4 Estações
Eugênio Magno
Nos idos da minha primavera
bebí o sol e a chuva
a lua e as estrelas
Mais tarde ensandecido
nas profundezas
do vazio
de minha existência
mergulhei no nada
Também incendiei
o meu corpo caboclo
entre seios e vulvas
Depois gelei meu coração
me embriagando
na frieza dos cristais
No verão perambulei
sem teto
sem porto
sem rumo
Andei no fio da navalha
Já no outono
verti
torrentes
de águas
salgadas
Joguei dados com o demônio
tirei a sorte grande
anjos entraram
pelas
frestas
de
minh’alma
então
escura
Acenderam luzes
e continuam
a iluminar
os campos e
recantos
sombrios do
meu ser
Se o inverno for
rigoroso
terei espero
cinzas
ainda quentes
teto cobertor e luzes
a cada dia
mais fortes
para me
aquecer.
(Do livro IN GÊ NU(A) IDA DE - Versos e prosa, 2005)
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