segunda-feira, 1 de maio de 2017

1º DE MAIO DE 2017


O que devemos comemorar

Trabalhadores do mundo inteiro comemoram o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador. Mas e nós, no Brasil, o que temos para comemorar, poderíamos perguntar. Podemos e devemos comemorar todas as nossas conquistas, dentre elas o sucesso da Greve Nacional do último dia 28.04.2017.


Apesar da total instabilidade política, econômica e institucional vivida no Brasil, com um presidente ilegítimo que contribuiu para retirar do poder uma presidenta eleita pelo povo, tramita-se uma série de propostas de reformas, como a Trabalhista e a da Previdência, articuladas pelo ocupante do Palácio do Planalto e seus patrocinadores.
Não obstante seu empenho em aprovar, em regime de urgência, as reformas acertadas com os grupos econômicos que o colocaram no poder, Michel Temer, conta com o pior índice de aprovação que um presidente brasileiro já teve: 4%. Além de não contar com a aprovação popular, o presidente está cercado por uma legião de ministros, parlamentares e apoiadores citados em várias delações da Operação Lava Jato. Existem suspeitas de que o próprio presidente, inclusive, pode estar envolvido em esquemas de corrupção.
Apoiado pela grande mídia, o presidente tem feito ouvido de mercador às reivindicações dos trabalhadores e ao clamor do povo. No entanto, muitos dos seus antigos aliados já o abandonaram e as aprovações que ele consegue no parlamento são à custa de ameaças de exoneração dos cargos de primeiro e segundo escalão ocupados por membros dos partidos da base aliada.
A Greve Geral do dia 28 de abril, último, convocada pela sociedade civil, movimentos sociais, sindicatos e centrais sindicais conseguiu parar o Brasil. Na maioria das cidades brasileiras e em todas as capitais houveram protestos contra o presidente e contra as reformas por ele propostas. O povo quer Temer fora do Governo, exige sua renúncia e eleições diretas imediatas. 
Exceto pequenos conflitos pontuais, as manifestações ocorreram de forma pacífica e ordeira. Nem mesmo a TV Globo negou o sucesso da greve, apontando a paralisação de vários setores estratégicos pelo Brasil afora. Ainda que insistisse em dedicar mais tempo em chamar a atenção para os poucos conflitos que ocorreram, a ponto do meu sobrinho Samir, de 12 anos, confundir conflito com baderna ou depredação, como reiteradamente diziam os repórteres e apresentadores das TVs, a mídia eletrônica parece que está subindo no muro. Michel Temer já começa a ser descartado (logo será defenestrado, como foi Eduardo Cunha) pelos veículos de comunicação, pois a credibilidade da grande mídia tradicional brasileira também está em franca derrocada. E, os mesmos veículos que apoiaram o Golpe de forma incondicional, começam a ser menos óbvios em seu apoio ao Governo. Os formadores de opinião, há muito que já prestigiam outras fontes de informação e a população de um modo geral está aderindo à internet e às redes sociais, onde já existe uma grande quantidade de profissionais de comunicação sérios e responsáveis dando informação de qualidade.
Embora aconteçam importantes avanços na direção de um rechaço ao jornalismo da grande imprensa, feito sob encomenda das elites, a inoculação da alienação e a manipulação da opinião e do gosto, especialmente de adolescentes e crianças por parte da mídia é ainda  muito grande.
Algumas ações e atitudes, como a Greve Nacional do dia 28 marcam e demarcam posições e territórios. Ainda há muito a conquistar. Mas a luta continua... Sigamos, em frente, acreditando, lutando e, porque não(?) comemorando, mesmo as pequenas conquistas. Este tem sido o lema dos brasileiros que acreditam que vale à pena lutar por um Brasil melhor, mais justo, solidário e democrático.

4 comentários:

  1. Penso que seria importante que a disciplina Moral Moral e Cívica voltasse a fazer parte parte da grade curricular desde o Ensino Fundamental . Muitas pessoas não gostam de falar sobre sobre política por não terem o conhecimento ou por se decepcionarem com os candidatos eleitos.
    Ana Paula Niza

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  2. A saída atual, Ana Paula, são as disciplinas: Sociologia e Filosofia que estavam, inclusive, cumprindo muito bem esse papel. Mas todas elas saíram da obrigatoriedade com o novo currículo, também aprovado neste Governo.

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