domingo, 21 de junho de 2015

10ª MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO


Cinema e Educação: a Lei 13.006 / 2014 é discutida no CineOP

Nas fotos abaixo, mesas com coordenadore(a)s da Rede KINO, representantes do CNE, MEC, MINC, de universidades e outras instituições de ensino do Brasil e do exterior.





A 10a CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto realizou o Encontro da Educação: VII Fórum da Rede Kino: Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual que nesta edição será fortemente marcada pela relevância da lei 13006, sancionada em 26 de junho de 20, que acrescenta 8o inciso ao art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para obrigar a exibição de filmes de produção nacional nas escolas de educação básica.
Esta lei resultou do projeto de lei (PL 185/08) proposto por Cristovam Buarque sobre a seguinte redação: A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais.
Isto é, se as escolas, a partir de 2014 passaram a ser obrigadas a assistir cinema nacional, nos perguntamos: qual o real acesso ao mesmo? Que cinema é esse? Todo filme brasileiro pode e deve ser projetado na escola? Que acessibilidade tem, ao nosso cinema, uma escola sem recursos de exibição, sem tecnologias de acessibilidade para cegos e surdos, ou mesmo sem acessibilidade pelas distâncias aos centros onde é possível acessar o cinema brasileiro? Quais são esses centros? E a reativação da Programadora Brasil? Se reativada, terá uma definitiva formatação em sistema de plataforma de acesso virtual? E para tal, funcionará uma banda larga de alcance nacional e de qualidade que nos permitirá assistir a todos e todas os filmes nacionais, com idêntica qualidade? Quem definirá que filmes? Que conteúdos? Como será feita a formação de professores? Que formas possíveis de distribuição de filmes? Como essas duas horas de cinema nacional se incorporam nos projetos políticos pedagógicos de cada escola, turno, turma? Qual a possibilidade de acesso aos cineastas? Em que medida, cinematecas, museus de imagem e som, salas de cinema ficarão permeáveis a uma troca mais intensa com as escolas? Como garantir condições de qualidade de exibição de imagens e som em espaços devidamente escurecidos e climatizados? Muitas outras perguntas se desdobram e reproduzem ao pensar em cada uma delas.
Trata-se de um compromisso que durante a 10ª CineOP - um espaço de encontro entre cineastas, preservadores e educadores possam surgir reflexões que pensem, problematizem e façam propostas concretas para que o governo e a sociedade possam definir políticas públicas a propósito desta lei e sua regulamentação. Pretendemos ainda apresentar aos responsáveis governamentais um documento reunindo o conjunto de reflexões e propostas teórico- metodológicas sistematizadas por diferentes grupos de pesquisa das universidades brasileiras, professores de educação básica, cineclubistas, que vem trabalhando na interfase do cinema e a educação.
Integrou a programação da temática Educação a apresentação de 20 trabalhos acadêmicos selecionados pelo comitê científico da Rede Kino, oriundos de universidades de vários Estados do Brasil, na tentativa de responder perguntas como, por exemplo, acessibilidade e inclusão para cegos e surdos, acesso em escolas fora dos grandes centros, o tipo de conteúdo que será veiculado nas escolas, a tecnologia empregada nas exibições, como se dará a formação dos professores para mediar as sessões de cinema, que recursos e condições de exibição têm hoje as escolas e como atualizá-las para que a lei seja exequível, entre outros enigmas que precisam ser resolvidos para que a lei entre em vigor de maneira efetiva.
Uma das novidades desta edição foi a Mostra Educação que reuniu 40 curtas produzidos pelos alunos no contexto escolar e, que foi exibida em duas sessões durante o evento. Foram trabalhos inscritos e orientados para serem realizados pelo gesto de criação de algum cineasta, especialmente brasileiro. 
Dentro deste eixo houve ainda uma homenagem ao Cineduc - instituição pioneira da América Latina no ensino do audiovisual para crianças e adolescentes, que completa 45 anos. Uma instituição que se antecipou no tempo ao pensar, problematizar e realizar ações com e de cinema nas escolas e para além delas.
Marcou presença também na 10ª CineOP a Escola Internacional de Cinema e Televisão de Santo Antonio de Los Baños, de Cuba, que completa 30 anos de ensino superior de cinema e a Universidade do Chile, que lidera um projeto de iniciação de cinema nas escolas de educação básica naquele país, em que dialogam o Ministério da Educação, da Cultura e os cursos de Comunicação e Educação da universidade. São instituições experientes que conseguiram gerar metodologias de aproximação e inserção do universo audiovisual junto aos públicos escolares mais variados.
(Fonte: Site da 10ª CineOP)

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