quarta-feira, 5 de maio de 2010

O CINEMA VÊ A FAMÍLIA



GALHOS PARTIDOS: O CINEMA VÊ A FAMÍLIA
[DE 3 A 18 DE ABRIL DE 2010]

"Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira". (Liev Tolstói)

O Cine Humberto Mauro apresenta, entre os dias 3 e 18 de maio, uma mostra dedicada à família. Oito filmes, oito olhares agudos sobre esta instituição em vários países e épocas. Da obra-prima do japonês Yasujiro Ozu, Era Uma vez em Tóquio (1953) até As Coisas Simples da Vida (2000) são 5 décadas de cinema em torno dos temas da ruína, decadência e, ao fim, da conservação dos valores familiares na atualidade.
Ao já citado filme nipônico, segue-se, cronologicamente, Rocco e Seus Irmãos (1960), épico retrato de uma pobre família italiana que tenta a sorte na rica Milão. Grandes atuações (como a de Alain Delon, em seu papel mais conhecido) se conjugam com maestria com a encenação rigorosa de Luchino Visconti. Ainda na seara do cinema moderno será exibido Trabalho Ocasional de Uma Escrava (1973), misto de drama familiar e ensaio marxista sobre a figura materna. O intelectual alemão Alexander Kluge questiona neste filme, com o usufruto de heterogêneas técnicas de narração cinematográfica, a força revolucionária feminina em meio ao mundo e a família burguesa.
Talvez o filme mais abertamente autobiográfico do sueco Ingmar Bergman, o clássico Fanny & Alexander (1982) dispensa maiores apresentações. Já Vozes Distantes (1988), do britânico Terence Davies, é um filme a ser descoberto. Também autobiográfico, o filme retrata com um estilo bastante particular duas gerações de uma família operária de Liverpool no pós-guerra. Os fantasmas familiares são aqui reencarnados pela música e o cinema das décadas de 40 e 50. Também britânico, Segredos e Mentiras (1996) aborda o tema com um olhar abertamente realista, como é caro ao cineasta Mike Leigh. Os dois últimos filmes da mostra remetem diretamente ao clássico de Ozu. Assim como aquele, Os Galhos da Árvore (1990) e As Coisas Simples da Vida (2000) percebem as rápidas transformações sociais (na Índia ao fim da Guerra Fria e na Taiwan atual) por meio de uma visada humanista sobre microcosmos familiares. Último filme de Edward Yang, talentoso diretor taiwanês falecido prematuramente em 2007, As Coisas Simples da Vida foi reconhecido por diversas publicações especializadas como o melhor filme da última década. A não se perder, dado que seis dos filmes serão exibidos em seus formatos originais.

GALHOS PARTIDOS: O CINEMA VÊ A FAMÍLIA: R$ 5,00 (INTEIRA) E R$ 2,50 (MEIA).
Para ter a cesso a programação completa clique aqui.

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