quinta-feira, 18 de abril de 2013

SÓ FILMES BRASILEIROS


Cineclube da Casa de Cultura de Mateus Leme
divulga programação do mês de abril 
Em dezembro do ano passado, 60 filmes brasileiros aguardavam uma vaga para estrear nas salas de cinema do país. Mas 80% delas estavam ocupadas por filmes estrangeiros, sendo 60% por apenas três, “O Hobbit”, uma parte da saga “Crepúsculo” e o último James Bond. Em consequência, a fatia de público para o filme nacional caiu de 13,5% para 9,2% em 2012 e filmes como o novo “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, baseado em Guimarães Rosa, pronto desde setembro de 2011, até hoje não foi lançado nos cinemas.
O Brasil tem 2.528 cinemas em 500 municípios. E 1.620 pontos de cinema, como cineclubes, CEUs e Sescs, em 850 municípios. Nesses espaços, o cinema brasileiro é a base da programação, fornecida por uma distribuidora do Ministério da Cultura, a Programadora Brasil. Aí, muitos filmes têm um desempenho igual ao dos cinemas. Um exemplo é o documentário “Um Chamado de Deus”, de 2001: nos cinemas, ele só conseguiu fazer 4.535 espectadores; nos pontos de exibição, ele foi visto por mais 3.341 espectadores.
Por causa disso, o cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, de Mateus Leme, decidiu que, a partir deste ano, só vai exibir filmes brasileiros. A programação começou no último final de semana com o filme “Uma Vida em Segredo”, de Suzana Amaral, baseado em livro do escritor mineiro Autran Dourado, sobre a incapacidade de adaptação de uma jovem do interior ao meio social de uma cidade.
Dias 20 e 21, também às 17 horas, passam o longa-metragem “São Paulo SA”, de Luiz Sérgio Person, com Walmor Chagas, Darlene Glória, Eva Wilma e Otelo Zeloni, e o curta-metragem “O Cinegrafista de Rondon”, de Jurandyr Noronha. Produzido em 1965, “São Paulo SA” faz um contraponto vigoroso com o nascente Cinema Novo, em especial com os rurais “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, “Vidas Secas” e “Os Fuzis”. Filme urbano, aborda a crise existencial de um jovem trabalhador que é recrutado pela indústria automobilística e se perde entre as exigências de uma vida massacrante e sem sentido. O filme curto registra a vida e o trabalho de Luiz Thomaz Reis, cinegrafista que acompanhou as expedições de Rondon pelo interior do Brasil a partir de 1915.
Nos dias 27 e 28, no mesmo horário, serão exibidos o documentário “Edifício Master”, de Eduardo Coutinho, e o curta-metragem “José Medina”, de Julio Heilbron. A matéria de “Edifício Master” são as vidas de 37 moradores do edifício Master, situado numa das esquinas do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Como é do seu estilo, Coutinho não “mente” para seus personagens e seus espectadores: os primeiros sabem que estão sendo filmados e se autoconstroem diante da câmera. O resultado é um concentrado de substância humana raramente visto no cinema brasileiro. O curta aborda aspectos da obra cinematográfica de José Medina, um dos pioneiros do cinema mudo no Brasil.
Os filmes são apresentados com projeção e som digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares. Os ingressos são distribuídos com 30 minutos de antecedência.
O Cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, um projeto do Instituto Humberto Mauro, é dirigido pelo cineasta e jornalista, Victor de Almeida. A Casa de Cultura  fica na rua Meyer, 105. Vila Suzana (Reta), em Mateus Leme, M.G. Maiores informações no site www.casadecassia.blogspot.com, ou pelos telefones(31)3535-1721 e 9247-6574.

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