EUA e Rússia apoiam ações diferentes da ONU para a Venezuela
Michelle Nichols
Os Estados Unidos pressionam o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a reivindicar eleições livres, justas e críveis para a presidência da Venezuela, com supervisores internacionais, disseram diplomatas, numa medida que motivou a Rússia a propor outra resolução.
Moscou e Washington estão em desacordo sobre uma campanha liderada pelos EUA para o reconhecimento internacional do líder de oposição na Venezuela e chefe da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, em detrimento do presidente Nicolás Maduro. Guaidó, no mês passado, se declarou chefe de Estado interino.
Diplomatas dos 15 membros do Conselho de Segurança reuniram-se na tarde da sexta-feira para discutir a resolução escrita pelos EUA, vista pela Reuters, que expressaria “total apoio à Assembleia Nacional como a única instituição democraticamente eleita”.
Rússia, China, Guiné Equatorial e África do Sul, também no mês passado, impediram que o Conselho de Segurança emitisse um comunicado com a mesma linguagem. Mas os mesmos quatro países, liderados pela Rússia, não conseguiram impedir o conselho de discutir publicamente a Venezuela, a pedido dos Estados Unidos, em 26 de janeiro.
Durante discussões sobre a resolução escrita pelos EUA, na sexta-feira, a Rússia - que tem acusado Washington de apoiar uma tentativa de golpe na Venezuela - propôs um texto alternativo, disseram diplomatas.
O rascunho da Rússia expressaria “preocupação com as tentativas de intervir em assuntos que são, essencialmente, de jurisdição doméstica”. Expressaria, também, “preocupação com a ameaça do uso de força contra a integridade territorial e independência política” da Venezuela.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a intervenção militar na Venezuela seria “uma opção”.
Não está claro quando, ou mesmo se, qualquer uma dessas resoluções serão colocadas a voto no Conselho de Segurança. Uma resolução do Conselho precisa de nove votos e nenhum veto de Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia ou China para ser aprovada.
Quase 50 países já reconheceram Guaidó, disse uma alta autoridade dos Estados Unidos, na quinta-feira, e pedem eleições presidenciais livres e justas. Maduro ganhou a reeleição, em maio do ano passado, com baixo comparecimento às urnas e alegações de compra de votos pelo governo.
A resolução dos Estados Unidos expressa “profunda preocupação” de que a eleição presidencial não foi livre nem justa.
A resolução russa “apoia todas as iniciativas que buscam uma solução política entre venezuelanos… incluindo o Mecanismo de Montevidéu, por meio de um processo de diálogo nacional genuíno e inclusivo”.
(Fonte: Reuters Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário