Mudanças na delação da maior testemunha contra Lula
gerou desconfiança na Lava Jato
(Foto: Antônio Lacerda / EFE)
Novas mensagens de procuradores da Lava Jato obtidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas neste domingo pelo jornal Folha de S.Paulo apontam que os acusadores desconfiaram da versão da principal testemunha contra Lula no caso do triplex do Guarujá. Léo Pinheiro, dono da construtora OAS, mudou de versão ao longo de meses até que, finalmente, incriminou o ex-presidente e afirmou que ele chegou a orientá-lo a destruir provas. Em sua versão final, aceita pelos procuradores, ele afirmou que o apartamento no litoral de São Paulo era um presente a Lula em troca de benesses do Governo. O petista acabou condenado por Sergio Moro, que considerou que o ex-presidente recebeu da construtora dinheiro de corrupção dissimulado na compra do apartamento em troca de desvios de contratos com a Petrobras. Lula cumpre pena de 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em entrevista ao EL PAÍS, Lula afirmou que Pinheiro disse a seu advogado que mudou o depoimento por orientação de seu defensor.
O depoimento de Léo Pinheiro foi fundamental para a condenação do ex-presidente. Ele foi usado como base para a denúncia da força-tarefa, que afirmava que o Grupo OAS, presidido pelo empreiteiro, pagou 87,6 milhões de reais em propinas por contratos com a Petrobras. Um porcento desse valor, apontou a força-tarefa da Lava Jato, foi destinado a agentes políticos do PT em uma conta geral de propina que o partido mantinha com a construtora. Desta conta, afirma, teriam saído 2,42 milhões para o caso do Guarujá, referentes à diferença de valor entre o triplex e o apartamento tipo que a família de Lula já tinha comprado no edifício na cota de uma cooperativa e em reformas e bens para o imóvel.
Para ler a matéria de Talita Bedinelli para o El País, clique aqui.
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