segunda-feira, 7 de novembro de 2011

IGREJA SE POSICIONA CONTRA O CAPITALISMO


Vaticano interage com movimento altermundialização


"Para sair da crise, é necessária uma autoridade política mundial que garanta a transparência dos mercados. A proposta apresentada nos últimos dias pelo discatério para as questões sociais do Vaticano, o Pontifício Conselho Justiça e Paz, foi quase que simultânea a ação global promovida pelo movimento dos indignados que tomou as ruas do mundo no dia 15 de outubro.
No documento, como visto anteriormente, a Santa Sé fez duros ataques aos efeitos devastadores da ideologia liberal e reafirma o primado da política sobre a economia. O mesmo que milhares de manifestantes ecoaram por centenas de cidades no mundo: Não, não pagaremos por sua crise ou dito ainda na consigna do Ocupa Wall Street: We are the 99%.
O documento do Vaticano retoma, atualiza e revela sintonia com o movimento altermundialização. Uma demonstração, como já destacado, de que a Igreja na área social está antenada com as mudanças em curso no capitalismo mundial e é sensível às demandas dos movimentos sociais.
A proposta e reivindicação da necessidade de um controle maior sobre o mercado financeiro foi colocado na agenda mundial a partir do surgimento do movimento antiglobalização no final dos anos 1990. Contribuiram decisavamente para a emergência dessa bandeira os eventos de Seattle (dezembro de 1999), Fórum Social Mundial (janeiro de 2001) e Gênova (julho de 2001).
Foi em Seattle (1999), na 1º edição do Fórum Social Mundial de Porto Alegre (2001) e nos protestos antiglobalização em Gênova em julho de 2001, por ocasião da Cúpula do G-8 na cidade italiana, que repercutiram mundialmente a ideia de se impor limites à voracidade das corporações do capital produtivo e financeiro.
A proposta original, entretanto, de se estabelecer controle sobre o capital financeiro, partiu da Associação pela Tributação das Transações Financeiras para ajuda aos Cidadãos - Attac, fundada na França em dezembro de 1998 após a publicação no Le Monde Diplomatique de um editorial intitulado Les Désarmer marchés (Desarmar os mercados) que lançou a idéia de uma associação para divulgar o imposto Tobin, um mecanismo de taxação do capital financeiro.
Destaque-se, entretanto, que a propria Igreja contribui para mobilização dessa ideia a partir da Campanha Jubileu 2000, que surge no interior da Igreja e sugere o perdão das dívidas do países do terceiro mundo."
(Fonte: Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores - CEPAT)

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