segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

PANORAMA POLÍTICO DO MERCOSUL


Presidente da Bolívia afirma que ele e Nicolás Maduro 
estão sozinhos no bloco como líderes anti-imperialistas



Evo Morales esteve na despedida de Cristina Fernández de Kirchner no dia 9 de dezembro: junto à presidente que deixava o cargo, revelaram um busto de Néstor Kirchner na Casa Rosada, idêntico ao do ex-presidente, segundo diz com um sorriso o líder da Bolívia. Morales ressalta a confiança única que teve com ambos os políticos.
Mais tarde, o presidente do país vizinho fez o que tanto gosta: junto à sua equipe de governo, jogou futebol com bolivianos residentes na Argentina. Mauricio Macri também compareceu ao estádio do Boca Juniors e participou do jogo. Em política, os gestos falam por si próprios.

No dia 10 de dezembro, pela manhã, antes de chegar à cerimônia da posse de Macri, Morales concedeu uma entrevista ao Página/12 em uma sala de um hotel de Buenos Aires. Com um tratamento afável e tranquilo, o presidente diz que o seu desejo é criar confiança com o novo inquilino da Casa Rosada porque os povos argentino e boliviano precisam um do outro mutuamente.
Olhando em perspectiva ao Mercosul, Morales faz uma reclamação. “Eu e Maduro nos sentimos sozinhos como líderes anti-imperialistas... dói ver o panorama político regional.” Leia na íntegra a entrevista concedida a Mercedes López San Miguel, do Página/12, clicando aqui.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

POR ONDE ANDA O CRISTO NESTES NATAIS HODIERNOS (???)


Sermão da Montanha
(uma das mais importantes chaves para compreender o cristianismo e viver o Cristo)


A leitura do Sermão da Montanha - SM (Mt, 5) provoca alguns questionamentos, como, por exemplo, para quem o sermão é dirigido? Aos discípulos ou às multidões? As suas exigências são verdadeiramente viáveis para crentes e não crentes? Essas perguntas levam a outra: Como devemos nos colocar diante de tal discurso proferido por Jesus? Para o exegeta francês Elian Cuvillier, essas questões estão “inter-relacionadas” e podem ser respondidas no conjunto doSermão da Montanha, que “se dirige justamente a todos. Visa fazer surgir um sujeito: um ‘vós’ constituído por uma multiplicidade de ‘eu’ que o Pai conhece ‘em segredo’, cada uma e cada um singularmente. Esses sujeitos não têm ilusões sobre eles mesmos e suas capacidades (sabem que são potencialmente maus como o resto dos homens), mas sabem também que essa palavra ouvida e recebida os coloca em tensão com o mundo. Que essa palavra excede tudo o que creem saber de sua relação com os outros, que ela anula todos os particularismos, as divisões habituais, as distinções discriminantes”.
Autor de Le Sermon sur la Montagne. Vivre la confiance et la gratuité [O Sermão da Montanha. Viver a confiança e a gratuidade], Cuvillier afirma que para ele, o Sermão da Montanha “ressoa como um convite a viver neste mundo sob a luz da Boa Nova de Jesus Cristo que é confiança e gratuidade: confiança em um Deus que vem ao meu encontro e que, em troca desta confiança, não me pede mais nada. Pois, o que o SM nos ensina é que o Evangelho não é uma moral (tu deves fazer isto ou aquilo para obter isto ou aquilo — lógica da troca e da retribuição), mas a proclamação de uma Palavra que vem abrir para uma nova compreensão de Deus, de nós mesmos e dos outros”.
Em entrevista, concedida à IHU On-Line, o exegeta ressalta que a Palavra que Jesus pronuncia no Sermão “é verdadeiramente Palavra de alteridade no que ela anuncia de inédito, um inédito que não se confunde totalmente com o que o Jesus terrestre dá a conhecer dele no decorrer de seu ministério na Galileia. O SM antecipa o que se realizará plenamente na Paixão de Jesus. A recusa de erguer a espada, na hora de sua prisão, destaca que prefere o agir da Palavra ao das armas. A morte na cruz é o lugar em que Jesus realiza, ao extremo de sua lógica, a palavra inédita do SM. No Calvário, Jesus é revelado verdadeiramente como o ‘Filho de Deus’ que rompe a lógica da violência e oferece um lugar onde descobrir o novo rosto de seu Pai, como o SM anunciava”, explica.
Elian Cuvillier pontua ainda que “as noções de ‘confiança’ e de ‘gratuidade’” presentes no Sermão da Montanha são “utilizadas com um sentido teológico e bíblico específico: o termo confiança equivale, para mim, à palavra grega pistis, que é traduzida, na maioria das vezes, em nossas Bíblias, pelo termo ‘’. Gosto de definir a fé em Cristo como a ‘confiança na confiança de um outro’. Quanto à gratuidade, ela equivale à noção de ‘misericórdia’ que se encontra no Novo Testamento, em que ela expressa a bondade originária de Deus para conosco”, conclui.
Elian Cuvillier defendeu sua tese de doutorado sobre Novo Testamento na Faculdade Teológica Protestante de Montpellier, em 1991, onde foi nomeado professor. Em 1999, obteve a Livre Docência na Faculdade Teológica Protestante de Estrasburgo. Desde então, é professor de Novo Testamento em Montpellier.
Para ler a entrevista com o exegeta, na íntegra, clique aqui.
(Fonte: Site do Instituto Humanitas Unisinos - IHU)

