BELO HORIZONTE EM TEMPO DE POESIA
Eugênio Magno
Poesia é: / cor e ação / é rim / Mas / também razão / é o ar que se respira /
dizia Arnaldo / num canto de um quarto / de ofício qualquer /
Pois é!
dizia Arnaldo / num canto de um quarto / de ofício qualquer /
Pois é!
Este é um poema-provocação de Rogério Salgado e Virgilene Araújo, organizadores do “Belô Poético – Encontro Nacional de Poesia 2009”, evento que já se encontra em sua quinta edição e acontece entre os dias 9 e 12 deste mês no SESC LACES / JK, rua Caetés, 603, esquina com Rua São Paulo, no centro de Belo Horizonte. Além dos mineiros, estarão participando do encontro, poetas de várias partes do país e ainda os convidados internacionais, José Alberto-Marques, de Portugal e Sebastián Moreno e Laia Ferrari, da Argentina. Entre as várias palestras, lançamentos, performances, saraus, trocas de experiências e homenagens, acontece o mini seminário “A poesia pode curar?”, que faz jus ao tema do “Belô” desse ano que é “A poética gerando saúde”, e que tem como lema a conhecida e vital frase: “seja doador, salve vidas”.
A abertura do evento será na quinta-feira, dia 9, às 19:00 hs. Na ocasião serão homenageados Joanyr de Oliveira (DF), Grupo Lesma (MG), Maria Clara Segobia (RS), personalidades que contribuem com a poesia brasileira. E também aqueles que já não estão mais entre nós, como é o caso de Mário Jorge (SE) e do velho Amadeu Rossi Cocco, do tradicional sebo que leva seu nome, a quem o poeta Rogério Salgado ainda teve tempo de homenagear em vida.
No sábado, dia 11, das 16:30 às 18:30 hs. acontecerá o painel Circuito de opiniões e conhecimentos que vai debater a seguinte questão: Há limite para emoção e técnica nas produções poéticas? Entre os debatedores estarão doutores, mestres, pesquisadores e professores, das áreas de semiologia, literatura, antropologia e artes visuais; além de poetas, jornalistas, filósofos, escritores, críticos de arte, atores, e videomakers. Figuras de destaque na cena cultural como Fernando Fábio Fiorese Furtado, Cecy Barbosa Campos, Sérgio Fantini, Brenda Marques Pena, Marcos Freitas, José-Alberto Marques, Vera Casa Nova, Iacyr Anderson Freitas, Luiz Edmundo Alves, José Edward e Rodrigo Starling participarão do debate.
Na condição de mediador desse painel eu quis saber a opinião de figuras imortalizadas, e o que encontrei de mais significativo nessa garimpagem foi o seguinte: Mário de Andrade disse que poesia é “o que meu inconsciente me grita”; Schiller que é “uma força divina e misteriosa que age de maneira incompreendida”; Décio Pignatari afirma que poesia é “design da linguagem”; Goethe, que ela é “a fala do infalível”; Oswald de Andrade falou que a poesia é “a descoberta das coisas que eu nunca vi”; Ezra Pound definiu a poesia como “essências e medulas”; Maiakovski sentiu-a como sendo “uma viagem ao desconhecido”; Novallis a tinha como “a religião original da humanidade”; Baudelaire disse: poesia é “a ida ao fundo do desconhecido para encontrar o novo” e Aurélio Buarque de Hollanda, dicionariza poesia como “a atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou de renovação, dessas sensações”.
Penso que a questão proposta é como um koan do Zen Budismo, que tem como objetivo nos deixar em “estado de pergunta”. Um estado racional e ao mesmo tempo emocional e sensorial que, partindo do não-saber, nos coloca num processo de busca, que nos deixa mais atentos e nos abre à possibilidade de termos vislumbres de compreensão, de contemplação e até mesmo de arrebatamento, que são próprios da arte quando esta encontra a poíesis.
Eu arriscaria dizer que a poesia é caprichosa. Ela pousa quando quer e onde quer... Às vezes depois de muito trabalho, como num parto demorado e doloroso; outras vezes, como puro dom, graça, presente ou sintonia com algo maior, cuja razão não alcança. Mas o interessante é que a poesia sempre encontra o poeta. E, só ele, o poeta a encontra também, pois ela vem na direção daquele que a procura, porque só ele, o poeta, pode reconhecê-la, para depois oferecê-la à fruição.
