Tempos Sombrios III: UFMG Invadida pela PM!*
Em tempo de menos política e de incitação ao ódio, da raiva e da violência de forma sistemática pelos meios de comunicação e, quando isso é incentivado pelo governo, tolerado pelo judiciário e aplaudido por parte da população, a polícia ocupa os espaços públicos.
Foi isso que aconteceu, hoje, no Campus Pampulha da UFMG: diante de uma manifestação de estudantes secundaristas e universitários, os policiais militares reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e com balas de borracha. Não satisfeitos, na perseguição aos estudantes, invadiram o Campus da UFMG, território federal fora da jurisdição direta da PM, força de (in) segurança estadual.
Os tempos de arbítrios e de insegurança quanto aos direitos e de criminalização dos movimentos sociais nos fazem lembrar os tempos mais sombrios da Ditadura civil-militar no Brasil. E, do mesmo modo, os meios de comunicação, de um modo geral, tratam como se fossem ações legítimas, necessárias e urgentes contra baderneiros e jovens desocupados.
A invasão da UFMG, pelo seu caráter simbólico e inconstitucional, merece não apenas a repulsa daqueles que defendem o estado democrático e de direito, mas precisa ser respondida à altura pelo Governador Fernando Pimentel, que é também professor da Universidade e conhecedor das formas de estruturação, legitimação e atuação das forças de repressão antidemocráticas e ilegais.
A devida punição dos responsáveis pela operação militar que resultou na invasão da NOSSA UNIVERSIDADE e na violência praticada contra NOSSOS ALUNOS e ALUNAS, sejam eles universitários ou secundaristas, é o mínimo que se espera do Governador. Se tal não fizer, estará legitimando e autorizando as ações violentas das forças militares que, é fundamental que se diga, em última instância estão sob o seu comando e de ninguém mais!
* Editorial da última sexta-feira, dia 18 de novembro de 2016, do boletim eletrônico Pensar a Educação em pauta.
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