Eugênio Magno
Com este belo e sugestivo título, Aracy Alves Martins, Inês Assunção de Castro Teixeira, Mônica Castagna Molina e Rafael Letvin Villas Bôas, organizaram mais uma publicação da coleção Caminhos da Educação do Campo, da Editora Autêntica.
O livro, no dizer de seus organizadores se articula, partindo, em princípio, de olhares cuja experiência é incontestável, em primeiro lugar, sobre Educação e sobre o Campo e seus sujeitos; em segundo lugar, sobre Cinema e Educação. São olhares diferenciados, tangenciando várias dimensões: históricas, políticas, ecológicas, poético-literárias, educacionais; tendo sempre como foco os sujeitos do campo, seus textos e contextos trazidos da terra às telas.
Vidas Secas, Deus e o diabo na terra do sol, Narradores de Javé, Cabra marcado para morrer e Nas terras do bem-virá, estão entre os dez filmes analisados em Outras terras à vista. Além de textos dos organizadores, o livro tem prefácio e posfácio dos professores eméritos da FAE / UFMG, Carlos Roberto Jamil Cury e Miguel González Arroyo, respectivamente. E, conta com a participação dos pesquisadores Ana Lúcia Azevedo e Ataídes Braga, entre outros; inclusive, do autor deste artigo.
Para mim, foi uma grande honra participar dessa publicação, não só pela importância de sua destinação, como pela satisfação em poder afirmar A teimosia da esperança: “Nas terras do bem-virá”, juntamente com os autores e personagens do filme que analisei. No capítulo 11, o último do livro, eu acompanho Alexandre Rampazzo, Tatiana Polastri e Fernando Dourado que, contando apenas com uma pequena ajuda de custo para cobrir os gastos com transporte, alimentação e manutenção da base de produção, empreenderam uma jornada de 26 meses entre pesquisa, produção e finalização do documentário.
Nas terras do bem-virá aborda o modelo de colonização da Amazônia, o massacre de Eldorado do Carajás, o assassinato da missionária Dorothy Stang e o ciclo do trabalho escravo. Histórias de um povo que cansou de migrar em busca da sobrevivência e decidiu lutar para conseguir um pedaço de terra, deixar de ser escravo e manter viva a última grande floresta tropical do planeta. Com uma equipe super-reduzida e uma câmera digital portátil, o diretor, a produtora e o cinegrafista, entrevistaram cerca de 200 pessoas em 29 cidades dos estados do Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
O filme é um ato de amor de um povo que não perdeu a esperança e sonha com a terra prometida, além de ser mais um ato de fé de seus obstinados realizadores (o premiado documentário Ato de fé, 2004, também foi realizado por eles).
O livro, Outras terras à vista: cinema e educação do campo, Belo Horizonte: Autêntica, 2010, está sendo lançado em vários eventos da área de educação. Ele tem despertado a atenção não só dos educadores do campo, como também de interessados pela questão da terra e pelo cinema.
Ô mermão!! Parabéns, cumpádi!! Me gustaria leer su texto! Que te vaya bien! Aqui, hace mucho frío, no hay animo para nada. Abrazos!!
ResponderExcluirBrigado, Paulo.
ResponderExcluirVamos ver uma maneira do texto chegar até você, cumpádi.
Fora o frio, como vão as outras coisas aí em Espanha: a pesquisa, etc.?
Abração,