Poesia é razão, imaginação, inspiração ou transpiração? Como definir a poesia? Definir a poesia é definir a criação, tarefa para toda uma vida, ou para muitas vidas. Quem quiser saber o que pensam os participantes do Belô Poético, ou até mesmo dar a sua opinião sobre a questão é só comparecer ao SESC LACES / JK no sábado à tarde. Será uma bela de uma discussão. Não perca.
A abertura do evento será na quinta-feira, dia 9, às 19:00 hs. Na ocasião serão homenageados Joanyr de Oliveira (DF), Grupo Lesma (MG), Maria Clara Segobia (RS), personalidades que contribuem com a poesia brasileira. E também aqueles que já não estão mais entre nós, como é o caso de Mário Jorge (SE) e do velho Amadeu Rossi Cocco, do tradicional sebo que leva seu nome, a quem o poeta Rogério Salgado ainda teve tempo de homenagear em vida.
No sábado, dia 11, das 16:30 às 18:30 hs. acontecerá o painel Circuito de opiniões e conhecimentos que vai debater a seguinte questão: Há limite para emoção e técnica nas produções poéticas? Entre os debatedores estarão doutores, mestres, pesquisadores e professores, das áreas de semiologia, literatura, antropologia e artes visuais; além de poetas, jornalistas, filósofos, escritores, críticos de arte, atores, e videomakers. Figuras de destaque na cena cultural como Fernando Fábio Fiorese Furtado, Cecy Barbosa Campos, Sérgio Fantini, Brenda Marques Pena, Marcos Freitas, José-Alberto Marques, Vera Casa Nova, Iacyr Anderson Freitas, Luiz Edmundo Alves, José Edward e Rodrigo Starling participarão do debate.
Na condição de mediador desse painel eu quis saber a opinião de figuras imortalizadas, e o que encontrei de mais significativo nessa garimpagem foi o seguinte: Mário de Andrade disse que poesia é “o que meu inconsciente me grita”; Schiller que é “uma força divina e misteriosa que age de maneira incompreendida”; Décio Pignatari afirma que poesia é “design da linguagem”; Goethe, que ela é “a fala do infalível”; Oswald de Andrade falou que a poesia é “a descoberta das coisas que eu nunca vi”; Ezra Pound definiu a poesia como “essências e medulas”; Maiakovski sentiu-a como sendo “uma viagem ao desconhecido”; Novallis a tinha como “a religião original da humanidade”; Baudelaire disse: poesia é “a ida ao fundo do desconhecido para encontrar o novo” e Aurélio Buarque de Hollanda, dicionariza poesia como “a atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou de renovação, dessas sensações”.
Penso que a questão proposta é como um koan do Zen Budismo, que tem como objetivo nos deixar em “estado de pergunta”. Um estado racional e ao mesmo tempo emocional e sensorial que, partindo do não-saber, nos coloca num processo de busca, que nos deixa mais atentos e nos abre à possibilidade de termos vislumbres de compreensão, de contemplação e até mesmo de arrebatamento, que são próprios da arte quando esta encontra a poíesis.
Eu arriscaria dizer que a poesia é caprichosa. Ela pousa quando quer e onde quer... Às vezes depois de muito trabalho, como num parto demorado e doloroso; outras vezes, como puro dom, graça, presente ou sintonia com algo maior, cuja razão não alcança. Mas o interessante é que a poesia sempre encontra o poeta. E, só ele, o poeta a encontra também, pois ela vem na direção daquele que a procura, porque só ele, o poeta, pode reconhecê-la, para depois oferecê-la à fruição.
Poesia é razão, imaginação, inspiração ou transpiração? Como definir a poesia? Definir a poesia é definir a criação, tarefa para toda uma vida, ou para muitas vidas. Quem quiser saber o que pensam os participantes do Belô Poético, ou até mesmo dar a sua opinião sobre a questão é só comparecer ao SESC LACES / JK no sábado à tarde. Será uma bela de uma discussão. Não perca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário