quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

ASSASSINATO DA ESPERANÇA


2016: 
o ano em que se tentou matar a esperança do povo brasileiro

Foto: Agência Brasil
Leonardo Boff

A situação social, política e econômica do Brasil mereceria uma reflexão severa sobre a tentativa perversa de matar a esperança do povo brasileiro, promovida por uma corja (esse é o nome) de políticos, em sua grande maioria corruptos ou acusados de tal, que, de forma desavergonhada, se pôs a serviço dos verdadeiros forjadores do golpe perpretado contra a Presidenta Dilma Rousseff: a velha oligarquia do dinheiro e do privilégio que jamais aceitou que alguém do  andar de baixo chegasse a ser Presidente do Brasil e fizesse a inclusão social de milhões dos filhos e filhas da pobreza.
Obviamente há politicos valorosos e éticos, bem como  empresários da nova geração, progressitas que pensam no Brasil e em seu povo. Mas estes não conseguiram ainda acumular força suficiente para dar outro rumo à politica e um sentido social ao Estado vigente, de cariz neoliberal e patrimonialista.
Ao se referir à corrupção todos pensam logo no Lava Jato e na Petrobrás. Mas esquecem ou lhes é negada, intencionalmente pela mídia conservadora e legitimadora do establishment, a outra corrupção, muito pior, revelada exatamente no dia de Natal que junto com o nascimento de Cristo se narra a matança de meninos inocentes pelo rei Herodes, hoje atualizado pelos corruptos que delapidam o país.
Wagner Rosário, secretário do Ministério da Transparência, nos revela que nos últimos treze anos esquemas de corrupção, de fraudes e desvios de recursos da União, repassados aos Estados, municípios e ONGs e direcionados a pequenos municípios com baixo Indice de Desenvolvimento Humano podem superar um milhão de vezes o rombo na Petrobrás descoberto na Lava Jato. São 4 bilhões mas camuflados que podem se transformar, num estudo econométrico, em um trilhão de reais. As áreas mais afetadas são a saúde (merenda) e a educação (abandono das escolas).
Diz o Secretário: “A gente chama isso de assassinato da esperança. Quando você retira merenda de uma criança, você tira a possibilidade de crescimento daquele município a médio e a longo prazo. É uma geração inteira que você está matando”.
A nação precisa saber desta matança e não se deixar mentir por aqueles que ocultam, controlam e distorcem as informações  porque são anti-sistêmicas.
Mas não se pode viver só de desgraças que macularam grande parte do ano de 2016. Voltemo-nos para aquilo que nos permite viver e sonhar: a esperança.
Para entender a esperança precisamos  ultrapassar o modo comum de vermos a realidade. Pensamos que a realidade é o que está aí, dado e feito. Esquecemos que o dado é sempre feito e não é todo o real. O real é maior. Pertence ao real também o potencial, o que ainda não é e que pode vir a ser. Esse lado potencial se expressa pela utopia, pelos sonhos, pelas projeções de um mundo melhor. É o campo onde floresce a esperança. Ter esperança é crer que esse potencial pode se transformar em real, não automaticamente, mas pela prática humana. Portanto, a utopia que alimenta a esperança não se antagoniza com a realidade. Ela revela seu lado potencial, o abscôndito que quer vir para fora e fazer história.
Faço meu o lema do grande cientista e físico quântico Carl Friedrich von Weizsäcker, cuja sociedade fundada por ele me honrou em final de novembro em Berlim com um prêmio pelo intento de unir o grito da Terra com o grito do pobre:”não anuncio otimismo, mas esperança”.
Esperança é um bem escasso hoje no mundo inteiro e especialmente no Brasil. Os que mudaram ilegitimamente os rumos do país, impondo um ultraliberalismo, estão assassinando a esperança do povo brasileiro. As medidas tomadas penalizam principalmente as grandes maiorias que veem as conquistas sociais históricas sendo literalmente desmontadas.
Aqui nos socorre o filósofo alemão (Ernst Bloch) que introduziu  o “princípio esperança”. Esta, a esperança, é mais que uma virtude entre outras. É um motor que temos dentro de nós que alimenta todas as demais virtudes e que nos lança para frente, suscitando novos sonhos de uma sociedade melhor.
Esta esperança vai fornecer as energias para a população afetada poder resisitir, sair às ruas, protestar e exigir mudanças que façam bem ao país, a começar pelos que mais precisam.
Como a maioria é cristã valem as palavras do sábio Riobaldo de Guimarães Rosa:”Com Deus existindo, tudo dá esperança, o mundo se resolve…Tendo Deus é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim, dá certo. Mas se não tem Deus, então, a gente não tem licença para coisa nenhuma”.
Ter fé  é ter saudades de Deus. Ter esperança é saber que Ele está ao nosso lado, ainda que invisível, fazendo-nos esperar contra toda a esperança.
(Fonte: Portal Carta Maior) 

sábado, 24 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL


Apesar de todos os pesares, que não foram poucos, é preciso que lutemos sempre e mantenhamos viva a chama da esperança em dias melhores. Eles certamente virão, a partir de nossa luta e de nossa fé.
Não deixemos que os comportamentos canalhas nos tirem da trilha do amor, da camaradagem, do senso de justiça, de solidariedade e do respeito às diferenças.



Desejo a todos os amigos, leitores, colaboradores e fontes um Natal harmonioso e um 2017 de muitas conquistas!

Abraços,
MinaseGerais
Eugênio Magno

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

BRINDE À SACANAGEM COM O POVO


Trabalho intermitente e golpismo constante


Os golpistas querem que os trabalhadores fiquem 24 horas 
por conta da venda da força de trabalho, potencializando o estado de necessidade dos trabalhadores.

Desde que tomaram de assalto o poder, o governo ilegítimo de Temer, uma parte do setor econômico, a grande mídia e os políticos que deram sustentação ao golpe de Estado vêm, de forma constante, declarando guerra aos direitos que historicamente foram conquistados pela classe trabalhadora. Para ler na íntegra a matéria de Jorge Luiz Souto Maior, para o portal Carta Maior, clique aqui.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

PROPAGANDA ENGANOSA



                                                    Negação
                           
Eugênio Magno
                       Não faço poemas pra ti beijar
                            Seus lábios escondem outros versos
                            De uma métrica que desatina
                           
                            Palavra rouca que entoca promessas
                            Fala, não faz, mas combina
                            O que sempre vai me negar

(Do livro Minas em Mim, pág. 36)

domingo, 11 de dezembro de 2016

É TUDO FICÇÃO OU NÃO ESCAPA NINGUÉM MESMO ...


Repasses de R$ 75 mi 
e 50 políticos no anexo


O anexo da delação de Cláudio Melo Filho traz menções, em 82 páginas, a ministros de Estado e parlamentares. No total, cerca de 50 políticos são citados pelo executivo, que é ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht em Brasília. Na lista de nomes mencionados, além do presidente da República, Michel Temer, e dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), o executivo cita 3 ministros de Estado, 1 secretário do núcleo duro do governo, ao menos 7 ex-ministros, além de senadores, deputados, ex-parlamentares e assessores.
Todos os pagamentos citados na delação contabilizam pouco mais de R$ 75 milhões de reais em repasses para agentes políticos.
Há relatos de doação oficial para campanha política e outros pagamentos não contabilizados perante a Justiça Eleitoral. Na delação, o executivo detalha pagamentos feitos a partir do Setor de Operações Estruturadas da Empresa, conhecido como departamento de propina. Para ler na íntegra a matéria da Agência Estado para o Portal O Tempo, de 11.11.2016, clique aqui.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

