quinta-feira, 25 de outubro de 2018

COMO SERÁ A EDUCAÇÃO NO BRASIL A PARTIR DE 2019?


Eleições 2018: As falhas nos programas de Bolsonaro e Haddad, segundo especialistas em educação


Foto: Getty Images

Bolsonaro defende ensino à distância, inclusive para crianças, e quer evitar educação sexual nas escolas. Já Haddad propõe foco em educação em tempo integral e ações contra homofobia no ambiente escolar. Especialistas analisaram essas e outras propostas e apontaram alguns retrocessos.

Melhorar a qualidade do ensino no Brasil será um dos principais desafios do futuro presidente da República. Tanto Jair Bolsonaro (PSL) quanto Fernando Haddad (PT) afirmam, em seus programas de governo, que darão atenção especial à área da educação. Mas cada um tem ideias bem diferentes do que seriam melhorias nesse setor e dos caminhos a serem seguidos para alcançar um salto de qualidade.
Bolsonaro sugere que os atuais recursos aplicados em educação já dariam conta de melhorar o sistema de ensino. Já Haddad quer viabilizar a meta de destinar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) à educação.
O candidato do PSL fala em foco no ensino fundamental, médio e técnico. E apresenta como uma das principais propostas abrir uma escola militar por capital. O do PT diz que a ênfase deve ser no ensino médio, com a transferência da gestão dos Estados para o governo federal.
Para ler a íntegra da matéria de Nathalia Passarinho para a BBC News Brasil, clique aqui.

domingo, 21 de outubro de 2018

OLIMPO TUPINIQUIM

Por que o Brasil sempre precisa ser governado por algum deus?

O novo deus militar, diante do qual a maioria dos brasileiros parece disposta a se ajoelhar, se parece mais com o Deus do Antigo Testamento, o do “olho por olho e dente por dente”


Abaixo, mais alguns trechos do artigo de Juan Arias para o El País:

Ao que parece, os brasileiros religiosos hoje preferem o Deus que castiga e mata. Preferem o que encarna o fariseu que, em pé, na primeira fila, no templo, se gabava: “Te dou graças, Senhor, porque eu não sou como os outros homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem como esse publicano”. Este, inclinando-se ao solo, “batia no peito dizendo: Deus, tenha piedade de mim, que sou um pecador”. O evangelho diz que o publicano saiu purificado e o fariseu, o justo, reprovado por Deus.
No verdadeiro cristianismo, o que mudou a vingança pelo perdão, deveriam caber justos e pecadores, crentes e ateus, ricos e pobres, sábios e ignorantes, reis e vassalos. Nele há espaço para todos, ainda que com preferência aos mais despossuídos e esquecidos pelo poder. Se o Brasil apostar dessa vez pelo deus da raiva, o da justiça sem misericórdia, temo muito que possamos voltar aos tempos sombrios em que a violência era bendita pela Igreja.
Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O DESTINO DO BRASIL NA MÃO DOS ELEITORES

A democracia tutelada pela farda
Luciano Mendes de Faria Filho
Professor da UFMG e Coordenador do Projeto
Pensar a Educação, Pensar o Brasil


Nestes últimos dias General da Reserva, Paulo Chagas, além de colocar em dúvida uma vitória de Hadad sem que haja fraudes, sem que o TSE, mais uma vez, se pronuncie. E bem ao estilo da "família bolsonoro" o General incita a "cólera das multidões" em caso de uma vitória do candidato petista. Disse ele lá em seu Twitter:
"Seria muito triste ver a verdade ser superada pela mentira e a Nação ser comandada de dentro da cadeia por Lula da Silva.
O desastre se completaria quando a Cólera das Multidões tomasse as ruas diante da ousadia de fazê-lo subir a rampa do Palácio do Planalto!"
A propósito disse, fiquei pensando lá nos idos de 1983/84 quando do movimento das Diretas Já! Ali, dupla derrota: tivemos eleições indiretas e a eleição do ex-presidente da Arena, partido da ditadura, José Sarney, como vice de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral. Resultado: o nosso primeiro presidente civil depois da ditadura nada mais era do que a principal liderança justamente da ditadura!
O movimento das Diretas Já desaguou no movimento pela Constituinte, que, a despeito de uma grande movimentação pelo país todo, resultou numa Constituição que manteve a tutela militar à democracia.
Os nossos acordos pelo alto, a ação sempre muito esperta e com uma boa dose de covardia de nossas elites políticas, vem desde pelo menos a Independência. Não nos esqueçamos de que o "artífice de nossa Independência" foi ninguém menos do que o herdeiro do trono português! E a República resultou de um golpe de Estado dado pelos militares!
Com uma tradição dessas, em que os "espertos de sempre" se unem aos militares para evitar qualquer tipo de avanço democrático ou de combate às desigualdades, não é de se estranhar o que temos visto: a subserviências das instituições republicanas às espertezas dos golpistas e a tutela militar à frágil democracia brasileira. É chegada a hora, de romper com este "destino das coisas”. Uma verdadeira democracia não pode ser tutelada por agentes fardados! Que o nosso voto no Hadad possa ser a explicitação de um movimento nessa direção e para evitar que a história se repita como tragédia.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

FAKE NEWS CONTINUAM INUNDANDO O PAÍS


Eleições 2018: o que o TSE está fazendo 

para combater mensagens falsas?


