Uma múmia ‘volta a falar’ 3.000 anos depois da sua morte
(Foto: UL)
Na noite de 14 de março de 1941, a Luftwaffe nazista sobrevoou a cidade britânica de Leeds, deixando uma chuva de bombas incendiárias e explosivas. Uma delas caiu no museu arqueológico da cidade, destruindo duas das três múmias expostas. A única sobrevivente foi a múmia de Nesiamon, um sacerdote egípcio que viveu há 3.000 anos no templo de Karnak, perto da atual Luxor, durante o reinado do faraó Ramsés XI. Nesiamon dedicou sua vida a recitar orações e a cantar ao deus Amon. Em seu livro A Maldição das Tumbas dos Faraós, o egiptólogo Paul Harrison conta que alguns visitantes do Museu de Leeds tiveram visões de matanças, incêndios e criaturas de além-túmulo na frente do sarcófago do sacerdote.
Hoje, três milênios depois de sua morte, Nesiamon voltou a falar. Uma equipe de cientistas levou sua múmia para o Hospital Geral de Leeds, colocou-a em um scanner de raios X, estudou seu trato vocal e o reconstruiu com uma impressora 3D. O resultado é um som breve, similar à vogal “e”, que segundo os pesquisadores seria a voz de Nesiamon que retumbava no templo de Karnak.
“Estamos vendo se poderíamos criar algumas palavras ou um canto de Nesiamon mediante uma simulação por computador”, antecipa o engenheiro eletrônico David Howard, líder do projeto junto ao arqueólogo John Schofield. Howard é o inventor de um surpreendente “órgão de tratos vocais”, um instrumento musical que toca vogais mediante um teclado conectado a laringes eletrônicas e a simulações impressas em 3D a partir de tomografias de pessoas reais. Em 2016, em um salão vitoriano de sua universidade, o engenheiro empregou seu peculiar órgão para interpretar com uma soprano O Mio Babbino Caro, ária de uma ópera de Puccini.
Para ler, na íntegra, a matéria de Manuel Ansede e Mariano Zafra para o El País, clique aqui.
Rapaz, imagine o avanço disso! Será como uma máquina do tempo. Não como aquelas da ficção, mas um engenho capaz de reproduzir sons (e imagens?) do passado a partir de impressões fósseis. Isso vai ampliar de forma inimaginável o estudo da história humana.
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