terça-feira, 28 de janeiro de 2014

INVENTAR COM A DIFERENÇA


Cinema e Direitos Humanos

 



A Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e Universidade Federal Fluminense abrem inscrições em todo o Brasil para oficinas de cinema voltadas a professores da rede pública de ensino.

Quando a cultura da imagem pauta cada vez mais o cotidiano, refletindo diretamente sobre a percepção e o imaginário coletivo, é preciso perceber o cinema, na mesma proporção, como lugar de passagem e colisão das mais diversas formas de ver, ser e estar no mundo. Longe de ser mero aparato técnico de registro do “real”, a câmera na mão agencia discursos, embaralha clichês, move camadas de tempo e funda novos possíveis, ensejando e incitando ações políticas e inventivas diante do que parece pronto e acabado. O cinema, portanto, é uma máquina que pensa e age sobre o tempo presente.
Pensamento, inventividade e ação estão na base do Inventar com a Diferença, projeto de formação de professores da rede pública de ensino de todo o Brasil para a realização de trabalhos com audiovisual em sala de aula. Realizado em parceria pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, a ação visa aproximar crianças e adolescentes do universo temático que cerca o cinema e os direitos humanos.
Com inscrições abertas através do site www.inventarcomadiferenca.org, o Inventar com a Diferença tem como público-alvo os educadores da rede pública de ensino do Brasil e transcorre em duas diferentes etapas: na primeira, os professores inscritos e selecionados participarão de um curso de formação em audiovisual e direitos humanos com duração de 20h, realizado no mês de fevereiro; na segunda etapa, os educadores realizam oficinas semanais, com duração de 2h, em suas escolas, entre março e maio de 2014, sob a supervisão quinzenal do mediador.
Durante o primeiro semestre de 2014, o projeto atinge até dez escolas de cada um dos municípios selecionados. São eles: Rio Branco (AC), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Imperatriz (MA), Fortaleza (CE), Natal (RN), Parnaíba (PI), Belém (PA), Recife (PE), Conde (PB), Delmiro Gouveia (AL), Aracaju (SE), Rio de Contas (BA), Brazlândia (DF), Pirenópolis (GO), Porto Nacional (TO), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Paraty e Niterói (RJ), Vitória e Vila Velha (ES), Belo Horizonte (MG), Bauru (SP), Florianópolis (SC), Curitiba (PR) e Bagé (RS).
O Inventar com a Diferença é baseado numa metodologia descentralizadora, onde todos os professores e alunos atuam coletivamente na realização e desenvolvimento das atividades. Com essa proposta, fomenta um trabalho colaborativo, sem competição, atento ao outro, aberto às diferenças e às diferentes formas de sociabilidade, convivência e invenção. Fundindo os processos criativos do cinema com a educação, o projeto afirma o direito à diferença e dá a ver um desejo comum, que aponta para a possibilidade de criarmos coletivamente um mundo mais justo, diverso e democrático.
Inscrições até 7 de fevereiro, através do site www.inventarcomadiferenca.org.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

MANIFESTAÇÕES DA NATUREZA


Habitantes da vila de Gamber, na Indonésia, fogem da erupção do vulcão Sinabung.


(Foto: Reuters / Contrasto)

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O ROCK ERROU (DE ENDEREÇO)?


Pedras Rollando

Eugênio Magno

silenciosa e apática rede branca

Pedras Rolando em decibéis

enquanto a bola em campo não rola

vermelhos, pretos, verdes, brancos e

azuis

o mesmo som emanam

britânicos fonemas


(Do livro IN GÊ NU(A) IDA DE - versos e prosa, 2005)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

CINEMA E DIREITOS HUMANOS EM MATEUS LEME


Cineclube de Mateus Leme participa da "8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul"
 
O cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida participa neste mês de janeiro da 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, organizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Da mostra participam cerca de 600 cineclubes e outras organizações de todo o país, que estão exibindo uma parte da programação da competitiva de curtas, médias e longas-metragens; do cinema produzido por realizadores dos povos indígenas; e da homenagem a Vladimir Carvalho, cineasta paraibano dono de uma trajetória no cinema de importância singular para o documentário. 
A mostra começou no último sábado dia 4 de janeiro. No próximo sábado, dia 11, sábado, às 17 horas, serão exibidos o curta "Felizes para Sempre" (?), de Ricky Mastro, e o longa "Kátia" (2012), de Karla Holanda. O curta conta a história de amor de duas mulheres que estão juntas há 32 anos. O longa, focado na primeira travesti eleita para um cargo público no Brasil, provoca o debate sobre a representação política e os direitos da comunidade LGBT. 
No dia 18, sábado, às 17 horas, será a vez do curta "Brasília Segundo Feldman" (1979), de Vladimir Carvalho, e do longa "As Hiper-Mulheres" (2011), de Takumã Kuikuro, Carlos Fausto e Leonardo Sette. Utilizando imagens de arquivo, o  primeiro filme observa a história recente do país, através dos caminhos e descaminhos da construção de Brasília. No longa, que destaca a força da mulher indígena, uma tribo do Alto Xingu se prepara para um ritual e é surpreendida pela "doença" de uma das cantoras. 
E, no dia 25, sábado, às 17 horas, serão apresentados o curta "A Canga" (2001), de Marcus Villar, e o longa "Acidente" (2006), do poeta, artista plástico e cineasta mineiro Cao Guimarães. O curta aborda a reação de uma família de camponeses nordestinos quando o patriarca obriga a mulher, os filhos e a nora a colocar uma canga de boi para trabalhar. O longa, nem ficção nem documentário, ilustra um poema do diretor e de Pablo Lobato, percorrendo 20 cidades do interior mineiro nas quais surpreende situações ordinárias que surgem acidentalmente diante das câmeras.    
 Aos domingos, às 17 horas, prossegue o projeto Cinepreciosidades, curado pelo escritor e cinéfilo Matheus Matheus, com a exibição de filmes "cult", antigos, "underground" e contemporâneos, garimpados entre colecionadores e outras fontes.
Os filmes são exibidos em sala dotada de projeção e som digital e tela de 70 polegadas. O lugar tem 22 assentos. Os ingressos são distribuídos 30 minutos antes da sessão. 
O Cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida é um projeto do Instituto Humberto Mauro e funciona
na rua Meyer, 105. Vila Suzana (Reta). 35670-000 - Mateus Leme, M.G.
Maiores informações pelos telefones (31) 3535.1721, 7579.7815 e 9247.6574 ou através do blog: www.casadecassia.blogspot.com.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

INCÊNDIO COMO PROTESTO



Foto e reportagem de Cley Medeiros

O prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Humaitá, municipio do Sul do Amazonas, foi incendiado na noite de quarta-feira (25) em protesto à demora de respostas das autoridades policiais e governamentais sobre o desaparecimento de três homens há mais de uma semana. Familiares acreditam que eles tenham sido apanhados por índios da reserva Thenharim, localizada na BR-230 (Transamazônica), onde foram vistos pela última vez dia 16 de dezembro, e a situação continua tensa na região.
A Polícia Federal se reuniu com as lideranças indígenas na segunda feira (23), onde os índios negaram que tenham feito algo  com os homens, e que estariam dispostos a cooperar na busca. Revoltada, a população ameaça ater fogo em outros prédios públicos de Humaitá.
Luciano Ferreira Freire, Stef Pinheiro, e Aldeney Ribeiro Salvador, funcionários da Eletrobrás Amazonas Energia seguiam de Humaitá para o quilômetro 180, onde fica a comunidade Santo Antônio do Matupi, no município de Manicoré (a 390 quilômetros de Manaus). A população de Humaitá acredita que o suposto sequestro dos homens pelos indígenas seria uma retaliação à morte, até o momento não explicada, do cacique Ivan Tenharin, encontrado agonizando na estrada, após de ter supostamente caído de uma motocicleta no trecho da estrada entre a aldeia do ‘Campinhu’ e o distrito de Matupí.
Estimativas de moradores dão conta de que, pelo menos, cinco mil pessoas participem dos protestos. Indígenas que estavam em Humaitá se refugiaram no prédio do 54º Batalhão de Infantaria de Selva, sob a proteção do Exército.
A reportagem tentou contato com as autoridades policiais locais, mas, devido ao tumulto na cidade e ao feriado de Natal, não obteve sucesso.
(Fonte: Site do Brasil de Fato)