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Eugênio Magno
Cássia
não mora mais aqui. Mudou de endereço. Deve habitar o céu, sei lá... Não
ouviremos mais a sua voz que agora fala aos serafins.
Fui
me despedir dela, mas Cássia não me reconheceu. Não acenou para mim.
Cássia,
irmã que não conheci, filha que não ninei, desculpe se tardei a chegar perto de
você. Embora você estivesse linda e altiva no dia da despedida, prefiro sua
imagem no retrato que um dia, risonho, seu pai me mostrou.
Por
falar em foto, mande-nos um postal do céu. Diga ao Todo Poderoso, aos anjos e
santos que temos muitas curiosidades, mas continuamos a viajar no velho
veleiro. Que só você foi à frente de jato.
Deus
te abençoe menina.
E
a nós também, que sentimos sua falta.
(Do livro IN GÊ NU(A) IDA DE - Versos e prosa, 2005)
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