Foto: Roberto Jayme ASCOM/TSE

Na quinta-feira que antecedeu o fim de semana de votação no Brasil, um vídeo acusando fraude nas urnas foi extremamente difundido.
Teve 1,6 milhão de visualizações no YouTube e foi publicado diversas vezes em grupos de WhatsApp e no fórum Gab, rede social da alt-right (termo que se refere a "direita alternativa", que reúne grupos de extrema-direita) americana que tem adeptos brasileiros apoiadores do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O vídeo, de um canal gaúcho chamado Brasil Paralelo, entrevista o procurador Hugo César Hoeschl, de Santa Catarina, que cita "estudos com reconhecimento internacional" que indicam "que a probabilidade de fraude na última eleição presidencial brasileira foi de 73,14%", mas não especifica que estudos são esses.
Diante da disseminação desse vídeo, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) publicou uma resposta em seu site na sexta-feira, dizendo não haver registro "de que o autor do vídeo tenha participado de qualquer evento de auditoria e transparência, a exemplo dos testes públicos de segurança realizados pelo TSE e da apresentação dos códigos-fonte".
Também afirmou que "há vinte e dois anos, as urnas eletrônicas têm sido utilizadas nas eleições brasileiras sem nenhuma comprovação efetiva de fraude. O resultado das Eleições Gerais de 2014 foi auditado de modo independente por iniciativa de partido político, sem que qualquer irregularidade fosse identificada". A BBC News Brasil tentou contato com os donos do canal Brasil Paralelo e com o procurador, mas não obteve respostas.
Para continuar lendo a matéria de Juliana Gragnani da BBC News Brasil, clique aqui.

sábado, 6 de outubro de 2018

HÁ QUE SE RESISTIR AO RADICALISMO


Historiadora prevê que o Nordeste vai resistir 
ao fascismo nas urnas

Foto: Ricardo Stuckert

Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, a historiadora e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Patrícia Valim, afirmou que a onda de apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) encontrará uma forte resistência na região Nordeste.
O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, escolheu a Bahia para encerrar a campanha presidencial neste sábado (6), ao lado do favorito para ganhar o governo do estado ainda no primeiro turno, o governador Rui Costa (PT). 
Segundo Valim, é preciso diferenciar a expressão do lulismo na região Nordeste e em outras regiões do país. “Em alguns estados do Nordeste o Haddad é predominante. O lulismo no centro-sul e aqui são coisas diferentes. E o golpe produziu esse surgimento dessas lideranças fascistas, mas sobretudo no centro-sul, no Nordeste não. Acho que o Nordeste sabe o que é, porque sente na pele. A primeira região que sentiu os efeitos das medidas do governo Temer foi o Nordeste”.
De acordo com dados do Ibope, o candidato do PT ganha em sete dos nove estados da região. Ciro Gomes lidera a intenção de voto em seu estado, o Ceará. “As pesquisas têm mostrado que os candidatos do campo progressista, incluindo o Ciro, têm predominância, destaca”.
Valim afirma que as manifestações do dia 29 de setembro contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) contribuíram, por um lado, para que os apoiadores do candidato se empoderassem para responder ao seu modo, mas por outro, devem seguir pautando as eleições até o segundo turno. 
“O #EleNÃO é um movimento que foi muito forte no Nordeste. Aqui em Salvador, fizemos uma manifestação com 100 mil mulheres. Nacionalmente, foram mais de 3 milhões de mulheres. E somos mais da metade dos eleitores. Não há projeto que não passe pelas demandas do 29 de setembro”. 
Para a historiadora, a tarefa de ganhar as ruas passa pela capacidade de unidade dos setores democráticos e progressistas para derrotar o fascismo. “Eu acho que era preciso construir uma frente antifascista agora, no primeiro turno. Mas eu espero que na segunda-feira a gente possa ver Haddad, Ciro, Manuela, Boulos, todos juntos numa campanha bonita. A gente precisa ter uma frente boa e forte”.
(Fonte: Site Brasil de Fato, 06 de outubro de 2018)

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

O VALOR DO PROFESSOR


Salários altos, prestígio, apoio ao estudo: as lições dos países que tratam bem seus professores


Foto: Solstock/Getty Images 

No Vietnã, um professor é perguntado nos primeiros dias de trabalho sobre as metas que deseja alcançar na carreira. Quer trabalhar na linha de frente com as crianças e adolescentes? Almeja um cargo de gestão? Ou gosta mesmo de pesquisar e desenvolver técnicas e metodologias de ensino? A partir disso, professor e diretor da escola atuam em conjunto para estruturar a carreira de acordo essas preferências.
No Japão, bônus salariais, a possibilidade de acelerar promoções e a ideia de desafio tornam atrativo dar aulas nas escolas mais pobres do país. Na Estônia, a forte evolução salarial nos últimos anos e a autonomia para aplicar métodos criativos de ensino fazem da carreira de professor uma das mais cobiçadas.
Na Coreia do Sul, o alto status social dos professores combina estabilidade, bons salários e rigorosos requisitos de admissibilidade na carreira. Já na Finlândia, o salário não é dos mais altos quando comparado à média das demais profissões; mas o prestígio, sim.
O que esses cinco países têm em comum?
A contratação de professores é seletiva, a profissão é valorizada e, mais importante, a carreira é estimulante, o que atrai bons profissionais para as salas de aula. E esse foco na qualidade dos professores se reverteu em bons resultados no influente ranking Pisa, organizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que avalia o desempenho de jovens de 15 anos em ciências, matemática e leitura em 75 países.
Nesses quesitos, o Brasil está longe de ser exemplo. Numa pesquisa da OCDE com 100 mil professores do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos), o Brasil aparece no topo de um ranking de violência em escolas.
Para ler a matéria completa de Nathalia Passarinho para a BBC News Brasil, clique aqui.