"Ao passar a valer R$ 622 em 1º de janeiro, o salário mínimo brasileiro equivalerá a 2,25 cestas básicas, com valor unitário estimado em R$ 276,31. É o maior poder de compra desde 1979, de acordo com estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese).
O reajuste do salário mínimo será de 14,13% diante dos atuais R$ 545, vigentes desde março de 2010. O aumento real atinge 9,2%. Para chegar a esse valor, o governo segue o acordo negociado em 2007 com as centrais sindicais, quando foi regulamentada a política de valorização do salário mínimo.
Essa política, que deve ser mantida até 2023, tem como critérios o repasse da inflação do período entre as correções, o aumento real pela variação do PIB, além da antecipação da data-base de revisão – a cada ano – até ser fixada em janeiro, o que aconteceu em 2010.
A política prevê que, em janeiro de 2012, o reajuste reponha a inflação segundo o INPC do período mais a variação do PIB de 2010. O crescimento do PIB em 2010, em dado que ainda será revisado, foi de 7,5%. Desde 2002, o aumento real acumulado do salário mínimo é de 65,9%. O Dieese estima ainda que o novo valor do mínimo trará uma série de impactos positivos na economia brasileira. Entre eles: 48 milhões de pessoas que têm rendimento referenciado no salário mínimo serão beneficiadas; R$ 47 bilhões será o incremento de renda na economia; R$ 22,9 bilhões correspondem ao incremento na arrecadação tributária sobre o consumo. Os efeitos serão sentidos especialmente no Norte e no Nordeste do país.
No setor público, o número de trabalhadores que ganha até 1 salário mínimo é pouco expressivo nas administrações federal e estaduais. Nas administrações municipais, a participação destes trabalhadores é maior, especialmente na região Nordeste. Quando se observa o impacto do aumento de 14,13% sobre o salário mínimo na massa de remuneração dos trabalhadores do setor público, verifica-se a mesma tendência: maior impacto nas administrações municipais no Nordeste e Norte, diz a nota técnica do Dieese."
(Fonte: Site da Agência Carta Maior)
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
TRABALHADOR TEM PODER DE COMPRA AUMENTADO A PARTIR DE 2012
domingo, 25 de dezembro de 2011
É NATAL ! ...
Prudêncio*
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
AS OPINIÕES DE UM MONGE CISTERCIENSE
domingo, 18 de dezembro de 2011
O QUE DÁ PRA VER
A janela do meu quarto
Eugênio Magno
da janela do meu quarto
não vejo a minha rua
vejo outras ruas
da janela do meu quarto
vejo a minha vizinha nua
vejo as estrelas
pela janela do meu quarto
não se vê luz
não se vê nada
pela janela do meu quarto
muito menos se vê _____ .
(Do livro IN GÊ NU(A) IDA DE - versos e prosa, 2005)
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
PROTESTOS CONTRA BLASFEMIA NA FRANÇA
O VERDE TOMA CONTA DE MATEUS LEME
"3º Circuito Tela Verde" e "Fotos de Natureza" de Marco Alcantara
Numa parceria com a Biblioteca Pública Municipal Geraldo Alves de Oliveira, a Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, um projeto do Instituto Humberto Mauro em Mateus Leme, vai apresentar, neste final de semana, os filmes e vídeos que compõem o 3º Circuito Tela Verde 2011 - Mostra Nacional de Produções Audiovisuais Independentes em Temática Socioambiental, organizada pelos ministérios da Cultura e Meio Ambiente.
A mostra busca facilitar o trabalho de educação ambiental por meio da linguagem audiovisual. Os temas abordam aspectos da sociobiodiversidade brasileira, mostrando desde o cotidiano de populações que vivem ou já viveram em estreita relação com a natureza, até animações que exploram de forma lúdica a temática socioambiental. Resíduos sólidos, recursos hídricos, consumo sustentável, mudanças climáticas e biodiversidade são alguns dos temas tratados.
O circuito acontece, nos meses de novembro e dezembro, em 2.000 salas de exibição em todo o país, inclusive em localidades remotas, em espaços como Salas Verdes, Coletivos Educadores, Pontos de Cultura, cineclubes, Pontos Cine Mais Cultura, escolas, associações comunitárias, aldeias indígenas, quilombos, unidades do Ibama e do ICMBio.
Na Casa de Cultura de Mateus Leme, a mostra será apresentada no sábado, dia 17, às 17 horas, e no domingo, dia 18, às 10 e 16 horas, esta última com uma programação dirigida às crianças.
Também no domingo, às 18 horas, a Casa inaugura a exposição "Encantos e Desencantos", composta de trabalhos do fotógrafo Marco Alcantara que têm como tema principal - mas não o único - a natureza. Fotografando profissionalmente desde 2003, Alcantara é também ambientalista, sendo um dos fundadores da Associação Amigos da Serra do Elefante e líder da brigada de combate aos incêndios que ameaçam a serra.
Desenhista desde os 10 anos de idade, o artista teve seu interesse despertado para a fotografia ao realizar trabalhos em silk-screen. O processo de revelação de tela para estampar tecidos chamou sua atenção, estimulando-o a fazer o primeiro curso de fotografia, quando tinha 18 anos.
Os filmes e vídeos serão exibidos em DVD, com projeção digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares. Os ingressos serão distribuídos com meia hora de antecedência.
Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, fica na rua Meyer, 105, Vila Suzana (Reta), em Mateus Leme, MG. Maiores informações pelo Telefone (31)3535-1721.
domingo, 11 de dezembro de 2011
JUBILEU DE SANTA LUZIA
A cidade de Santa Luzia, está em festa
Desde o dia 14 de novembro que a cidade de Santa Luzia, MG, está em festa comemorando o jubielu da santa que dá nome à cidade. Fizeram parte das comemorações, além das liturgias solenes, envio de bandeira e visitação da imagam da santa-mártir a casas, sítios e fazendas, procissões, carreatas e peregrinações. Neste domingo, dia 11 de dezembro, tem recepção aos romeiros, barraquinhas e encerramento da Trezena dedicada à santa. E, no dia 13, terça-feira, Dia de Santa Luzia, é feriado oficial na cidade. É o dia em que terminam os festejos com missas de hora em hora, das cinco horas da manhã até as quatro da tarde e às sete da noite, missa solene, com apresentação dos novos festeiros e benção do Santíssimo Sacramento.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
AS MELHORES CAMPANHAS DE PROPAGANDA DO ANO
M&M elege a melhor campanha do ano
"O Meio & Mensagem vai apontar a campanha de maior destaque de 2011. Com o objetivo de celebrar a criatividade das agências nacionais e destacar as campanhas e ações que marcaram a memória do público nos últimos 12 meses, o site revela a lista das 15 campanhas concorrentes ao título de melhor do ano.
Para chegarmos às pré-selecionadas, levamos em conta as opiniões de nossos leitores –que participaram da enquete promovida no Twitter, nesta semana, dando seus votos com a hashtag #campanhadoano. E também dos que fizeram suas indicações via Facebook.
Com as opiniões dos internautas em mãos, a equipe de Meio & Mensagem selecionou as dez mais votadas, fez uma análise editorial das sugestões enviadas, levando em conta, essencialmente, a criatividade das campanhas, bem como sua repercussão, lembrança e conceito utilizado e indicou outras cinco finalistas." Para saber mais detalhes clique aqui.
domingo, 4 de dezembro de 2011
MOSTRA DO CINEASTA ANDRZEJ WAJDA EM B.H.
Retrospectiva de filmes do grande cineasta polonês
exibe as mais importantes obras do diretor
Organizado pela Embaixada da República da Polônia e o Consulado Honorário da República da Polônia de Minas Gerais a Mostra é uma oportunidade única para os espectadores mineiros conhecerem as mais importantes produções cinematográficas deste renomado diretor.
Cinema polonês é sinônimo de cinema de qualidade. O país que cedeu ao mundo realizadores como Kieslowski, Wajda, Polanski, Skolimowski, que acolheu a lendária Escola de Lodz, tem com a linguagem cinematográfica uma parceria de longos anos.
Serão apresentadas produções feitas entre 1960 e 2009. São onze filmes de vários gêneros, selecionados com o objetivo de mostrar o perfil da obra de Wajda.
O Cine Humberto Mauro fica Av. Afonso Pena 1537, Centro, Belo Horizonte. Para maiores informações ligue para o telefone 3236-7400, ou clique aqui.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
CÓLERA AINDA AMEAÇA POPULAÇÃO HAITIANA
(Fototo: Swoan Parker / Reuters)
domingo, 27 de novembro de 2011
QUANDO EU SOU FRACO É QUE SOU FORTE
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
A FALTA QUE ME FAZ
Filme de Marília Rocha no Cineclube de Mateus Leme
Os filmes são "A Falta que me Faz", de 2009, que será apresentado no próximo dia 26, sábado, às 17 horas, e "Acácio", de 2011, a ser exibido em data ainda a ser marcada. Ambos foram apresentados em vários festivais no Brasil e no exterior, colecionando prêmios, tiveram lançamento em salas comerciais de várias capitais, foram editados em DVD pela Lume Filmes e exibidos na televisão pelo Canal Brasil.
Transitando entre o documentário e a ficção, "A Falta que me Faz" acompanha o cotidiano de cinco moças do Vale do Jequitinhonha que experimentam o fim da juventude ainda alimentando um romantismo impossível. Em meio a conversas, obrigações e prazeres, cada uma delas encontra uma maneira de contornar a solidão e enfrentar as incertezas do futuro.
Convidada, a diretora deve comparecer à apresentação. Para Marília Rocha, "nenhum filme existe enquanto não é visto pelo público. O lançamento comercial é hoje pouco democrático e insuficiente para qualquer realizador. Por isso, a apresentação em cineclubes constitui uma nova frente de exibição e uma forma de aproximar as pessoas que compartilham o amor pelo cinema".
Na ocasião, será apresentado também o curta-metragem "O Doce Segredo de Bárbara", do crítico e cineasta mineiro Paulo Augusto Gomes, com a atriz Yara de Novaes. O filme estabelece um diálogo entre o presente e o passado a partir das reflexões do diretor e de sua atriz sobre um projeto malogrado dos anos 1980, quando tentaram filmar um conto da escritora mineira Terezinha Alvarenga.
O cineclube da Casa de Cultura fica situado na rua Meyer, 105, Vila Suzana (Reta). Mais informações pelo telefone (31)3535-1721 ou no blog www.casadecassia.blogspot.com. A entrada é franca e os ingressos serão distribuídos meia hora antes da sessão.
sábado, 19 de novembro de 2011
CANETADAS DA DILMA
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
LAPINHA DA SERRA
sábado, 12 de novembro de 2011
É PRECISO MUDAR O MUNDO
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
RUA DA CÂMARA
RUA DA CÂMARA
(Curtametragem)
Ficha técnica
SINOPSE: Em meio ao bulício de turistas ávidos por diversão, as repetitivas notas de um violino solitário, vindas do casario, insistem em tocar o fio da memória e nos colocar diante do ideal de liberdade que tece a nossa história.
Essa é a atmosfera de uma brevíssima e casual visita cinematográfica à Rua da Câmara, em Tiradentes, Minas Gerais.
PRODUÇÃO: Miralta Filmes
DIREÇÃO: Diogo Martins
ROTEIRO: Eugênio Magno
CÂMERA E EDIÇÃO: Diogo Martins
MÚSICA: Som documental (originário de uma das casas da rua) de músico não identificado
TEMPO: 1 minuto
PAÍS: Brasil
ANO: 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
IGREJA SE POSICIONA CONTRA O CAPITALISMO
Vaticano interage com movimento altermundialização
"Para sair da crise, é necessária uma autoridade política mundial que garanta a transparência dos mercados. A proposta apresentada nos últimos dias pelo discatério para as questões sociais do Vaticano, o Pontifício Conselho Justiça e Paz, foi quase que simultânea a ação global promovida pelo movimento dos indignados que tomou as ruas do mundo no dia 15 de outubro.
No documento, como visto anteriormente, a Santa Sé fez duros ataques aos efeitos devastadores da ideologia liberal e reafirma o primado da política sobre a economia. O mesmo que milhares de manifestantes ecoaram por centenas de cidades no mundo: Não, não pagaremos por sua crise ou dito ainda na consigna do Ocupa Wall Street: We are the 99%.
O documento do Vaticano retoma, atualiza e revela sintonia com o movimento altermundialização. Uma demonstração, como já destacado, de que a Igreja na área social está antenada com as mudanças em curso no capitalismo mundial e é sensível às demandas dos movimentos sociais.
A proposta e reivindicação da necessidade de um controle maior sobre o mercado financeiro foi colocado na agenda mundial a partir do surgimento do movimento antiglobalização no final dos anos 1990. Contribuiram decisavamente para a emergência dessa bandeira os eventos de Seattle (dezembro de 1999), Fórum Social Mundial (janeiro de 2001) e Gênova (julho de 2001).
Foi em Seattle (1999), na 1º edição do Fórum Social Mundial de Porto Alegre (2001) e nos protestos antiglobalização em Gênova em julho de 2001, por ocasião da Cúpula do G-8 na cidade italiana, que repercutiram mundialmente a ideia de se impor limites à voracidade das corporações do capital produtivo e financeiro.
A proposta original, entretanto, de se estabelecer controle sobre o capital financeiro, partiu da Associação pela Tributação das Transações Financeiras para ajuda aos Cidadãos - Attac, fundada na França em dezembro de 1998 após a publicação no Le Monde Diplomatique de um editorial intitulado Les Désarmer marchés (Desarmar os mercados) que lançou a idéia de uma associação para divulgar o imposto Tobin, um mecanismo de taxação do capital financeiro.
Destaque-se, entretanto, que a propria Igreja contribui para mobilização dessa ideia a partir da Campanha Jubileu 2000, que surge no interior da Igreja e sugere o perdão das dívidas do países do terceiro mundo."
(Fonte: Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores - CEPAT)
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
PROFETISMO E ESPERANÇA NA POESIA
Para ler o ensaio de Maria Aparecida da Silva sobre Neruda, na íntegra, clique aqui.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
MUITA TENSÃO NA SÍRIA
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO
da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, em Mateus Leme
domingo, 23 de outubro de 2011
"PRIMEIRO AS PESSOAS, NÃO AS FINANÇAS"
(Site Adital)
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
MORRE MAIS UM DITADOR
"Quatro semanas de bombardeios intensos dos caças da Otan precederam a captura e morte de Kadafi, nesta 5ª feira, na Líbia. Sirte, a cidade nuclear no centro das operações, foi reduzida a ruínas. Mais de 100 pessoas morreram nos últimos 10 dias. Há centenas de feridos e encarcerados. A violência não se limita aos combates.Um relatório da Anistia Internacional, de 13 de outubro, Detention Abuses Staining the New Libya, denuncia a persistencia de prisões arbitrárias, sem julgamento, por parte de milícias incorporadas ao governo provisório rebelde. A prática da tortura é generalizada nas prisões, seja por vingança, seja como método sancionado de coleta de informação. Se o Conselho Nacional de Transição (CNT) não der mostras de uma ação firme e imediata, diz o Relatório da Anistia, a Líbia corre um risco real de ver algumas tendências do passado repetirem-se.
domingo, 16 de outubro de 2011
"SS"
Silêncio
Eugênio Magno
Sendo
Somente
aSSim
Serei
Sempre
aSSim
Somente
(Do livro IN GÊ NU(A) IDA DE - versos e prosa, 2005)
FLAGRANTE DE PREPARATIVOS PARA CELEBRAÇÃO NA ÍNDIA
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
A TÃO BUSCADA LIBERDADE PODE EXPRESSAR OBEDIÊNCIA CEGA E MAIS OPRESSÃO
Palavra: força e fraqueza
Ricardo Lengruber
As palavras são mais do que meras portadoras de significado. Por meio delas, conseguimos tornar a aparente desorganização das coisas em algo minimamente compreensível e, por conseguinte, domável.
Mesmo entre os grunhidos dos nossos ancestrais mais distantes, já estava presente essa busca por fazer a realidade circundante menos selvagem. As pinturas de Lascaux, entre tantos exemplos, revelam que, desde há muito, a busca humana por significar tem por instrumento essencial a palavra, mesmo que sob códigos ainda muito rudimentares.
Essa é razão pela qual a Bíblia, ao menos em dois momentos angulares, faz referência à palavra. A Palavra pela qual o mundo fora criado e a Palavra que se fez carne e armou uma tenda entre os homens. Na narrativa da Criação, em Gênesis 1, "disse Deus: haja luz; e houve luz!" No evangelho de João, capítulo 1, há uma longa reflexão sobre o fato de a mesma palavra criadora – logos – ser aquela que ilumina o mundo e mora entre os homens.
Por meio da Palavra, a Teologia judeu-cristã conseguiu exprimir a absurda diferença entre Deus e os homens, mas, ao mesmo tempo, e por paradoxal que seja, a mais profunda solidariedade e comunhão entre os dois. O totalmente Outro é, agora, por meio da Palavra, um Próximo, semelhante.
A palavra que, ao mesmo tempo, distancia e aproxima (e que é instrumento no gesto criador divino) é emprestada ao ser humano para sua empreitada de nomear e significar seu jardim recém criado. Essa aparente contradição revela que a Palavra parece ter vida própria ou, então, que não pertence a esse ou aquele.
A religião é uma colcha de palavras que pretende significar o mundo que mora dentro das pessoas. Os desafios que o mundo de fora empreende para com o mundo de dentro fizeram com que os homens procurassem um abrigo para se salvaguardar das ameaças tantas. As religiões são formas de enxergar a realidade, mas, acima de tudo, de interpretá-la. Daí o uso mais que instrumental da palavra. Em matéria de religião, a palavra torna-se Palavra e, como tal, ganha caráter sagrado e sacramental.
Dois registros pelos quais a religião se movimenta são baseados na palavra. Tanto o mito quanto o rito da palavra dependem e dela sabem usufruir. Se, por um lado, o mito é a narrativa sobre as profundezas da alma empreendida pela palavra; por outro, o rito é a celebração que a mesma palavra empreende sobre si. Mesmo quando só há o silêncio, a palavra se faz presente exatamente por conta de sua ausência.
Os operadores dos cultos religiosos revelam-se tanto mais eficientes quanto mais capazes são de conduzir e administrar a palavra. A palavra criadora e a palavra que mora entre os homens é aquela que sacralizada no culto religioso e se torna capaz de consolar ou culpar, de confortar ou instigar, de pacificar ou guerrear.
Essa talvez seja a questão na qual residem problemas sérios no mundo das religiões. Como há centralidade da palavra e como os sacerdotes são os seus articuladores, o uso que dela é feito é sempre com vistas à obtenção de determinados resultados. Via de regra, o resultado que se espera é a condução por uma experiência autêntica de encontro do ser humano com o significado de sua existência, mas há que se ter clareza que entre o mundo real e o ideal existe um largo e profundo abismo.
Minha intuição é que isso ocorre porque a vida das palavras nasce da experiência que elas são capazes de impulsionar em seus protagonistas. Palavras ditas e ouvidas que não foram geradas de uma autêntica experiência não conseguem empreender nada em quem as fala ou em quem as ouve. No mundo da religião, todavia, há uma busca séria e legítima por experiência e os sacerdotes conseguem manipular bem essa demanda. Conseguem, por exemplo, ser porta-voz de uma massa imensa que não quer ou não consegue se expressar e, ao invés de ajudá-la a superar tal limitação, a torna cativa de seu discurso e a estimula a mimeticamente seguir seus passos meramente rituais. Isso é o que tem feito a religião ser recorrentemente acusada de ser o “ópio do povo”.
É urgente que se aprenda a observar melhor o conteúdo do discurso em detrimento de sua forma e que não se permita ser conduzido pela força do rito e das emoções que esse gera no coração humano. A potência das palavras – sobretudo as palavras religiosas – emerge quando elas são ditas a partir de um autêntico encontro com seu significado.
Sempre que se permitir ser conduzido por outro, o homem abdica de sua identidade e se torna mero repetidor alienado. Isso ocorre mesmo quando se tem a ilusão de liberdade que o culto religioso pode fazer crer que se experimenta.
A beleza da religião está no fato de conseguir ser o suspiro da criatura oprimida e conseguir nela estimular a busca por liberdade.
Curioso, entretanto, é que esses vocábulos (libertação, cura, vitória, realização etc) fazem parte do dia-a-dia dos templos e sermões, mas não significam exatamente o que essas palavras podem expressar. As palavras dependem de seu contexto, mas, acima de tudo, fazem com que seu meio signifique isso ou aquilo. Assim, no discurso religioso, liberdade expressa obediência e, por meio dela, o suspiro dos oprimidos apenas se emudece.
* O autor é professor de História, Filosofia e Teologia. Doutor pela PUC do Rio de Janeiro
(Fonte: Site do jornal Fórum século XXI)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
RECITAL-PALESTRA DO INSTITUTO GURDJIEFF DE MG
terça-feira, 4 de outubro de 2011
USP CHAMA GOLPE DE REVOLUÇÃO (???)
Placa na USP chama golpe militar de 'revolução de 1964'
A obra, na Cidade Universitária da USP, é parte de parceira entre a universidade e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência. Ela é patrocinada pela Petrobras e tem custo de R$ 89 mil.
O termo revolução é usado por militares que negam que tenha havido uma ditadura no país de 1964 a 1985.
Na tarde de ontem, o termo revolução foi riscado e a palavra golpe foi escrita.
A obra faz parte do projeto Direito à Memória e à Verdade, que inclui a criação da Comissão da Verdade.
Considero o termo utilizado um absurdo. Farei contato com o reitor para mudar imediatamente a inscrição, disse a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos).
A reitoria da USP diz que houve falha na confecção e que o erro será corrigido o mais rápido possível. A Scopus Construtora, responsável pela obra, não se pronunciou.
sábado, 1 de outubro de 2011
25 ANOS DE PSIU POÉTICO
Aroldo Pereira
Poeta e Curador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético
Na década de 80 do século passado, o Grupo de Literatura e Teatro Transa Poética, com Renilson Durães, Gabriel Cardoso, Aroldo Pereira, numa 1ª fase, depois com Mirna Mendes, Helena Soares, Mauro Lúcio, dando sequencia ao trabalho iniciado, apresentava recitais e teatro-clip-poético em bares, cinemas, asilos, circos, praias, faculdades, praças, metrôs, ônibus e nos espaços mais inusitados e diferentes. Era um jeito de não deixar a poesia só nos livros e estantes. Nós tirávamos a poesia do quadro estático em que os poetas conservadores haviam lhe confinado. A poesia demonstrava alegria, vitalidade e desejo de vida no meio do povo e nas mesas de bares. Com o Grupo Transa Poética, a poesia foi para a rua, caiu na vida.
No Brasil de uma forma ou de outra, a poesia sempre desafiou o coro dos contentes. Na época da coroa, contrapondo o império português, tivemos em Minas Gerais, um levante, uma revolução cultural que contou com as participações dos poetas Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa, lutando e conspirando pela libertação do nosso país. E essa luta não tem fim, cada poeta que ergue sua voz, contamina a tirania com os ventos e cores da liberdade.
Temos médicos, empresários, políticos, caminhoneiros, babalorixás, padres, pastores, professores, estudantes, cientistas, desenhistas eletrônicos, bailarinos, escritores, reitores, jornalistas, músicos, garis, juízes, entre muitos outros profissionais sem nenhuma aptidão ou sensibilidade para a poesia escrita e a poesia humana. O poeta mexicano Otávio Paz disse: “Um homem rico em poesia pode ser mendigo. E os poemas não podem ser economizados para uma poupança: eles têm que ser gastos”.
O Grupo Transa Poética, buscando 01 dialogo permanente com a humanidade, criou e mantém, de forma permanente, um evento que congrega e abre espaço para todos os poetas em movimento. O Salão Nacional de Poesia Psiu Poético que agora completa 01 quarto de século, em uma comemoração continuada no decorrer de todo ano de 2011. O Psiu Poético não hierarquiza os poetas, apresenta seus versos e inquietações, aproximando seus trabalhos e verves para um conhecimento mútuo.
No início de tudo, a arte, a poesia, a filosofia, foi sendo repassada, transmitida de forma oral e desenhos rupestres, permanecendo entre os povos, dando sentido e encantamento a vida. Hoje um grande número de pessoas tem acesso e recebe informações permanentes e simultâneas de todo o mundo. Estão interligadas, conectadas com a “quase totalidade”, via internete. Mas quem lê poesia? Quem conhece e convive com as tradicionais e novas dicções dos poetas, nesse mundo do vil metal, nesse mercado permanente de futilidades?
Para você que se dar o direito de pensar, refletir ,experimentar diferentes sensações, esse livro é 01 achado, com muitas e variadas dicções,cada uma com sua intensidade e grau de invenção. Experimente, VAI FUNDO.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
O TRANSPORTE EM CABUL
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
FILME "FELICIDADE" SERÁ EXIBIDO EM CINECLUBE DE MATEUS LEME
O cineasta norte-americano Todd Solondz navega contra essa corrente. Em seus filmes, ele expõe que, por sob aquela aparência de felicidade dos norte-americanos, visível no conforto material, se esconde uma grave crise moral. "Felicidade" é um impiedoso retrato da sociedade norte-americana atual, feito com tamanha seriedade que acaba por ficar cômica.
Resumindo o que é o filme, o crítico da "Folha de S.Paulo" escreveu que ele "ri da família e humaniza as perversões".
O curta será "Artesãos da Morte", da jornalista e cineasta Miriam Chnaiderman. Trabalhadores que lidam diariamente com a morte, falam da vida.
Os filmes serão exibidos em VHS, com projeção digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares.
A exibição acontece no próximo sábado, dia 24 de setembro, às 17 horas, no Cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, na rua Meyer, 105, Bairro Vila Suzana (Reta), telefone (31)3535.1721, em Mateus Leme. Um projeto do Instituto Humberto Mauro, sob a coordenação do cineasta, jornalista e cineclubista Victor de Almeida
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
INFLAÇÃO À VISTA OU ESPECULAÇÃO?
Relógio cuco
ex-secretário geral da Unctad
Basta pensar na Cruz Vermelha, em Rousseau, Benjamin Constant, Madame de Stael, Pestalozzi, Le Corbusier, Piaget, Giacometti, Godard, elenco mais impressionante que o de alguns gigantes pela própria natureza.
Eis que o relógio cuco dá nova contribuição ao soar o alarme contra o perigo mortal da anarquia do câmbio. Ninguém no mundo se compara aos suíços em cautela e horror do não convencional. Se arriscam fixar a cotação do franco suíço em euros é porque a situação está para além de preta.
A diferença entre nós e eles é que, como os sicilianos, eles jamais ameaçam: preferem agir sem preanuncio. Nós somos incendiários nas declarações e tímidos na ação e não apenas por amor à bravata.
É que os suíços podem arrostar ataques especulativos com alguma chance de sair com vida.
Nós, sempre no fio da navalha, corremos o risco de soprarmos em inflação que já arde em cima da palha seca se tomarmos medidas ousadas como o corte do juro ou o controle de capitais.
Por isso nos limitamos por muito tempo a denunciar a guerra cambial no G20 e a pedir à Organização Mundial do Comércio que estude o efeito do câmbio no comércio. São gestos louváveis, mas anódinos, pois o mundo vive em situação de anarquia cambial, isso é, ausência total de normas e governo na matéria.