sábado, 19 de dezembro de 2015

LIVROS DO "PENSAR A EDUCAÇÃO, PENSAR O BRASIL" NA CASA FIAT DE CULTURA




No dia 19 de dezembro, a Casa Fiat de Cultura, na Praça da Liberdade recebe o lançamento de 7 publicações do Pensar a Educação Pensar o Brasil, que encerra suas atividades de 2015 com novos títulos em sua coleção de livros.
Organizado por Adalson Nascimento e Andrea Moreno, “Universidade Memória e Patrimônio”, integra a série Estudos históricos. “Brasil – Que educação, para que País”, organizado por Hércules Pimenta dos Santos e Raquel Pacheco, reúne textos dos participantes do Seminário Anual do PEPB de 2012. Também será lançado “Do ensino normal depende a efficiência do ensino primário”, organizado por Andrea Moreno e Tarcísio Mauro Vago, sobre a História da Educação Física em Minas Gerais. No evento também destacamos o terceiro volume da coleção “Moderno, Modernidade e Modernização: a educação nos projetos de Brasil nos séculos XIX e XX”, organizado por Ilka Miglio de Carvalho, Raylane Andresa e Vera Lúcia Nogueira, a publicação traz textos do terceiro encontro de pesquisadores do grupo de pesquisa interinstitucional do programa PEPB. “Ação Municipal e Educação na Primeira Republica do Brasil”, com organização de Wenceslau Gonçalves Neto e Carlos Henrique de Carvalho, reúne textos sobre a educação brasileira no início do século XX. Com organização de Ana Amélia Borges e Cleide Maciel de Melo, a coleção “Clássicos da Educação Brasileira" chega ao seu quarto volume. Vera Lúcia Nogueira também lança outro livro de sua organização: “População Negra, Escravismo e Educação no Brasil: séculos XIX e XX”.

 

 
























terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PELOS CABARÉS DO SERTÃO...



 Randez-vous brejeiro


Eugênio Magno


Eu as olhei, de perto, rijo, quase a tocá-las. Estavam à mesa, como capim seco, dobradas.
Mesmo melancólicas, insinuavam que ainda eram bom pasto.
Entre um chiado e outro, do bolero, na radiola, ouvi vozes. Uma dizia que elas velavam alimentadas por aguardente. A outra, que foram incendiadas pelo rubor da luz.
Desmaiei de fome.

(Do livro IN GÊ NU(A) IDA DE - Versos e prosa, 2005)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

BERGMAN E FELLINI EM MATEUS LEME




 O Cineclube da Casa de Cássia exibe neste sábado, dia 12, às 17 horas, um dos primeiros (Ingmar) Bergman, "Rumo à Felicidade", de 1950. E, no domingo, dia 13, às 17 horas, o Cinepreciosidades exibe "Ensaio de Orquestra", um dos últimos (Federico) Fellini, de 1978. A entrada é franca. O Cineclube funciona na Rua Meyer, 105. Vila Suzana (Reta), em Mateus Leme. Maiores informações pelos telefones (31)3535-1721 e 99247-6574.

QUALIDADE DA EDUCAÇÃO


As reformulações administrativas e a educação
 
Nos últimos meses temos presenciado um grande debate e a articulação de várias ações e movimentos a respeito da reformulação da educação em São Paulo. Em que pesem os argumentos de racionalidade administrativa e financeira e, mesmo, pedagógica apresentados pelo governo paulista, produziu-se um consenso não apenas sobre a falta de diálogo da administração pública com as famílias, os estudantes e professores diretamente atingidos, mas também de que houve pouco investimento e disponibilidade para a produção de arranjos escolares alternativos que promovessem a qualidade da educação e dialogassem com os interesses em jogo. Para ler na íntegra o editorial do boletim Pensar a Educação em Pauta, clique aqui.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

