segunda-feira, 25 de maio de 2020

ABERTURA, LOCKDOWN, ISOLAMENTO SOCIAL... (?)


Abertura pós-coronavírus: as lições dos países asiáticos que começaram a abrir economias em meio a temor de novos surtos

(Foto: Getty Images)

Uma segunda onda de infecções por coronavírus não é mais uma questão de "se", mas de "quando e quão devastadora", diz a bióloga celular Jennifer Rohn, que tem estudado como a pandemia surgiu na Ásia e se espalhou por todo o planeta.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que o novo coronavírus pode ter vindo para ficar, e mantê-lo sob controle exigirá um "esforço massivo".
Até em países com estratégias eficazes para lidar com a pandemia por meio de testes, rastreamento e gerenciamento de lockdowns — como a Coreia do Sul e o Japão, na Ásia, mas também a Alemanha, na Europa — houve novos picos de infecções quando as restrições foram atenuadas.
Na semana passada, a equipe de resposta à covid-19 da União Europeia sugeriu que a Europa se prepare para uma segunda onda — e "a questão é quando e qual o tamanho", disse Andrea Ammon, diretora da equipe, segundo reportagem do jornal The Guardian.
Governos de todo o mundo agora estão se preparando para um provável segundo round contra o vírus, e seus olhos estão voltados para o Leste Asiático.
Que lições podemos tirar dos países que tiveram que lidar primeiro com a covid-19 e estão à frente do resto do mundo na curva da pandemia de coronavírus?
Para continuar lendo a matéria de Eva Ontiveros para a BBC News Brasil, clique aqui.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

A IGREJA CATÓLICA FAZ A SUA PARTE



Solidariedade em Rede: prestação de contas atualizada



A iniciativa Solidariedade em Rede, que leva amparo aos mais pobres neste tempo de pandemia e de seus desdobramentos econômicos alcança números expressivos, que refletem as boas ações de voluntários, pessoas solidárias, em muitas comunidades de fé. São máscaras doadas, cestas básicas, kits de higiene, atendimento psicológico, jurídico e muitas outras boas ações, em 15 cidades da Região Metropolitana, incluindo Belo Horizonte.

Veja os números:
Igrejas, escolas e outros pontos de referência, que podem ser procurados pelos mais pobres: 87
Famílias amparadas: 3.050
Total de pessoas: 10.125
Voluntários cadastrados: 186 voluntários se ofereceram para fornecer orientação jurídica e psicológica para as famílias acompanhadas, além de auxílios em geral de organização, recepção e distribuição de donativos. Até agora, 182 famílias solicitaram orientação jurídica (trabalhista, acesso a políticas públicas ou violação de DH). Dessas 182 famílias, 112 já receberam a orientação solicitada.
A iniciativa Solidariedade em Rede foi apresentada pelo arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo, no dia 12 de abril, Domingo de Páscoa. As Paróquias, unidas, estão oferecendo ajuda aos mais pobres, a partir do trabalho de sacerdotes, diáconos, consagrados, religiosas, voluntários, de diferentes lugares da Capital e da Região Metropolitana. A ideia é constituir pontos de amparo que estejam próximos dos mais pobres, de modo descentralizado, em rede.
(Fonte: Opinião e Notícias, Nº373 - Arquidiocese de Belo Horizonte)

sexta-feira, 15 de maio de 2020

PORQUE NÃO UM TURNOVER DO GOVERNO?


Pressionado por Bolsonaro, Teich pede demissão do 
Ministério da Saúde após menos de 1 mês

(Foto: Yahoo Notícias)

RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira, menos de um mês após assumir, em decorrência de desavenças com o presidente Jair Bolsonaro, na segunda troca de comando do ministério em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus pelo país.
Teich vinha sendo cobrado pelo presidente a modificar o protocolo do ministério para ampliar a recomendação do uso da cloroquina no tratamento à Covid-19, apesar de o ministro ter afirmado que não considera o remédio uma solução e de ter alertado para os efeitos colaterais.
Na quinta-feira, Teich foi chamado pelo presidente ao Palácio do Planalto para tratar de mudanças no protocolo de uso da cloroquina. Bolsonaro disse a apoiadores, e depois a empresários, que iria exigir a mudança para incluir o uso do remédio no início dos sintomas.
Ao sair do Alvorada na manhã desta sexta, o presidente afirmou categoricamente que o protocolo seria mudado, apesar da oposição de Teich. A cloroquina não tem comprovação científica de eficácia contra a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus e o atual protocolo do Ministério da Saúde prevê o uso apenas em casos graves.
Teich anunciou seu pedido demissão em nota do Ministério da Saúde no final da manhã, e anunciou que vai conceder uma entrevista nesta tarde.
Logo depois, a médica Nise Yamaguchi, que defende um protocolo combinado de cloroquina e o antirretroviral azitromicina para tratar a Covid-19, teve um encontro com Bolsonaro, de acordo com uma fonte.
Para continuar lendo a matéria de Pedro Fonseca e Lisandra Paraguassu para a Reuters, clique aqui.

domingo, 10 de maio de 2020

ATENÇÃO AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE


Solidariedade em Rede: iniciativa da Arquidiocese de BH dedica cuidados especiais aos profissionais da área de saúde

(Foto: Naasp)

O Núcleo de Acolhida e Articulação da Solidariedade Paroquial (Naasp) da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem – Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua mobilizou um grupo de psicólogos e psicanalisas para oferecer, gratuitamente, atendimentos on-line aos profissionais da área da saúde, neste tempo de pandemia da covid-19. O objetivo é cuidar da saúde mental das pessoas que estão “na linha de frente” no combate à pandemia.
Para continuar lendo a matéria clique aqui.
 

terça-feira, 5 de maio de 2020

A IMPORTÂNCIA DA RENDA BÁSICA EMERGENCIAL


No bairro campeão de mortes por covid-19 em São Paulo moradores isolam seus idosos à espera de um hospital

A família de Isabel Cristina Tibúrcio, moradora da Brasilândia (São Paulo), recebe na terça-feira, 28 de abril, uma cesta básica (Foto: Toni Pires) 

“Ih, filho, minha vida tá embaçada”. Essas são as primeiras palavras de Ilma Paulino, de 47 anos, ao ser perguntada como a pandemia de coronavírus vem afetando sua rotina. Moradora de Vila Teresinha, subdistrito de Brasilândia, em São Paulo, ela mora com seus dois filhos —um deles com depressão— e precisa cuidar da irmã com epilepsia. Por causa das idas ao médico e dos cuidados diários, não pode ter trabalho fixo há dois anos. Assim, se mantém com o auxílio de um salário mínimo do INSS da irmã e os bicos como diarista, que rendiam cerca de 200 reais por semana. “Eu arranjava esses trabalhos, mas agora nem isso estou conseguindo. As pessoas estão com medo de receber gente em casa”, conta a mulher. Enquanto conversa com o EL PAÍS, recebe uma cesta básica do coletivo Preto Império. “Se não estivessem me ajudando, estaria perdida”, afirma a mulher, que solicitou a renda básica emergencial do Governo Federal, mas ainda não obteve resposta.
Para ler na íntegra a matéria de Felipe Betim para o El País, clique aqui.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

SOCIEDADE MUNDIAL É CONSTRANGIDA POR UM VÍRUS NA HIPERMODERNIDADE


(Imagem: Fusion Medical Animation / Unplash) 