Desde que Nixon abandonou em 1971 o sistema de taxas fixas de Bretton Woods, virou letra morta o artigo 4º do acordo do FMI relativo a disciplinas cambiais.
Dizia-se na época que, após meses de turbulência, o câmbio flutuante produziria seu próprio equilíbrio. Estamos esperando há 40 anos e as tempestades já obrigaram a intervenções urgentes como as dos acordos do Plaza e do Louvre.
Na OMC o panorama não é mais animador. O artigo 15 do acordo geral dispõe que os países devem se abster de manipular as moedas a fim de não frustrar os objetivos do acordo. Como nunca se definiu o que significa "manipular" e "frustrar", nada se pode fazer.
Não existem recursos legais: antidumping cambial, taxas contra o subsídio indireto da manipulação, tudo carece de base jurídica.
Os pragmáticos helvécios concluíram que, na falta de remédios internacionais, o remédio é cada um cuidar de si. Se der certo e outros como o Japão seguirem o exemplo, aumentará a pressão sobre a moeda brasileira. Fez bem, assim, o governo em deixar de se queixar ao bispo e começar a tomar medidas.
Entre elas, o início da redução do juro e a elevação do IOF sobre capitais especulativos trouxeram alívio temporário no câmbio, graças também ao recrudescimento da crise mundial. Nada garante que dure. Estagnada devido ao câmbio, a indústria pouco se beneficiou até agora da explosão do consumo, capturada quase toda pelas importações.
Se a crise apertar, a única saída será aproveitar a demanda interna para crescer. Para isso o remédio são ações mais fortes para estancar a hemorragia cambial. Sem dúvida é arriscado, mas como no dilema de Trotsky: risco em avançar, morte segura se ficarmos parados.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
NAUFRÁGIO NA TANZANIA
domingo, 11 de setembro de 2011
APENAS UM LEGADO
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
GRITO DOS EXCLUÍDOS
domingo, 4 de setembro de 2011
RADIOGRAFIA DA GREVE DOS PROFESSORES EM MINAS
Em entrevista, coordenadora do Sind-UTE - Sindicato Único dos trabalhadores na Educação pública de Minas Gerais - afirma que greve só termina
Mariana Starling
De Belo Horizonte (MG)
Beatriz Cerqueira – Temos enfrentado um processo de empobrecimento da nossa categoria que se aprofundou desde que o Aécio Neves assumiu o governo. O tão falado “Choque de Gestão” foi uma política em que os profissionais, os servidores públicos pagaram a conta. Ele instituiu uma política de controle de remuneração, de ausência de valorização da categoria com a instituição de dinâmicas de prêmio por produtividade que não trazem eficiência para o sistema público, mas fazem com que o Estado possa controlar a remuneração. Além disso, o investimento em políticas públicas não ocorre no estado e, com isso, toda a sociedade sofre. Não é só nossa categoria.
O governo de Anastasia tem sido, então, uma continuidade do governo Aécio no setor, ou há alguma diferença relevante?
Sem sombra de dúvidas é uma continuidade. O próprio Anastasia diz isso, que é a terceira fase do “Choque de Gestão”. Os dois primeiros mandatos do Aécio e agora o do Anastasia é a terceira geração, que eles mesmos colocam.
E como está a Educação em Minas? Faça, por favor, uma breve radiografia do ensino no estado.
Nesse sentido, explique as principais reivindicações da categoria.
O foco da nossa greve, pela terceira vez, é o Piso Salarial Nacional. Na nossa realidade, o Estado quer estabelecer uma dinâmica de controle da remuneração, ele não investiu em vencimento básico da categoria. Faz políticas de abono, políticas que são transitórias e não trazem benefícios para a vida funcional do servidor. O vencimento básico hoje de um professor de nível médio é de R$ 369. A pessoa que tem licenciatura plena é R$ 550. Então nós estamos falando que, em Minas Gerais, o professor que faz universidade recebe um salário mínimo. O foco principal é a questão do Piso Salarial Nacional. Nós conquistamos uma lei federal em 2008, que é a lei 11.738, e toda essa greve é para que o governo cumpra a lei. Não é uma decisão judicial que vai fazer com que esta greve acabe. Nós procuramos todos no início da greve: o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal, a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa Mineira, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais no sentido da mediação do conflito. Isso em junho, na primeira semana de greve. Procuramos todos os atores. Nesse momento, a greve só será interrompida quando atingirmos um patamar de negociação que atenda à expectativa da categoria: o Piso Salarial Nacional. A justiça de Minas Gerais tem mania de declarar toda greve do setor público como ilegal. Há uma estratégia do Estado de tentar declarar como ilegal também este ano, como no ano passado. Mas essa greve não vai ser suspensa por uma decisão judicial.
E como tem sido a postura do governo diante das reivindicações?
O governo até o momento não apresentou nenhuma proposta de Piso Salarial como vencimento básico. Tenta investir em um modelo de remuneração construído por ele, que é o subsídio, o qual tem um impacto muito negativo para o servidor de carreira porque não tem a lógica do controle da remuneração, só do vencimento básico. Outro aspecto é que o governo do estado só negocia com quem é conivente com ele. Aqui em Minas temos uma política permanente de cooptação das entidades sindicais, das lideranças sindicais. Para estar em uma mesa de negociação é necessário que se pactue com o que o governo concorda. Um exemplo disso é o Comitê de Negociação Sindical, que foi criado este ano com o objetivo de ser uma mesa de negociação do servidor público estadual. Por nós estarmos em greve, o governo proibiu que participássemos da mesa. O governo gerencia, interfere, tenta tutelar o lado do trabalhador. Não cabe ao governo determinar quem senta à mesa ou quem não senta ou em que condições senta.
