segunda-feira, 22 de março de 2010

CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA DE 2010

Economia e vida
Eugênio Magno
Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro (Mateus 6,24, Bíblia Sagrada).
Está em curso no país a 45ª Campanha da Fraternidade que, neste ano de 2010 enfrenta o desafio de discutir a economia, um tema dos mais importantes para a nossa organização enquanto sociedade.
Se a economia é o conjunto de ações realizadas para suprir as necessidades das pessoas e dos grupamentos humanos e socais, ela é algo nobre, pois que está a serviço da vida. Mas a economia da maneira como está organizada hoje, através do sistema capitalista está a serviço da vida, ou estamos vivenciando uma total inversão desses valores, onde a vida serve a economia?
E mais, teríamos esse enorme contingente de pessoas vivendo na rua, haveria tanta prostituição, inclusive infantil, se a economia estivesse a serviço da vida? Por que há tantos desempregados, sem terra, sem teto? Qual é a razão de tantas doenças? O objetivo geral da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, cujo tema é Economia e Vida, segundo informa seu texto base é “colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura de paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão”.
Viver hoje a Boa Nova de Jesus e servir a Deus e não ao dinheiro, exige mudanças pessoais e sociais. A economia é uma construção humana e, como tal, pode ser pensada e organizada a partir de outros valores. Já existem sinais de que uma nova gestão da economia é possível. A Economia Solidária, embora ainda muito tímida, se comparada aos patamares que precisa atingir para fazer a diferença, é um bom exemplo da experiência de um novo modelo econômico possível. Sustentada por princípios e valores como justiça, cooperação, igualdade, respeito pelos trabalhadores e recursos naturais, solidariedade e sustentabilidade, esse novo conceito de economia é uma estratégia política que será capaz de promover um desenvolvimento integral e sustentável para o nosso país.
Mas para que as transformações aconteçam, é necessário que a sociedade se mobilize para mostrar aos governantes que ela quer uma economia responsável e – verdadeiramente –, a serviço da vida. Além disso, deve também fazer o seu dever de casa, consumindo com responsabilidade, trabalhando para a aprovação da Lei Nacional de Iniciativa Popular para a Economia Solidária, através da coleta de assinaturas; participando da organização da sua comunidade, diagnosticando problemas, realizando assembléias populares e tirando ações concretas para resolvê-los, e ainda, pressionando os poderes públicos para o fortalecimento dos direitos e das políticas públicas.
Jesus Cristo disse que veio ao mundo para que todos tenham vida e vida em abundância. Façamos então a nossa parte para que a palavra do filho de Deus, não seja apenas uma mera profecia e possa se cumprir aqui na terra.

Este artigo também foi publicado na edição impressa e online do jornal O Tempo (http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/IdEdicao=1610&IdCanal=2&IdSubCanal=&IdNoticia=136905&IdTipoNoticia=1), de 25.03.2010 e também nas versões impressa e online do jornal O Norte de Minas (http://www.onorte.net/noticias.php?id=26750), de 18.03.2010.

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