quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

QUE CHEIRO É ESSE?


O cineclube da Casa de Cássia vai apresentar neste sábado, 26.01, às 17h, o filme "O Cheiro do Ralo" (Brasil, 2006, 1h52, 16 anos), de
Heitor Dhalia, com Selton Mello, Alice Braga e Leonardo Medeiros.Baseado num romance de Lourenço Mutarelli, o filme foi escrito para o
cinema por Marçal Aquino. Um exercício de humor negro, o filme fixa-sena personalidade de um comerciante que tem prazer em explorar as
pessoas em momento de aflição financeira. Domingo, 27, às 17h, o cineclube exibe o filmusical "Pele de Asno"
(Peau d'Âne) (França, 1970, 1h40, 10 anos), de Jacques Demy, com Catherine Deneuve, Jean Marais e Delphine Seyrig. Baseado no conto de
Charles Perrault, o filme se desenvolve a partir da decisão de um rei que, ao enviuvar, resolve se casar com a própria filha.
Também aos domingos, às 10h, a Casa de Cássia está apresentando o CineCriança, com programação de filmes longos e curtos para o público
infantil.
O Cineclube Casa de Cássia, fica na rua Meyer, 105. Vila Suzana, em  Mateus Leme, M.G. , Telefone (31)99247-6574.

CORTINA DE FUMAÇA


Mourão e governo defendem decreto criticado 
por piorar transparência de dados


O presidente em exercício, Hamilton Mourão, defendeu junto com áreas técnicas do governo um decreto, publicado nesta quinta-feira (24), que ampliou o escopo de pessoas no governo autorizadas a impor sigilo a dados públicos e que foi criticado como um retrocesso na transparência de informações.
Para ler na íntegra a matéria de Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito para Reuters, clique aqui.

domingo, 20 de janeiro de 2019

"ALELUIA, GRETCHEN!" NO CINEMA FALADO


"Só mudou o penteado, a cabeça continua a mesma"


As relações com os brasileiros de uma família de imigrantes alemães que chega ao Brasil em 1937 são encenadas, no filme "Aleluia, Gretchen!", pelo cineasta Sylvio Back, para refletir, ficcionalmente,
sobre a permanência do pensamento autoritário entre nós. E ele o faz por meio de uma chave alegórica, então necessária para pensar o presente do Brasil dos anos 70 do século passado.
"Aleluia, Gretchen!", filme de 1976 de Sylvio Back, com Sérgio Hingst, Selma Egrei, Lilian Lemmertz, Carlos Vereza, Miriam Pires e Kate Hansen, é o programa do Cinema Falado da próxima terça-feira, 22 de janeiro, às 19h30, na Sala Geraldo Veloso do MIS Cine Santa Tereza (praça Duque de Caxias, bairro Santa Tereza). O filme será apresentado pelo crítico Ataídes Braga.
Cinema Falado é um projeto do Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais (CEC-MG) e do Instituto Humberto Mauro, com o apoio do Museu da Imagem e do Som (MIS), da Prodemge, do jornal O TEMPO, da rádio SUPER FM e da Contorno Áudio & Vídeo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

ARMAS PRA QUE TE QUERO


Decreto de Bolsonaro facilita posse de arma; entenda como funciona a lei e o que muda agora

Foto: Gui Christ/BBC News Brasil 

A quantidade de armas vendidas no comércio legal entre 2004 e 2017 já supera o número de unidades entregues voluntariamente por meio da campanha do desarmamento, criada em 2004.

O presidente Jair Bolsonaro expediu um decreto que facilita a posse de armas, uma de suas principais promessas de campanha. O decreto altera o Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003, que limita o acesso a armamentos no Brasil.
As mudanças passam a valer quando o texto for publicado no Diário Oficial, o que deve ocorrer entre hoje e quarta (16). Bolsonaro disse ainda que deve haver mais flexibilização da legislação sobre armas por meio de medida provisória e por alterações na lei, sendo que estas que precisam passar pelo Congresso.
A principal mudança do decreto é a definição mais flexível de quem tem "efetiva necessidade" de ter uma arma - a Polícia Federal perdeu o poder de barrar um registro de armamentos. Outra modificação importante é o aumento do prazo de validade da autorização de posse de cinco para dez anos.
Para ler na íntegra a matéria de Luiza Franco para a BBC News Brasil, clique aqui.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

