamos de tanta correria por desenvolvimento econômico se a riqueza, o poder e a cultura que temos fossem melhor distribuídos.
A causa do Aquecimento Global está dentro de nós. A responsabilidade é desta rotina civilizatória que insistimos em seguir sem questionar, porque cada um é obrigado a negociar as vantagens pessoais que levará no processo. Enquanto cada qual tenta se salvar, todos juntos vão naufragando e se intoxicando na fumaça do efeito estufa.
As chamas desta luxúria desenvolvimentista parecem ter saído do controle. O mundo se aquece e nos sufoca de várias maneiras. É preciso, urgentemente, repelir as idéias de maior produtividade, que estão reduzindo as pessoas a meros parafusos de engrenagens frívolas e indiferentes. Estas engrenagens estão esmagando os nossos melhores valores, nos desviando de nós mesmos e aquecendo a biosfera, emporcalhando a natureza e desrespeitando a Vida. É preciso lembrar sempre que a "Civilização" se mede pelo respeito à Vida e não pela tecnologia e pelos bens disponíveis no mercado..." (Fonte: Jornal Fórum Século XXI)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MARQUETEIRO DE OBAMA CONFIRMA PARTICIPAÇÃO NAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2010

“Sim, estamos trabalhando com o partido.”

Foto: Google

A afirmação é do marqueteiro Ben Self, responsável pela estratégia da campanha de Barack Obama na Internet, quando questionado se teria sido contratado pelo Partido dos Trabalhadores para trabalhar nas eleições do ano que vem. A informação foi confirmada em entrevista ao Portal Terra. Veja detalhes clicando aqui. (Fonte: Site IHU - Instituto Humanitas Unisinos)