O acórdão do Superior Tribunal Federal (STF), publicado dia 24 de agosto, determina o pagamento do Piso Salarial Nacional aos professores. Qual a expectativa da categoria sobre essa decisão? A Secretaria de Estado de Educação e o governo do estado já se manifestaram?
Junto ao Sind-UTE, o governo ainda não se manifestou. A publicação do acórdão ratifica o que o Sindicato vem dizendo desde abril: que o Piso é vencimento básico e não total de remuneração. Eu acho lamentável que o governo do estado deixe uma greve se prolongar para, no final, ser obrigado a cumprir uma questão que a categoria reivindicava antes mesmo que a greve iniciasse. Na nossa pauta, em fevereiro, nós já reivindicávamos o Piso Salarial Nacional. Quando teve o julgamento do STF de mérito, que definiu a constitucionalidade do Piso entendido como vencimento básico em abril, nós ainda assim tentamos por dois meses a negociação com o governo do estado. Mas o governo optou por não negociar, ignorar uma lei federal. E a publicação do acórdão só veio legitimar a nossa luta pelo Piso Salarial.
O governo do estado afirma que a forma de pagamento com subsídio é constitucional. O que o sindicato diz sobre esse posicionamento?
Quem vai decidir isso é o Supremo Tribunal Federal. Porque em julho nós já ajuizamos uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) pedindo que o STF declare inconstitucional o subsídio em Minas Gerais visto que há uma lei federal que estabelece um Piso Salarial Nacional profissional. Aguardamos o mais breve possível que o Supremo possa se manifestar em relação à nossa Adin.
De que maneira a imprensa local vem noticiando as mobilizações dos trabalhadores em educação?
Por mais que tentem ignorar, é impossível não falar de uma greve de mais de 80 dias. É impossível não falar de uma greve que atinge mais de 50% do estado. Uma greve que está resistindo ao corte de ponto, à suspensão de direitos, que tem resistido a uma ampla, intensa e ofensiva campanha publicitária feita pelo governo no sentido de convencer a sociedade e a própria categoria. Não são todas as entidades que conseguem reunir 8, 9 mil pessoas em assembleia em Belo Horizonte. A imprensa tem feito a cobertura. É claro que em alguns meios de comunicação a gente percebe uma edição no sentido de diminuir a participação da categoria, como aconteceu quando um jornal disse que tinham 700 pessoas em uma assembléia com mais de 7 mil. As secretárias de governo são convidadas para entrevistas de estúdio, coisas que o sindicato não é. E para uma imprensa que preza pela democracia, o espaço deveria ser o mesmo. Já tiveram duas marcações de entrevistas com o sindicato que foram canceladas porque a Secretária de Planejamento e Gestão não aceitou participar. Mas o importante é que temos conseguido furar esse bloqueio e temos conseguido fazer a interlocução dos movimentos através dos meios de comunicação.
Como se posicionam os estudantes, os movimentos sociais e a sociedade em geral em relação à luta da categoria?
Nós conseguimos ter o apoio e a solidariedade de mais de 40 entidades entre movimentos sociais, sindicais, estudantis. Várias comissões de pais no interior do estado têm nos ajudado, têm ido ao Ministério Público.
O governo estadual afirma que já está repondo nas escolas os professores que estão em greve, contratando novos professores. O que o Sindicato tem a dizer sobre isso?
Eu queria fazer uma observação. Da dificuldade que nós enfrentamos em Minas dos direitos dos trabalhadores serem preservados. E quando a gente recorre ao poder Judiciário, o mesmo, em Minas, primeiro resguarda o direito do patrão. No caso, o governo do estado. Há uma lei federal que estabelece o direito de greve e diz que o trabalhador em greve não pode ser substituído. Infelizmente, a Justiça mineira não é guardiã da legislação. A alegação de que o Enem será prejudicado é o desconhecimento do que é o mesmo. Isso é desconhecer a educação básica. Se estivessem realmente preocupados com o Enem, estariam discutindo a matriz curricular do ensino médio. A preocupação com o ensino médio deveria ser no tocante à qualidade do ensino, à qualificação do profissional. A questão da Justiça mineira merece uma reflexão. Fora que o Estado tem contratado pessoas sem qualificação. É um advogado que chega pra pegar aula de sociologia, é um fisioterapeuta para dar aula de biologia, um estudante para lecionar história... Isso não é só um discurso do sindicato. Temos provas nos relatórios das contratações. O interessante é que o estudante não está aceitando. Tem escolas em que os estudantes estão se recusando a assistir às aulas."
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
ESSA É DO BLOG DO EMIR
De céticos a cínicos
domingo, 28 de agosto de 2011
DEUS E A POESIA
"Para o ex-aluno dos jesuítas Carlos Drummond de Andrade, a transcendência só poderia existir na imanência, como salto qualitativo do existir diante da ‘pedra’ da impossibilidade. Aqui talvez seja o ponto mais próximo da poesia com a mística, de encontrar um Mistério em todas as coisas e que oferece sentido a todas elas."