MORRE CHICÃO, LÍDER CAMPONÊS MINEIRO DOS ANOS 1960


Chicão, herói do povo

Foto: Eugênio Magno

Faleceu na última terça-feira, dia 8 de janeiro, aos 87 anos de idade, em Anápolis - GO, o líder camponês dos anos 1960, Francisco Raymundo da Paixão. Chicão, como ficou conhecido, estava internado e respirando a base de aparelhos há mais de uma semana e não resistiu a um aneurisma cerebral. Seu corpo foi enterrado no cemitério de Abadiânia de Goiás. 
Homem do povo, Chicão, foi um sapateiro e seleiro que, cumprindo tarefa do PCB, começou a organizar os camponeses do Vale do Rio Doce, expulsos de suas terras pelos latifúndios formados pelos criadores de gado. Em curto tempo, ele arregimentou os sem-terra da região e transformou-se em interlocutor privilegiado do governo de João Goulart, tendo em vista realizar uma modesta experiência de reforma agrária que, sem afetar a estrutura do latifúndio, entregasse aos camponeses as terras às margens das rodovias, ferrovias e açudes federais (conforme o decreto assinado por Jango no comício da Central do Brasil de 13 de março de 1964). Mas a luta em que se empenhou foi abortada pelo golpe militar e ele não quis seguir uma carreira política, como seria natural. Virou funcionário público de governos progressistas, mas se incompatibilizou com eles por motivos ideológicos e foi defenestrado. 
Nos últimos anos Chicão, não estava bem de saúde – resquícios das torturas a que foi submetido nos porões da ditadura militar – e, sem função, vivia no ostracismo, cumprindo, sem entusiasmo ou grandes expectativas, seus deveres cívicos de cidadão. O velho líder camponês tinha como companheira a Goiana Nelly, ao lado de quem faleceu. Seu filho, do primeiro casamento, Luiz Carlos, também estava presente em seus últimos instantes de vida. Há mais de dez anos ele residia no Estado de Goiás, nas cidades de Abadiânia e Anápolis, onde tive a alegria de visitá-lo algumas vezes.

Da esquerda para a direita: Eugênio Magno, Chicão e Victor de Almeida
Foto: Diogo R. Martins

Chicão é um personagem importante da recente história política do Brasil e é homenageado em vários projetos culturais, dentre eles: Por um pedaço de Terra (Monsieur Paixão), um filme que pretende colocar em pauta o grau de influência do movimento camponês do Vale do Rio Doce e especialmente de Chicão no desfecho do golpe de 1964. E, acima de tudo, mostrar a situação em que viveu nos últimos anos aquele que seria o futuro herói da classe operária, o ex-líder camponês, Francisco Raymundo da Paixão. Trata-se de um documentário pelo qual tenho a honra de ser roteirista e diretor e co-produtor, em parceria com Victor de Almeida. 
O documentário, embora já tenha algumas horas gravadas com Chicão relatando sua trajetória: lutas, perseguições, prisões, torturas, exílio, e a sua volta à legalidade com a anistia, está com a sua produção paralisada por falta de verba. O que conseguimos produzir até então foi com recursos próprios, e nos vemos agora sem condições de dar prosseguimento a um projeto como este que é da maior importância como resgate da história do nosso país. Já tentamos conseguir verbas para a sua continuidade através de editais do Ministério da Cultura, Secretaria de Estado da Cultural de MG, Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte do Doc-TV, sem nenhum sucesso. 

Cena de gravação do documentário Por um pedaço de Terra (Monsieur Paixão)
Foto: Eugênio Magno

Agora, com a morte de Chicão, eu e o meu parceiro nesse projeto, Victor de Almeida, sentimo-nos na obrigação moral de dar continuidade à produção do filme. Para isto, necessitamos da contribuição daqueles que se sensibilizem pela causa e estejam dispostos a nos ajudar a encontrar apoio financeiro para dar cabo ao projeto. Interessados em colaborar com a retomada dessa produção poderão fazer contato comigo pelo E-mail: eugeniomagnomg@gmail.com. Na oportunidade, de forma antecipada, agradeço aos que se solidarizam conosco nessa empreitada.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

PODER POLÍTICO, NEOPENTECOSTAIS E A PELEJA DA CURIOSIDADE COM O SABER


Internet x Escola Sem Partido 

Por Roberto Malvezzi (Gogó)

