“Se os deputados não têm coragem de tirar Cunha, nós temos", diz jovem em protesto
Foto e reportagem de Catiana de Medeiros
de Porto Alegre (RS)
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi levado a júri popular e condenado à prisão em intervenção cênica realizada nesta segunda-feira (23) no centro de Porto Alegre (RS). O ato fez parte da segunda mobilização de organizações de esquerda pedindo o ‘Fora Cunha’, que aconteceu em, pelo menos, outras dez capitais de estados brasileiros e no Distrito Federal.
O cenário foi montado em frente ao Mercado Público, no Largo Jornalista Glênio Peres, com faixas e cartazes que pediam a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara de Deputados. No local, os manifestantes apresentaram ao público um ‘currículo’ do parlamentar, que continha as palavras racista, homofóbico, machista, corrupto, entre outras.
De acordo com Janaíta Hartmann, do Levante Popular da Juventude, o objetivo do ‘Fora Cunha’ é fazer com que a iniciativa acumule forças e mobilize toda a população brasileira em torno da pauta. “Se os deputados não têm coragem de tirar Cunha da presidência, nós mulheres, jovens, negros e movimento LGBT temos”, declara.
Durante o ato, integrantes de movimentos ligados à juventude repudiaram as pautas conversadoras do parlamentar e que ferem direitos da população brasileira, como o Projeto de Lei 5069/13, que modifica a Lei de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual, dificultando a realização de aborto por vítimas de estupro e o acesso à pílula do dia seguinte.
Também abordaram questões que envolvem a redução da maioridade penal, Estatuto da Família e contas secretas do deputado na Suíça. “Cunha torna a política algo absurdo na medida em que está envolvido em escândalos de corrupção, com contas bancárias na Suíça. Ele ataca todas as formas de família, que através de um estatuto a reconhece apenas pela formada entre um homem e uma mulher; e quer encarcerar a juventude com a redução da maioridade penal. Botá-lo para fora é barrar um pouco essa onda conversadora. Ele não tem mais moral para permanecer na presidência na Câmara”, defende Lucas Marósteca, da União da Juventude Socialista (UJS).
A intervenção também contou com a manifestação de populares que passavam pelo local. Entre um depoimento e outro, o público cantava “Ô, ô, ô Cunha, seu machista, o meu corpo não é tua conta na Suíça” e gritava “Fora Cunha”.
Eduardo Cunha foi representado por uma atriz que usava terno, gravata e máscara com foto do rosto do parlamentar, e segurava dólares falsos nas mãos. Ao final da intervenção ele foi condenado à prisão.
(Fonte: Site Brasil de Fato)
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