(Imagem: Science Photo Library)
Reinfecção mais grave por variante do coronavírus traz novo alerta sobre as mutações, diz cientista
Camilla Veras Mota
da BBC News Brasil
A virologista Marta Giovanetti tem acompanhado de perto duas das três variantes do coronavírus que vêm preocupando o mundo nas últimas semanas.
A cientista italiana chegou ao Brasil em 2015 e já realizou pesquisas sobre os genomas dos vírus da chikungunya, zika, dengue, febre amarela e, desde o ano passado, do Sars-CoV-2.
É a pesquisadora com residência no país com o maior número de publicações sobre a covid-19 e a mais citada, conforme levantamento feito em outubro pela Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica. Naquele momento, ela tinha 26 estudos publicados e 633 citações.
Além do trabalho no Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro, ela também colabora com um laboratório na Itália e com o brasileiro que está à frente do programa de vigilância genômica do coronavírus na África do Sul, Tulio de Oliveira, diretor do laboratório Krisp na Escola de Medicina Nelson Mandela.
Tanto Brasil quanto África do Sul identificaram recentemente novas linhagens do coronavírus que podem ser mais transmissíveis e até driblar os anticorpos daqueles que já tiveram a doença uma primeira vez, provocando reinfecções. Ao lado de uma outra cepa identificada no Reino Unido, elas preocupam autoridades de saúde de todo o planeta.
Em entrevista à BBC News Brasil, a pesquisadora explica os riscos representados por essas variantes, conta um pouco de sua trajetória e chama atenção para o estudo que detalhou o primeiro caso de reinfecção por uma linhagem do coronavírus que pode "driblar" o sistema imunológico, em que a paciente teve sintomas mais severos da covid-19.
Quanto maior liberdade o vírus tem para circular, maior probabilidade de desenvolver mutações.
(Fonte: BBC News Brasil/SP)
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