Na era da internet não pode haver maior estupidez que pretender controlar o pensamento humano. A Igreja Católica queimou livros na Idade Média – Fogueira das Vaidades -, Hitler no Terceiro Reich, Ruy Barbosa para apagar a memória da escravidão no Brasil. Essas atitudes apenas aguçaram a vontade de muitos para conhecerem o que se queria esconder. A curiosidade e o saber são distintivos de seres inteligentes. 
O relator do Projeto Escola Sem Partido é um deputado ligado a um grupo pentecostal católico, mas apoiado totalmente por grupos evangélicos neopentecostais. Portanto, a pretensão de controle do pensamento continua pertencendo a grupos religiosos obscuros que não entraram no século XXI. 
Pelo celular nossas crianças podem ler todos os livros que quiserem, acessar todos os sites pornográficos, pedófilos, todos os pensadores, os contra-pensadores, os youtubers, os blogs, os artistas, movimentos sociais, numa variedade quase infinita. Podem ainda ver e ouvir seus pastores e padres. Os experts na Rede podem ainda acessar a “Deep Web”, através de navegadores próprios, incluindo redes de prostituição, pedofilia, crimes por encomenda, tráfico humano, terrorismo, contrato de pistoleiros, assim por diante. 
Portanto, a única forma de educar um filho ou filha nos dias de hoje é ajuda-los a atender o mundo, suas possibilidades e seus riscos. Não é possível voltar ao útero seguro da mãe depois que nascemos. Os próprios pais precisam ter a consciência que seus filhos têm mais acesso às informações com um celular nas mãos e trancados em seus quartos que nas escolas ou na maior das bibliotecas. E depois, saber que a liberdade é dom ontológico a cada pessoa e os caminhos da liberdade serão percorridos por cada um ao longo de sua vida. 
Sem querer provocar os reacionários, mas Paulo Freire mais uma vez tinha razão: a única educação possível é para a liberdade. 
(Fonte: Boletim Informativo do Centro Nacional de Fé e Política "Dom Helder Câmara" - CEFEP . Dez/2018)

ALMOÇO COM CINEMA


Programação de Janeiro do Projeto Curta Degustação


Todas as terças-feiras, antes ou depois do almoço, o Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais (CEC-MG) apresenta, na sala de multimídia da antiga Imprensa Oficial, meia-hora de filmes de curta-metragem para a recreação e reflexão dos espectadores. Os filmes são antigos e modernos, brasileiros e estrangeiros, de ficção, documentários, de animação e experimentais. As sessões, abertas ao público, acontecem na avenida Augusto de Lima, 270, no centro,
pontualmente às 13 horas.

Neste mês, a programação será a seguinte:
8/1/2019
A Menina do Algodão
Daniel Bandeira e Kleber Mendonça Filho. Pernambuco, 2002, ficção, cor, 8 min. Lenda da garotinha morta que aterrorizou crianças nas escolas do Recife nos anos 70.

A Invenção da Infância
Liliana Sulzbach. Rio Grande do Sul, 2000, documentário, cor, 26 min. Ser criança não significa ter infância. Uma reflexão sobre o que é ser criança no mundo contemporâneo.

15/1/2019
The Lunch Date
Adam Davidson. EUA, 1989, ficção, p&b, 12 min. Depois de perder o trem, uma senhora branca pede uma salada num café da estação. Ela deixa sua mesa para pegar um garfo e quando volta
encontra um homem negro comendo sua salada.


BMW Vermelho
Reinaldo Pinheiro. São Paulo, 2000, ficção, cor, 19 min. Uma família humilde recebe um verdadeiro presente de grego: um carro de luxo, que não pode ser vendido por dois anos. Para piorar a
situação, ninguém sabe dirigir.

22/1/2019
Maré Capoeira
Paola Barreto Leblanc. Rio de Janeiro, 2005, ficção, cor, 14 min. Maré é o apelido de João, um menino de dez anos que sonha ser mestre de capoeira como seu pai, dando continuidade a uma tradição familiar que atravessa várias gerações. Um filme de amor e guerra.


Logorama
François Alaux/ Herve de Crecy/ Ludovic Houplain. França, 2009, animação, cor, 15 min. Perseguição espetacular de carros, um sequestro tenso, animais selvagens soltos na cidade. Um filme hollywoodiano, não, um curta feito inteiramente de logomarcas famosas.

29/1/2018


Vincent
Tim Burton. EUA, 1982, animação, p&b, 6 min. Vincent Malloy, de 7 anos, é leitor de Edgar Allan Poe e sonha ser como Vincent Price, o grande ator de filmes de terror.

Novela Vaga
Dado Amaral. Rio de Janeiro, 2007, ficção, cor, 8 min. Comédia cínica sobre a arte de se fazer filmes de arte. 

Onde Quer Que Você Esteja
Bel Bechara/ Sandro Serpa. São Paulo, 2003, ficção, cor, 15 min. No programa de rádio "Onde Quer Que Você Esteja", Lúcia e Waldir quase reencontram aquilo que realmente haviam perdido.
A classificação indicativa é 14 anos.

O programa tem parceria do Instituto Humberto e o apoio da Prodemge, da Contorno Áudio & Vídeo, do jornal O TEMPO e da rádio Super FM.
A equipe é formada por Victor de Almeida (coordenação), Nicolly Rejayra (curadoria e produção), Warlison Oliveira (autoração DVDs), Lourenço Veloso e Túlio Finelli (vinheta), e Quézia Gonçalves (arte do boletim).
Contatos: (31)3237-3497 / (31)99247-6574 / (31)99751-5243

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

A POSSE PRESIDENCIAL


Bolsonaro leva a extrema direita ao Planalto

Dragões da Independência na rampa do Planalto. CARL DE SOUZA (AFP)

Brasil vive uma mudança pendular radical na presidência com a chegada de Jair Messias Bolsonaro, um militar da reserva, que toma posse no primeiro dia do novo ano. Após 13 anos de governo de centro-esquerda, seguido de dois anos de transição com o presidente Michel Temer depois do impeachment de Dilma Rousseff, o Brasil testa pela primeira vez em sua história democrática um Governo de extrema direita, demonstrando que o pêndulo se moveu com mais força desta vez.
Até então, éramos um país acostumado a viver polos mais amenos na política desde que a democracia foi restaurada em 1985, depois de 21 anos de ditadura militar. Foi assim com a social-democracia de Fernando Henrique Cardoso, que governou entre 1995 e 2002, e a era trabalhista de Lula e Dilma Rousseff (2003 a 2016). Agora, Bolsonaro põe o Brasil na frente do espelho e da guinada direitista que marca a política internacional em alguns países.
Os ecos da recessão econômica que durou até 2017, e as denúncias de corrupção contra o Partido dos Trabalhadores, que governou por 13 anos, abriram espaço para a ascensão do presidente com traços autoritários que elogia os tempos da ditadura militar, ironiza conquistas sociais e se alinha com os líderes dos Estados Unidos, Israel, Itália e Hungria. Bolsonaro foi eleito democraticamente no segundo turno com o voto de quase 58 milhões de brasileiros, em 28 de outubro, derrotando Fernando Haddad, do PT. Nem sua ameaça de cortar direitos trabalhistas, reduzir as defesas ao meio ambiente, limitar investimentos em cultura e colocar o país sob um conservadorismo religioso o detiveram.
O novo presidente do Brasil é a grande novidade que surgiu como um antissistema "contra tudo o que está aí", mesmo tendo se alimentado da mesma política nacional por 28 anos como parlamentar, depois de deixar o Exército. Ele deixou o “baixo clero” do Congresso, rótulo de políticos com atuação marginal, diretamente para a presidência do país de 209 milhões de habitantes e um PIB de 6,56 trilhões de reais. Navegou nos mares revoltos pelas investigações da Lava Jato e a economia deprimida dos anos Dilma com um discurso antiesquerda, reavivando a Guerra Fria do século 20. "Longe de mim querer ser o salvador da pátria, mas o Brasil não podia continuar flertando com o comunismo, o socialismo, o populismo e o desgaste dos valores familiares”, disse ele alguns dias depois de ser confirmado presidente nas urnas.
Reforçou a sua posição ao anunciar que estava retirando o convite feito pela diplomacia do presidente Michel Temer aos líderes da Venezuela, Cuba e Nicarágua para comparecerem a sua posse neste dia 1º. Seus ministros e os parlamentares de seu partido, incluindo três filhos que atuam na política, endossam a narrativa de ataque aos “vermelhos”, a cor do PT no Brasil, que associam à corrupção e ao debacle na economia.
O Brasil não teme mais os militares como nos tempos da ditadura que durou 21 anos, e Bolsonaro chega ao poder cercado por eles, como prometeu durante a campanha. Seu vice, Hamilton Mourão, é um general de reserva. Sete de seus 22 ministros que assumem oficialmente o cargo em 2 de janeiro também são militares ou tiveram formação no Exército. Outros governos democráticos também tiveram militares como ministros, mas com Bolsonaro estão em maior proporção e alguns reforçam outros ministérios. Um deles, o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, vai ocupar o cargo de ministro da Secretária de Governo, e dividir com outro ministro, Onyx Lorenzoni, um civil, o poder de articulação com o Congresso, o que representa um maior controle das negociações com os parlamentares. "Qual deputado vai atrever-se a retardar as negociações com o Governo na presença de um ministro militar?", diverte-se um observador político.
Para continuar lendo a matéria de Carla Jiménez para o El País, clique aqui.