quarta-feira, 14 de maio de 2025

O PIBÃO E OS POBREZINHOS



O Brasil não é nenhuma Shangri-La


Eugênio Magno
(Texto e fotos)

A insistência em basear a saúde econômica do país na manutenção do superávit primário, cumprimento do teto de gastos, defesa intransigente do famigerado arcabouço fiscal e a fantasia da alta do PIB e do crescimento da economia não se sustentam.

Em poucos minutos de caminhada pela principal avenida do centro comercial de Belo Horizonte, uma das mais importantes capitais brasileiras, é possível deparar com uma realidade estarrecedora. O número de pessoas em situação de rua cresceu assustadoramente e o comércio de rua se mostra em franco declínio, para dizer o mínimo. Este quadro não é exclusividade da capital mineira, tampouco do estado de Minas Gerais. O país inteiro sofre as consequências do aprofundamento das políticas econômicas neoliberais que não se mostram diferenciadas, tanto em governos de direita, quanto de esquerda.

Com exceção dos muito ricos, do alto escalão do governo, da classe média alta e de alguns setores da burocracia estatal, os brasileiros da média classe média para baixo estão em queda-livre, abandonados à própria sorte.

Há mais de duas décadas quem tem juízo e consciência crítica alerta para o perigo do pragmatismo excessivo e dos projetos de poder a qualquer preço.

Palavras, mesmo as mais carregadas de significado e imagens não têm sido ouvidas, muito menos lidas. Ainda que, também, desgastadas pelo seu uso indiscriminado, esta matéria se completa com instantâneos de uma crua e ignorada realidade, reiteradamente falseada pelos donos do poder.