OS MALES DO CÂNCER E SUA CURA


Emoções negativas, corpo ácido e corpo alcalino

O câncer tem cura, afirma o Dr. Bernardo Majalca, que é naturopa, exerce a medicina há 60 anos e nos últimos 40 anos dedica-se ao tratamento do câncer em estágio 4. O protocolo adotado pelo naturopata é baseado nos estudos do cientista alemão Dr. Otto Warburg que provou aravés de várias pesquisas que a única causa do câncer é a hipoxia que significa uma redução de 35% na concentração de oxigênio no corpo.
Assista a entrevista do Dr. Bernardo Majalca, clicando aqui.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

SALVEMOS A DEMOCRACIA


Rede da dignidade contra o golpe e a vigarice

Saul Leblon

A história apertou o passo e quando sacode a poeira ela derrama transparência por onde passa.
A retaliação de Eduardo Cunha contra o governo e contra o PT guarda semelhanças com uma cena recorrente da crônica policial.
Enredado em evidências grotescas de ilícitos e falcatruas, o presidente da Câmara sacou um processo de impeachment contra a Presidenta Dilma, depois que o PT –graças à corajosa decisão de seu presidente, Rui Falcão, determinou que o partido não acobertasse o delinquente no Conselho de Ética.
Cunha age como o sequestrador que saca o revólver e o coloca na cabeça do refém, exigindo salvo conduto para si e para o malote de dinheiro.
Eduardo Cunha aposta que os comparsas do lado de fora lhe darão cobertura na fuga cinematográfica para frente.
Talvez tenha razão a julgar pela adesão de pronto de tucanos, como os rapinosos Aécio e Serra, por exemplo.
Outros, aqueles que entendem a política como oportunismo, endossarão igualmente o meliante em nome da honradez.
Ou não é essa –há meses—a especialidade do colunismo isento na sua seletiva campanha anti-corrupção?
A cumplicidade desses comparsas está precificada no metabolismo político brasileiro desde 2005/2006.
Não se espere grandeza de onde impera a mediocridade básica das elites latino-americanas.
Aquela que sonega ao próprio país e ao povo o direito e a competência para se erguer como nação justa e soberana.
O vento implacável da história desnuda em 2015 os novos atores do velho enredo em cartaz em 1932, 1954, 1962, 1964, 1989, 2002, 2005, 2006, 2010 e 2014.
Com um agravante: há um pedaço da sociedade que se descolou definitivamente do país e tem como pátria o capital flutuante que não quer pertencer ao destino de nenhum povo.
Seu interesse e visão de mundo, portanto, são imiscíveis com a ideia de um regime do povo, para o povo e pelo povo.
E isso não é retórica, mas uma ameaça: eles consideram que a Constituição de 1988 prometeu mais do que é justo o dinheiro grosso ceder e que o PT teima em lembrar.
São aliados naturais do assaltante que ameaça agora um  mandato subscrito por 54 milhões de brasileiros.
Daí não sai nada a não ser golpe e dilapidação.
A mudança terá que vir do outro lado.
O lado do país que se avoca o direito de enxergar na justiça social a finalidade e o motor da luta pelo desenvolvimento brasileiro. E que tem na democracia a principal garantia de que esse processo é crível e consistente porque negociado, repactuado e legitimado nas diferentes manifestações de liberdade de um povo --nas lutas, nos escrutínios e nas mobilizações históricas de uma nação.
Estamos diante de um desses momentos que Celso Furtado denominava de ‘provas cruciais de uma nação’.
É, sobretudo, no caso brasileiro, a hora da verdade para as forças progressistas.
Cabe-lhes superar o empate corrosivo que paralisa a sociedade e desacredita a democracia.
Trata-se de vencer a prostração e o sectarismo, fazendo da mobilização contra o golpe o impulso que faltava para uma repactuação do país em torno dos interesses majoritários de seu povo.
Lideranças políticas e sociais não podem piscar.
O enclausuramento ideológico, o acanhamento organizativo e a indiferenciação, diante  da qual a juventude não se reconhece e a militância se recolhe-- devem ser dispensados de uma vez por todas.
Que ninguém se iluda: o apoio ao impeachment tem por trás um projeto econômico devastador
Nele não cabem as urgências e direitos da maioria da população brasileira.
Um notável volume de investimentos é requerido nesse momento para adequar a logística social e a infraestrutura às dimensões de uma nação que incorporou milhões de pobres ao mercado de consumo nos últimos anos.
Agora lhes deve a cidadania plena.
O novo giro da engrenagem terá que ocorrer num momento paradoxal.
Uma tempestade perfeita cobra respostas em várias frentes: prover a infraestrutura, combater a inflação, resgatar a industrialização, dar progressividade ao sistema tributário, ajustar o câmbio, modular o consumo.
Tudo junto e com a mesma prioridade.
Ao mesmo tempo, porém, o labirinto encerra a oportunidade histórica de inovar metas e métodos.
A plataforma do arrocho, com a qual o conservadorismo capturou o governo  --e agora pretende concluir o assalto tomando-lhe o mandato,  envelheceu miseravelmente ao escancarar  sua incapacidade  para ir além de uma recessão destrutiva.
PIB, emprego, investimento e consumo despencam sob o timão de um ajuste que desajusta o bolso do povo pobre e agrava as contas fiscais da nação.
O interesse conservador que antes pretendia usar o governo para escalpelar as ruas, subtraindo-lhe conquistas e recursos, agora quer usar as ruas e o impeachment para derrubar o governo.
A bipolaridade reflete a ansiedade típica de quem sabe que tem pouco tempo porque aquilo que a rua exige e espera colide com o que o mercado pretende.
Quem dará coerência ao desenvolvimento brasileiro nessa encruzilhada?
Antes turva, a resposta emerge límpida após o assaltante colocar a arma na cabeça do refém nesta tarde da terça-feira, 2 de dezembro de 2015.
A nova coerência macroeconômica terá que ser buscada na correlação de forças redesenhada pela divisão entre os que se alinharão na cumplicidade ao chantagista e os que vão se juntar ao governo para ampliar o espaço  de um novo contrato de crescimento para a nação brasileira.
Emparedado pela lógica conservadora o governo Dilma, paradoxalmente, passou a ter escolhas.
Como disse a própria Presidenta, em desabafo, ’não era mais possível viver chantageada’.
Dilma deve, sim, negociar. Com o Brasil que trabalha e quer trabalhar. Com o capital que produz e quer produzir.
Isso define uma límpida conduta para as próximas horas, os próximos dias, meses e, sobretudo uma próxima reforma ministerial definidora de uma verdadeira governabilidade, com o direito de recorrer ao povo para construir o passo seguinte do crescimento.
O bônus não autoriza o conjunto das forças progressistas a adotar a agenda da fragmentação suicida.
O discurso cego às interações estruturais é confortável . Mas leva ao impasse autodestrutivo e à inconsequência histórica.
A responsabilidade de interferir num processo histórico pressupõe a adoção de balizas que impeçam o retrocesso e assegurem coerência às mudanças.
O jogo é pesado.
Avançar à bordo da composição de forças que delimitou a ação progressista até aqui tornou-se cada dia mais penoso.
Esgotou-se um capítulo.
Não apenas por conta da saturação de um ciclo econômico.
Mas também porque se descuidou de prover a sociedade de canais democráticos para viabilizar o passo seguinte do processo.
Faltava a locomotiva da história apitar outra vez para esticar os limites do possível na repactuação do novo capítulo do crescimento brasileiro.
Foi o que o assalto à mão armada de Cunha desencadeou nas últimas horas.
A presidenta Dilma viu o bonde passar e não hesitou.


