Morte de cacique no Maranhão é novo capítulo de invasões na região, segundo indígenas
Foto: APIB Comunicação
Um toque de recolher à noite ao qual apenas índios que vivem no entorno da cidade de Arame, no Maranhão, precisam respeitar. Uma terra indígena cuja área tem quase três vezes o tamanho do município de São Paulo. Madeireiros querendo desmatar parte dos 413.000 hectares desse território protegido. E caçadores em motocicletas agindo nesse espaço onde a caça para fins comerciais é proibida. Nesse caldeirão em intensa ebulição, a morte do cacique Jorge Guajajara, que era um dos líderes no combate a esses invasores chama a atenção.
As primeiras investigações, da Polícia Civil, apontaram que Jorginho, como era conhecido, de 56 anos, líder da aldeia Cocalinho I, na Terra Indígena Araribóia, morreu afogado no Rio Zutiwa acidentalmente. Seu corpo foi encontrado no dia 11 ao lado de uma ponte que divide os municípios de Buriticupu e Arame. Quem o conhecia, contudo, não acredita na versão da polícia do Estado, e diz que ele foi assassinado por “não-indígenas”, que estão prontos para “caçarem” os índios. “O Jorginho estava perambulando à noite em um horário em que não podemos andar. Ele saiu para tomar cachaça. Deu bobeira e acabou morto igual a um tatu. Foi caçado”, disse ao EL PAÍS outra liderança local, Vitorino Guajajara. Ambos levam o sobrenome de uma das duas etnias que vivem na terra, a outra é a Awá Guajá.
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