Um presépio exemplar
Eugênio Magno
Num domingo desses de dezembro, participando de uma celebração eucarística na Igreja de Santa Efigênia, me flagrei como que hipnotizado, olhando para um belo presépio, cujas luzes brilhavam a poucos metros de onde estava sentado.
Imediatamente após aquele alumbramento momentâneo me dei conta de que eu sempre gostei de presépios. Desde a infância que eu fico inebriado com essa representação celebrativa do cenário de nascimento do menino Jesus. A manjedoura e todos os personagens que compõem aquele quadro sempre me seduziram. Ainda lembro bem que era uma verdadeira viagem pelo mundo do sagrado ficar horas a fio com os amigos da vizinhança, em Montes Claros, a contemplar o presépio feito por dona Lózinha e depois por dona Júlia, que seguiu a mesma devoção de sua mãe.
Já vi muitos presépios, de todos os tipos: de traquitanas artesanais, como o famoso Pipiripau, a modelos mais modernosos, de concepção hi-tech. Mas dias atrás, um presépio me chamou a atenção. Foi numa tarde qualquer de um dia de semana comum que, por obra do acaso, entrei na capela do Colégio Santo Antônio, na Savassi, para meditar um pouco. E lá, em meio a caixas de leite longa vida, garrafas de óleo, sabonetes, dentifrícios e cestas básicas, havia uma pequena manjedoura com as imagens de Jesus, Maria, José e outros personagens.
A princípio, aquela estética me causou estranheza, mas numa questão de segundos, quando compreendi a proposta, o estranhamento se transformou em deleite. Estava diante de um presépio exemplar. Visite-o, se puder, caro leitor, e verá que ele nos desinstala e convoca-nos à participação, exigindo uma atitude concreta. Diante desse presépio, não temos outra alternativa, a não ser agir como os reis magos: Gaspar, Baltazar e Belchior e doar um pouco do muito que temos aos que como o Cristo, nada têm.
Todas as igrejas deveriam ter um presépio como este e, as pessoas, especialmente as mais aquinhoadas, bem que podiam encarnar o papel de reis magos e encher esses templos de mantimentos, roupas, agasalhos e também doces, brinquedos, quem sabe até mesmo garrafas de vinho... Porque não? Afinal de contas, Natal é celebração de nascimento e merece comemoração. Não nos esqueçamos, porém que, a festa é de Jesus Cristo, pobrezinho, nascido em Belém (num curral) e filho de pais refugiados. Entretanto, as luzes em torno do Papai Noel são muito maiores e mais brilhantes. E fica muito fácil esquecer do aniversariante e do grande contingente de refugiados da seca ou das enchentes, da falta de emprego, da fome e de tantas outras mazelas de nosso tempo, que nasceram e estão a se multiplicar, dia após dia em aglomerados, ou pior, às margens dos esgotos, sob as marquises e debaixo dos viadutos.
Que o Natal seja de mesa farta, muitos brindes, árvore cheia de presentes, saúde, paz, amor, harmonia, sucesso, dinheiro, e de todas as coisas que todo mundo diz desejar nessas ocasiões, acrescidas de dignidade, afeto, generosidade, solidariedade e justiça. Para todos... sem distinção de qualquer espécie.
Imediatamente após aquele alumbramento momentâneo me dei conta de que eu sempre gostei de presépios. Desde a infância que eu fico inebriado com essa representação celebrativa do cenário de nascimento do menino Jesus. A manjedoura e todos os personagens que compõem aquele quadro sempre me seduziram. Ainda lembro bem que era uma verdadeira viagem pelo mundo do sagrado ficar horas a fio com os amigos da vizinhança, em Montes Claros, a contemplar o presépio feito por dona Lózinha e depois por dona Júlia, que seguiu a mesma devoção de sua mãe.
Já vi muitos presépios, de todos os tipos: de traquitanas artesanais, como o famoso Pipiripau, a modelos mais modernosos, de concepção hi-tech. Mas dias atrás, um presépio me chamou a atenção. Foi numa tarde qualquer de um dia de semana comum que, por obra do acaso, entrei na capela do Colégio Santo Antônio, na Savassi, para meditar um pouco. E lá, em meio a caixas de leite longa vida, garrafas de óleo, sabonetes, dentifrícios e cestas básicas, havia uma pequena manjedoura com as imagens de Jesus, Maria, José e outros personagens.
A princípio, aquela estética me causou estranheza, mas numa questão de segundos, quando compreendi a proposta, o estranhamento se transformou em deleite. Estava diante de um presépio exemplar. Visite-o, se puder, caro leitor, e verá que ele nos desinstala e convoca-nos à participação, exigindo uma atitude concreta. Diante desse presépio, não temos outra alternativa, a não ser agir como os reis magos: Gaspar, Baltazar e Belchior e doar um pouco do muito que temos aos que como o Cristo, nada têm.
Todas as igrejas deveriam ter um presépio como este e, as pessoas, especialmente as mais aquinhoadas, bem que podiam encarnar o papel de reis magos e encher esses templos de mantimentos, roupas, agasalhos e também doces, brinquedos, quem sabe até mesmo garrafas de vinho... Porque não? Afinal de contas, Natal é celebração de nascimento e merece comemoração. Não nos esqueçamos, porém que, a festa é de Jesus Cristo, pobrezinho, nascido em Belém (num curral) e filho de pais refugiados. Entretanto, as luzes em torno do Papai Noel são muito maiores e mais brilhantes. E fica muito fácil esquecer do aniversariante e do grande contingente de refugiados da seca ou das enchentes, da falta de emprego, da fome e de tantas outras mazelas de nosso tempo, que nasceram e estão a se multiplicar, dia após dia em aglomerados, ou pior, às margens dos esgotos, sob as marquises e debaixo dos viadutos.
Que o Natal seja de mesa farta, muitos brindes, árvore cheia de presentes, saúde, paz, amor, harmonia, sucesso, dinheiro, e de todas as coisas que todo mundo diz desejar nessas ocasiões, acrescidas de dignidade, afeto, generosidade, solidariedade e justiça. Para todos... sem distinção de qualquer espécie.
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