PARA LUTAR, NECESSITA-SE SABER QUEM É O INIMIGO

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Um boneco pedindo “Fora Renan Calheiros” e o Lula Inflado estavam no cruzamento entre a Alameda Ministro Rocha Azevedo e a Avenida Paulista, a poucos metros do MASP.
Nenhum inflado contra Michel Temer. Nenhum discurso pedindo seu impeachment. O novo vilão da turma é Renan Calheiros, enquanto as porradas contra o ex-presidente servem pra lembrar que eles continuam antipetistas, mesmo com o PT fora do governo.
Se alguém tinha dúvida ou esperança de que os coxinhas finalmente se tocaram das falcatruas do governo golpista ou mesmo sobre a seletividade do juiz Moro, 15 minutos eram suficientes para desfazer a esperança.
As pautas eram claras e estavam num carro de som do movimento Vem Pra Rua: apoio irrestrito à Lava Jato, fim do foro privilegiado e defesa das 10 Medidas Contra a Corrupção criadas e por Deltan Dallagnol e cia.
“Tivemos milhões de dinheiro público desviados que foram para fora do país. Temos que tirar todos eles. A Lava Jato não pode parar! Teremos orgulho de encher essa Avenida Paulista quando Renan e Lula forem presos”, berrou Carla Zambelli, do NasRuas.
O Vem Pra Rua, que convocou a manifestação, concentrava a maior parte do povo que defendida o combate à corrupção. Mas, ao contrário do esperado, não havia união entre todos os verde-amarelos.
“Nós não estamos aqui para defender a intervenção militar e nem as forças armadas. Queremos que a Justiça funcione”, gritavam os militantes.
Para ler na íntegra a matéria de Pedro Zambarda de Araújo, para o DCM, clique aqui.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

TEMER: UM GOVERNO VULNERÁVEL E INSUSTENTÁVEL



Denúncias derrubam 
um ministro de Temer a cada mês

Desde quando assumiu o poder no lugar de Dilma Rousseff, que foi derrubada pelo Congresso em maio, Michel Temer teve seis baixas em seu quadro de ministros, o que dá uma média de um afastamento por mês, número que já é considerado um recorde na história política recente do país. Pela ordem, deixaram o governo Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Fábio Osório (Advocacia Geral da União), Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). O que essas baixas tem de comum é que decorreram de denúncias de desvios éticos ou de corrupção.
Esse cenário tornou-se ainda mais preocupante por causa do envolvimento do próprio presidente da República em graves acusações. É o que resultou nas saídas de Geddel Vieira Lima e Marcelo Calero. O ex-ministro da Cultura pediu demissão do cargo há pouco mais de 10 dias. Em entrevista, Calero afirmou que saiu do governo após ter sido pressionado pelo então secretário de governo da Presidência da República, Geddel Vieira Lima, para que as obras de um edifício em Salvador no qual o próprio Geddel teria um imóvel fossem liberadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional), órgão subordinado ao Minc. Geddel assumiu ter conversado com Calero sobre o assunto, mas negou ter feito “pressão”. Dias depois, Calero citou o próprio Temer na história, ao dizer que o presidente chegou a pedir que o processo fosse enviado para a Advocacia Geral da União (AGU), numa manobra para modificar a decisão do Iphan. Foi o estopim para que Geddel pedisse demissão do governo na tentativa de diminuir o desgaste de Temer. 
O ex-ministro Marcelo Calero chegou a gravar conversas com o presidente, além de Geddel e Eliseu Padilha (Casa Civil), mas os áudios, que já estão nas mãos da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República, ainda não vieram a público. Se vierem, devem incendiar ainda mais a crise no governo. Por causa disso, o PSOL já ingressou na Câmara com pedido de impeachment contra Temer. PT e movimentos sociais devem fazer o mesmo nas próximas semanas.  
Para conferir as outras demissões de ministros no governo Temer apontadas na matéria de Pedro Rafael Vilela para o Brasil de Fato, de 1º de dezembro de 20165, clique aqui.