quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

FEBRE AMARELA



A doença da irresponsabilidade

Eugênio Magno

África, América Central e América do Sul, incluindo o Brasil, são consideradas áreas com grande potencial de infecção da febre amarela, em razão da concentração de vetores e reservatórios responsáveis pela manutenção do ciclo silvestre.
A febre amarela é uma doença endêmica, gravíssima, que pode evoluir dos primeiros sintomas a lesões no fígado e insuficiência renal até o óbito. Seus sintomas iniciais incluem febre, calafrios, perda de apetite, náuseas, vômito, dores de cabeça e dores musculares. Somente os médicos são capazes de diagnosticar e tratar a doença. E o seu combate é feito por meio da vacinação, procedimento que garante a imunização da população.
O preocupante é o grande número de vítimas fatais da febre amarela no Brasil. No momento em que escrevia este artigo fiz uma busca no Google, Ministério da Saúde e em vários veículos de comunicação e só encontrei números desatualizados. Os órgãos de saúde do país também estão muito cautelosos na divulgação da quantidade exata de mortos e infectados pela doença para que a população não entre em pânico. Especialmente por conta do que parece ser a falta de estoque suficiente da vacina para imunizar toda a população, principalmente os moradores das áreas de risco que, segundo informações do Ministério da Saúde são: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além das áreas de risco, com recomendação de vacinação, também está sendo vacinada a população do Espírito Santo.
Seguindo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina no Brasil é tomada em dose única. Mas em São Paulo e no Rio de Janeiro, entretanto, por conta do baixo estoque, a vacina está sendo fracionada para que seja possível uma oferta maior, com a cobertura da totalidade dos municípios desses Estados.
Os números encontrados na breve pesquisa que realizei pela internet são de 22 óbitos, no Rio de Janeiro, 21 em São Paulo e 25 em Minas Gerais, o que totaliza 68 mortes divulgadas oficialmente somente nesses três Estados brasileiros. Estima-se, todavia, que o número de casos de febre amarela em todo o país esteja em torno 1.000 e que mais de 200 pessoas já tenham morrido vítimas da doença. Isso, em pleno Século XXI, no país do cientista, médico e bacteriologista Oswaldo Cruz que na primeira metade do século passado já havia erradicado do Brasil essa doença terrível.

É de causar vergonha o fato de as autoridades brasileiras só agora – com a febre amarela atingindo níveis preocupantes –, tomarem medidas mais abrangentes e efetivas no combate à doença. Ainda assim, é grande o número de brasileiros que não tomaram a vacina.

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