A declaração é do teólogo Alex Villas Boas, na entrevista que concedeu por e-mail à IHU On-Line, ao refletir acerca de sua obra Teologia e Poesia – A busca de sentido em meio às paixões em Carlos Drummond de Andrade como possibilidade de um pensamento poético teológico (Sorocaba: Crearte Editora, 2011). Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
OLHOS DE OURO
domingo, 21 de agosto de 2011
"EU" E EU
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
DOCUMENTARISTA FALA DA SUA CARREIRA
Silvio Tendler, um cineasta contra a maré
Sílvio Tendler. Ao fundo, grafite da vídeo instalação do Poema Sujo no Espaço Oi, Rio de Janeiro. Acusado por analistas do Fundo Setorial Audiovisual, do Ministério da Cultura (MinC), de não saber fazer roteiro e de que seus filmes têm bilheterias pífias, o cineasta chuta o balde e mostra que, além de conquistar as maiores plateias do mercado brasileiro de documentários – O mundo Mágico dos Trapalhões (1 milhão e 800 mil espectadores), Jango (1 milhão) e Anos JK (800 mil) –, seu Utopia e Barbárie é um dos filmes mais vistos em exibições alternativas.
O ”Sr. Documentário” fala da carreira, projetos e do cinema engajado com a luta pela utopia de Silvio Tendler. Fala também da relação do cinema com a literatura e da batalha que continua a ser fazer filmes no Brasil. Para ler a matéria completa do jornalista e escritor, Oswaldo Faustino, com direito a entrevista e tudo, acesse o site http://www.cineclubebrasil.com.br e procure a revista nº 4, 2011.
domingo, 14 de agosto de 2011
O CRISTIANISMO É MAIOR DO QUE AS IGREJAS
Alento aos desolados com a Igreja
Leonardo Boff
Teólogo e escritor
E não é para menos. O atual Papa tomou algumas iniciativas radicais que dividiram o corpo eclesial. Assumiu uma rota de confronto com dois importantes episcopados, o alemão e francês, ao introduzir a missa em latim; elaborou uma esdrúxula reconciliação com a Igreja cismática dos seguidores de Lefebvre; esvaziou as principais intuições renovadoras do Concílio Vaticano II, especialmente o ecumenismo, negando, ofensivamente, o título de “Igreja” às demais Igrejas que não sejam a Católica e a Ortodoxa; ainda como Cardeal mostrou-se gravemente leniente com os pedófilos; sua relação para com a AIDs beira os limites da desumanidade. A atual Igreja Católica mergulhou num inverno rigoroso. A base social de apoio ao modelo velhista do atual Papa é constituída por grupos conservadores, mais interessados nas performances mediáticas, na lógica do mercado, do que propor uma mensagem adequada aos graves problemas atuais. Oferecem um “cristianismo-prozac”, apto para anestesiar consciências angustiadas, mas alienado face à humanidade sofredora.
Urge animar estes cristãos em vias de emigração com aquilo que é essencial ao Cristianismo. Seguramente não é a Igreja que não foi objeto da pregação de Jesus. Ele anunciou um sonho, o Reino de Deus, em contraposição com o Reino de César, Reino de Deus que representa uma revolução absoluta das relações desde as individuais até as divinas e cósmicas.
O Cristiansimo compareceu primeiramente na história como movimento e como o caminho de Cristo. Ele é anterior a sua sedimentação nos quatro evangelhos e nas doutrinas. O caráter de caminho espiritual é um tipo de cristianismo que possui seu próprio curso. Geralmente vive à margem e, às vezes, em distância crítica da instituição oficial. Mas nasce e se alimenta do permanente fascínio pela figura e pela mensagem libertária e espiritual de Jesus de Nazaré. Inicialmente tido como “heresia dos Nazarenos” (At 24,5) ou simplesmente “heresia” (At 28,22) no sentido de “grupelho”, o Cristianismo foi lentamente ganhando autonomia até seus seguidores, nos Atos dos Apóstolos (11,36), serem chamados de “cristãos.”
O movimento de Jesus certamente é a força mais vigorosa do Cristianismo, mais que as Igrejas, por não estar enquadrado nas instituições ou aprisionado em doutrinas e dogmas. É composto por todo tipo de gente, das mais variadas culturas e tradições, até por agnósticos e ateus que se deixam tocar pela figura corajosa de Jesus, pelo sonho que anunciou, um Reino de amor e de liberdade, por sua ética de amor incondicional, especialmente aos pobres e aos oprimidos e pela forma como assumiu o drama humano, no meio de humilhações, torturas e da execução na cruz. Apresentou uma imagem de Deus tão íntima e amiga da vida, que é difícil furtar-se a ela até por quem não crê em Deus. Muitos chegam a dizer: “se existe um Deus, este deve ser aquele que traz os traços do Deus de Jesus”.
Esse cristianismo como caminho espiritual é o que realmente conta. No entanto, de movimento, ele muito cedo ganhou a forma de instituição religiosa com vários modos de organização. Em seu seio se elaboraram as várias interpretações da figura de Jesus que se transformaram em doutrinas e foram recolhidas pelos atuais evangelhos. As igrejas, ao assumirem caráter institucional, estabeleceram critérios de pertença e de exclusão, doutrinas como referência identitária e ritos próprios de celebrar. Quem explica tal fenômeno é a sociologia e não a teologia. A instituição sempre vive em tensão com o caminho espiritual. Ótimo quando caminham juntas, mas é raro. O decisivo é, no entanto, o caminho espiritual. Este tem a força de alimentar uma visão espiritual da vida e de animar o sentido da caminhada humana.
O problemátio na Igreja romano-católica é sua pretensão de ser a única verdadeira. O correto é todas as igrejas se reconhecerem mutuamente, pois todas revelam dimensões diferentes e complementares do Nazareno. O importante é que o cristianismo mantenha seu caráter de caminho espiritual. É ele que pode sustentar a tantos cristãos e cristãs face à mediocridade e à irrelevância em que caiu a Igreja atual.