Poema inacabado
Eugênio Magno
Só restava a esperança em um dia
distante que nunca chegava. Não havia fim e os começos também cessaram. Algo
foi emudecendo em nós. Ficamos inertes. E gélidos, fomos nos definhando. A
palavra, afiada, mal dita, precipitava ainda mais a desintegração, até mesmo
aquela, da solidez insípida em que nos transformamos. Agora, como gotas de água
da chuva, somos náufragos em mar aberto.
(Do livro Poetas En/Cena-2, 2008, pág. 65)
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