terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

INTERNET MAIS CARA PARA QUEM É MAIS POBRE


Empresas de telecomunicações 
atualizam as desigualdades no Brasil

Sérgio Amadeu | Foto: CODE Ipea

No fluxo do lugar comum, somos levados a afirmar que hoje todo mundo tem acesso à internet no Brasil. Entretanto, ao embarcarmos na reflexão do sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira, percebemos algumas nuances que revelam o ambiente virtual como mais um espaço que reitera e atualiza as desigualdades. Ele destaca que as pessoas mais pobres acessam a internet pela rede móvel e, ainda assim, com planos pré-pagos e franquias restritivas. “Os maiores entraves para a efetiva democratização da internet estão na concentração de renda, nos elevados custos da conexão no país e na falta de cobertura da banda larga nas regiões mais carentes”, aponta.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, o professor alerta que as propostas de cobranças por tráfego de dados de internet fixa fortalecem as empresas e jogam os custos entre os usuários de menor poder aquisitivo. “Isso vai elevar o custo-Brasil de conexão. Essa limitação de navegação prejudicará os segmentos mais pobres da sociedade”, alerta. Ele ainda destaca que, nesse debate, “o mais lamentável é que as operadoras de telecom afirmam que vão cobrar mais para nos beneficiar”.
Para o professor, é urgente ampliar o debate sobre as empresas de telecomunicações no Brasil e repensar suas relações com o Estado. “Precisamos de um grande plano de banda larga acessível a todos. Isso deve ser uma prioridade e exigirá investimentos públicos”, pontua. Sérgio Amadeu ainda destaca que é evidente o interesse das teles nos clientes da periferia. O problema é que as empresas “querem que a sociedade arque com os custos para que elas possam melhorar seus lucros”. Por isso, destaca a importância de se pensar em alternativas, que passam, por exemplo, por investimentos em pesquisa e projetos de cooperativas de conexão. “A conexão barata e de qualidade é condição fundamental para desenvolvermos serviços de alto valor agregado na economia informacional”.
Para ler a entrevista, clique aqui.
(Fonte Instituto Humanitas Unisinos - IHU)

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