O Vírus interroga as instituições

Eugênio Magno


Mais do que qualquer curso, disciplina e/ou formação acadêmica, a vida é pedagógica. Ainda que de forma cruenta, nos trás seus ensinamentos e nos interroga sobre o nosso destino, o futuro que estamos construindo e nos impõe – neste momento específico em que vivemos –, uma pausa para reordenar o rumo das coisas. Muito embora a letalidade da pandemia engendrada pela COVID-19 seja um fato irrefutável, a generosidade da vida no planeta para com os humanos é imensa e nos oferece agora a chance de sermos, fazermos e vivermos de forma diferente da que até então temos vivido. Resta saber se iremos tirar algum proveito desta lição. Frei Beto gosta de dizer que “é melhor deixar o pessimismo para tempos melhores”, mas diante das posições de algumas lideranças de vários países, como é o caso dos integrantes do governo brasileiro, é difícil ser otimista no atual momento histórico.
Devemos salvar a vida humana ou a economia, protegendo multimilionários e construindo riquezas sobre cadáveres? Às vezes é necessário que cheguemos ao pico de uma excepcionalidade como esta da pandemia provocada pelo coronavírus para nos darmos conta do quanto a vida humana vem sendo desvalorizada pelo próprio homem.
Em tempos de livre circulação de informações, das mais balizadas àquelas para as quais não existe sequer qualificação, é importante que tenhamos o bom senso de nos ancorarmos em reflexões sóbrias e equilibradas para, a partir desses referenciais, formarmos e emitirmos opinião. Se não, vejamos: são notórios os ataques sofridos pelas democracias, orquestrados por fake news produzidas e difundidas em massa, especialmente pelas redes sociais, gerenciadas por grupos de mídia internacionais e ideólogos hiperneoliberais e anarcocapitalistas que se utilizam justamente de prerrogativas democráticas, como a liberdade de expressão, para fazer seus proselitismos. Entretanto, essas estratégias comunicacionais abjetas, direcionadas para a conquista de corações e mentes da grande massa manipulável, têm encontrado uma dura resistência por parte daqueles que pensam e estão engajados na construção de um mundo melhor.
Na penúltima semana de abril entrou em circulação, A Cruel Pedagogia do Vírus, o mais novo livro do pensador Ibero-Americano, o português, Boaventura de Sousa Santos. Trata-se de uma obra curta da Editora Almedina (Coimbra, Portugal, abril, 2020). Aqui no Brasil, o ensaio está disponível exclusivamente em e-book, como um dos volumes da coleção Pandemia Capital, da Boitempo Editorial ao custo de – apenas – cinco reais. No livro, Boaventura argumenta, de forma didática, sobre os desdobramentos da pandemia do coronavírus (COVID-19) em uma conjuntura em que se somam várias outras crises, entre elas as de ordem econômica e política. Nas poucas páginas dos cinco capítulos do ensaio, Sousa Santos problematiza uma série de questões que se deslindam em torno da crise pandêmica, para além do factual. Tudo muito condensado, mas com indicações claras e fortes das várias feridas políticas e socioambientais mal curadas que vão ficando cada vez mais visíveis a olho nu, com o avanço da pandemia.
Embora convencido de que os fins não justificam os meios, o autor chama a atenção para o fato de que apesar das consequências negativas do arrefecimento da economia, existem também as positivas. E toma como exemplo, o fato de um especialista em qualidade do ar, da agência espacial estadunidense (NASA) ter afirmado que nunca houve uma diminuição da poluição atmosférica numa área tão vasta do planeta, como neste período de pandemia global. Diante dessa e de outras constatações e, dentre as muitas interrogações postas pelo Vírus, segundo Boaventura de Sousa Santos, destaco as seguintes: “Quererá isto dizer que no início do século XXI a única maneira de evitar a cada vez mais iminente catástrofe ecológica é por via da destruição maciça da vida humana? Teremos perdido a imaginação preventiva e a capacidade política para a pôr em prática? A democracia carece de capacidade política para responder a emergências?”.
A problemática central enfocada pelo autor gira em torno do debate das ciências sociais sobre qualidade e verdade das instituições em momentos de normalidade e em situações excepcionais – em que momento se pode conhecê-las melhor? A tese de Boaventura é de que tanto uma quanto a outra situação permitem conhecimento revelando, naturalmente, coisas diferentes. Daí ele parte para a enumeração de pontos que o ajudam na problematização das revelações decorrentes do coronavírus.
No entender de Boaventura, a pandemia apenas agrava uma situação de crise que a sociedade mundial vem sendo sujeitada a décadas, com o avanço do neoliberalismo. Mas este agravamento da crise também faz cair por terra a ideia de que não existe alternativa ao modo de vida imposto pelo hipercapitalismo. “Como foram expulsas do sistema político, as alternativas irão entrar cada vez mais frequentemente na vida dos cidadãos pela porta dos fundos das crises pandêmicas, dos desastres ambientais e dos colapsos financeiros”, argumenta Sousa Santos. Este é mais um dos imperativos que o Vírus nos dá a (re)conhecer. Assim como também podemos afirmar em uníssono com o autor que “a pandemia não é cega e tem alvos privilegiados, mas mesmo assim cria-se com ela uma consciência de comunhão planetária de algum modo democrática”. Mas, de uma democracia manca, uma vez que o darwinismo social praticado pelos chamados países desenvolvidos, em períodos de exceção como o que vivemos demonstram uma total contrariedade ao processo de avanço civilizatório.
É clara a vulnerabilidade ao vírus por parte de uma grande maioria da população mundial que sempre esteve entre os “grupos de risco” devido a precariedade da vida a que sempre foram subjugados.
Até a indicação preventiva de maior consenso mundial para trabalhar em casa, em auto-isolamento é impraticável, para vários segmentos profissionais, aqueles que fazem os serviços essenciais e os trabalhadores informais e precarizados que são obrigados a escolher entre ganhar o pão diário ou ficar em casa e passar fome. Boaventura também nos chama a atenção para o fato de que “as recomendações da OMS parecem ter sido elaboradas a pensar numa classe média que é uma pequeníssima fracção da população mundial”.
O Vírus expõe as vísceras de nossa sociedade, não somente as do capital, dos estados nacionais, dos governos, da política, das forças armadas e dos sistemas de saúde, mas de todo o conjunto das instituições. De modo particular, pensando na parte que nos cabe deste latifúndio: desvela também as entranhas da mídia, da academia, da educação, da tecnologia, do pensamento e das ciências. É numa hora como esta que se valida ou não todos os estudos, as pesquisas e a produção intelectual. Afinal, o que sabemos e o que podemos fazer com o que sabemos, para minimizar os impactos de uma situação tão crítica e letal como esta?

Este artigo também foi publicado no jornal Pensar a Educação em Pauta.