O que está em disputa é o conceito de democracia
“O fantasma que protagoniza as ideias de fundo é a agenda da embaixada dos EUA, mais especificamente o acionar oficioso das trocas de regime, e, no caso latino-americano, na esteira da reação aos governos de centro-esquerda”, afirma o cientista político."
Em meio à crise que vem se arrastando, “se há alguma novidade” no cenário político brasileiro, “é a chegada de uma espécie de um Tea Party nacional, como expressão dos ultraliberais, através do Partido Novo e também do Partido Social Liberal (PSL, este bem pequeno)”, diz Bruno Lima Rocha à IHU On-Line, fazendo referência ao movimento norte-americano.
Segundo ele, a
nova direita segue “ideias de tipo neoliberal, ultraliberal, neoconservadoras, passando como uma linha direta dos
think tanks, dos centros de difusão, das fundações de apoio ao
Tea Party”, e é “sucessora direta dos grupos
neoliberais do Brasil, como o
Estudantes pela Liberdade, o
Instituto Mises Brasil, a j
uventude neoliberal vinculada ao
Fórum da Liberdade e outras iniciativas difusoras do pensamento econômico neoclássico e da política neoliberal”.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail,
Rocha adverte que o que “está em disputa” na
crise “é o conceito de democracia”, não no mesmo sentido em que esteve nos anos 30, com “elogio ao autoritarismo”, porque “a
esquerda de tradição mais autoritária não se afirma como defensora de ditadura de espécie alguma, embora sempre elogie governos mais duros desde que este projete a melhoria nas condições materiais de vida”. A ameaça à
democracia, explica, é “de tipo liberal” e “está justamente na desconfiança na quebra das regras do jogo, com o apelo de
impeachment através de um tema discutível e que entendo como não caracterizado como crime de responsabilidade, sendo mais um argumento de tipo ideológico e de defesa de um arranjo na política econômica”. Para ler a entrevista na íntegra,
clique aqui.
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