Antes dela, Rui Falcão, Pimenta e outros tiveram a coragem de rechaçar o chantagista e alinhar o PT  ao clamor dos milhões de brasileiros que não aceitam mais compactuar com um sistema político que se tornou um biombo desmoralizado do poder econômico, a serviço de banqueiros e bandidos.
Ao assumir o risco de uma represália que se confirmou, o PT indiretamente reaproximou-se dos que entendem que a soberania popular é  o único impulso capaz de harmonizar os conflitos e sacolejos de uma transição de ciclo de desenvolvimento.
O tempo urge.
O assalto conservador ao mandato de Dilma  joga uma cartada de vida ou morte contra o relógio político.
À medida que apodrece a reputação de seus centuriões, e os savorolas da ética entram em combustão explosiva, restou-lhes apostar tudo no estreito espaço de tempo entre a desmoralização absoluta e a capacidade residual de articular o golpe.
A coragem de Dilma e do PT, a solidariedade do PSOL logo na primeira hora da escalada, o levante maciço nas redes sociais ensejam esperança e legitimidade.
Em 1962 Brizola opôs ao golpe contra Jango uma bem-sucedida mobilização nacional liderada pela Rede da Legalidade.
Que Lula, Luciana, Boulos, Stédile, Vagner Freitas, intelectuais, estudantes, empresários produtivos, personalidades e democratas em geral se unam e se organizem.
Essa é a hora e ninguém fará isso por nós.
Que Dilma recorra diariamente, se preciso, à cadeia nacional para afrontar o monólogo golpista e liderar a resistência nacional.
É o seu mandato que está em jogo.
E que disso nasça uma gigantesca rede da dignidade contra o golpe e a vigarice.
Com ela, e somente com ela, emergirá o impulso que falta para abrir passagem ao país que o Brasil poderia ser, mas que ainda não é –e que interesses poderosos não querem que venha a ser.
(Site Carta Maior)