segunda-feira, 8 de outubro de 2012

ESTÁ TUDO COMO DANTES NO QUARTEL D' ABRANTES


Eleições sem novidades em Belo Horizonte

As pesquisas acertaram: os eleitores belohorizontinos votaram com a pesquisa, ou o buraco é mais em cima?
Quem ganhou e quem perdeu as eleições? O que esteve em jogo afinal, os projetos para BH, de Lacerda e Patrus, ou o capital político de Lula e Dilma contra Aécio e Anastasia?
O julgamento do mensalão durante a campanha eleitoral foi intencional ou não? Por quê vários veículos de comunicação ao noticiarem a condenação de José Dirceu como mandante do mensalão, escolheram justo uma imagem na qual o ex-ministro, Patrus Ananias, estava ao seu lado?
Qual é o futuro do PT?
Os eleitores escolheram bem ou estão potencializando ainda mais a força de um grupo político que perpetua no poder em Minas, há décadas?
Essas e outras perguntas só começarão a ser respondidas ao longo dos anos de 2013 e 2014, quando as articulações para as eleições de Presidente da República e Governadores de Estado saírem da penumbra.
E por falar em penumbra, aconteceu um fato curioso nessas eleições. As abstenções atingiram 351.242 votos. Isso, somado aos 138.065 votos nulos e aos 87.366 brancos, dá um total de (pasmem) 576.683 votos.
Com tudo isso, o candidato criado por Aécio Neves e Fernando Pimentel, Márcio Lacerda, do PSB, foi mais uma vez vitorioso. Reeleito no primeiro turno, com 52,69 % dos votos, vai governar Belo Horizonte por mais 4 anos e está tudo como dantes no quartel d’ Abrantes. Mas os eleitores que o apóiam devem também fiscalizar o seu mandato e, seus opositores, apontar os equívocos e cobrar promessas e avanços, especialmente na área social.
A Câmara Municipal, embora tenha tido uma considerável renovação nos nomes dos novos ocupantes de suas cadeiras (22 novos vereadores), terá maioria absoluta da coligação que elegeu Lacerda. Dos 41 vereadores apenas 9 são de oposição.
Daniel Nepomuceno, Alexandre Gomes, Leo Buguês, Pablito, Pastor Henrique, Sérgio Fernando, Leonardo Mattos, Ronaldo Gontijo, Joel Moreira, Bruno Miranda, Autair Gomes, Elaine Matozinhos, Gunda, Preto, Arnaldo Godoy, Tarcísio Caixeta, Adriano Ventura, Silvinho Resende, Iran Barbosa e Wellington Magalhães, cassado em 2010, acusado de compra de votos, foram reeleitos. Resta saber se o legislativo municipal continuará funcionando como quintal do poder executivo ou ajudará o povo a fiscalizar os atos do prefeito.
Além de Lacerda, a grande vencedora dessas eleições foi Maria da Consolação, do PSOL que, com 4,25% (54 mil 530) dos votos válidos, ganha fácil uma cadeira na Assembléia Legislativa de Minas Gerais e tem grandes chances de se eleger como deputada federal nas próximas eleições.
Quanto a nós, eleitores, só ganharemos alguma coisa, se os ocupantes dos poderes públicos cumprirem suas promessas. Todavia, para que isso realmente ocorra, temos que levantar do berço esplêndido, fiscalizar, cobrar e, exigir que não sejamos reprimidos quando estivermos exercendo nossos direitos de cidadãos, reivindicando uma política ética, justa e humanitária.

(O artigo também pode ser lido na edição de 11.10.12, do jornal "O Tempo", Editoria de Opinião, com o título "Sem novidades". Acesse-o pelo link http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=213584,OTE&IdCanal=2).

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