sexta-feira, 25 de outubro de 2019

PROFESSOR É PROFISSÃO


(Estande da CONAPE 2018, Expominas, BH, MG – Foto: Eugênio Magno)


Aos mestres e mestras, com carinho:
NÃO SE DEIXEM ENGANAR

Eugênio Magno

Na véspera das comemorações do Dia dos/as Professores/as, andando pela rua, dei de cara com um jornal, em uma banca, que estampava na primeira página a seguinte manchete: “Só dois em cada cem professores têm mestrado”. 
Acostumado aos constantes achincalhes, dirigidos aos professores, me flagrei fazendo todo o tipo de ilação sobre aquela declaração, mesmo sem a ter lido na íntegra. Não houve tempo para que eu lesse a chamada completa. Fiquei indignado e prometi a mim mesmo que iria apurar a notícia. Queria compreender do que se tratava, ainda que fosse para constatar uma triste e irrefutável realidade. Os transeuntes certamente ficaram com a degradante impressão de que 98% dos professores são desqualificados e ponto. As consequências dessa impressão? Por falta de reflexões fundamentadas e criteriosas, chega-se a conclusões apequenadas do tipo “quem não tem qualificação não merece melhores salários”, “a educação pública não presta”. E a recorrente defesa da privatização do ensino e a aposta nas escolas cívico-militares como panaceia para os problemas educacionais dentre outros de ordem geral. 
No dia seguinte, ao lembrar-me da notícia que tanto havia me perturbado, fui à caça do jornal para checar a matéria. Recordei minha indignação e me autocensurei pela precipitação do julgamento. Torci para que estivesse enganado. Era o Dia das Professoras e dos Professores e ponderei que talvez não tivesse enxergado bem a manchete. Conjecturei ser impossível que, de véspera, as aves de mau agouro já estivessem grasnando contra a nossa permanentemente difamada profissão. Ponderei sobre o número de profissionais das mais variadas áreas que exercem o magistério, em razão da enorme demanda por educação e do crescente déficit educacional do Brasil. Pensei também nos profissionais para os quais basta o bacharelado para que sejam tratados como doutores e, ao consultar o Conselho Federal de Medicina, me dei conta de que 93,2% dos médicos brasileiros não possuem doutorado. Continuei com as indagações: ...mas o professor não é tratado como mestre? O sinônimo de professor em vários dicionários é mestre e os bacharéis, médicos e advogados, mesmo sem nenhuma licenciatura, têm status de “doutores”. Coisas do império... 
No intervalo desta escrita, visitando as redes sociais, uma postagem no Facebook interpelou-me: a fotografia de uma sala de aula improvisada, em uma barraca de zinco e chão arenoso, onde um homem negro, calçando sandálias de dedo, escreve na lousa, enquanto uma única criança, também negra e nua é vista de costas, sentada em um tosco banco escolar. O título da postagem: “Professor é professor”. O post teve muitas curtidas, joinhas coraçõezinhos e nos comentários frases do tipo “é o amor”, “coisa mais linda”, “bravo”, etc. Segui com a minha reflexão sobre o quanto essa ideia romantizada do professor herói, vocacionado, que tem a profissão como sacerdócio, está introjetada em nós e é reproduzida ad nauseam pelos governantes, pela imprensa e o que é pior, por nós professores, tanto no espaço escolar, quanto nas relações extraclasse. Deixei um comentário no post: É bonito, mas é terrível! Até quando a educação tem que ser um ato de heroísmo e abnegação por parte de educadores e educandos? Quando os agentes educacionais serão tratados como gente, como humanos e a dignidade do processo ensino-aprendizagem (que inclui condições de trabalho, possibilidades de formação de excelência, bons salários e renda para alunos e professores, dentre otras cositas más) serão defendidos radicalmente? A minha amiga, professora e conterrânea, autora do post, concordou. Outros internautas também manifestaram, dando apoio à reflexão. 
Mas enfim, ao acessar o jornal, observei que não estava equivocado. A chamada de capa para o setor Educação informava em letras pequenas: “Na rede pública no Estado, nem 0,2% é doutor”, acompanhada do título, cujas letras eram as maiores entre todas as demais manchetes do dia: “Só dois em cada cem professores têm mestrado” e, na sequência, em letras com corpo menor, um subtítulo declaratório: “Remuneração desestimula qualificação, afirma sindicato”, seguido de um pequeno texto que chama para a matéria: “Apenas 1.224 (2% dos 59.153 professores das escolas estaduais mineiras têm mestrado e 74 (0,12%), doutorado.” Ao ler a tal notícia na página interna do jornal me surpreendi com a ambiguidade do conteúdo, no estilo bate e assopra. A matéria rasa e pouco analítica, quantitativamente era grande (de uma página, com direito a várias fotos), mas ia pouco além da reprodução de trechos de entrevistas realizadas com uma sindicalista, duas professoras e um professor da Educação Básica. Os professores foram tratados como “heróis” e adjetivados de “gabaritados”, em razão de possuírem mestrado, de o professor ter cumprido inclusive estágio pós-doutoral e de uma das professoras está se preparando para o doutoramento. Não deixa de ser louvável a qualificação dos professores ouvidos e o amor que eles declaram ter pelo ofício é notório. Todavia, essa não é a questão, a matéria é superficial, não dá conta, por exemplo, da quantidade de mestres e doutores existentes na rede privada de ensino, em Minas Gerais, para que se pudesse estabelecer um comparativo justo. Sequer toca na quantidade de mão de obra altamente qualificada (mestres e doutores) desempregada ou subempregada em Minas e no Brasil, país que tanto desprestigia a escola pública e a carreira de professor e, cujas lideranças, demagogicamente, usam a narrativa de reputar a educação como solução para todos os males. Vale salientar que os últimos concursos para professor universitário não têm dado menos do que cinquenta candidatos por vaga, em média. Alguns concursos chegam a ter cem professores na disputa por uma única vaga. Mas nossas autoridades e setores das classes dominantes desse país estão de costas para a pesquisa, a ciência e a tecnologia, as artes, a cultura e para o que Paulo Freire chamou de professor-pesquisador. O que está em voga hoje no país são credenciais como a toga, a patente militar, o porte de arma, a militância neopentecostal e, claro, títulos e ações de investimentos, não a qualificação acadêmica. Em nenhum momento a reportagem questiona o oportunismo de grande parte do empresariado e dos homens públicos brasileiros – da direita à esquerda –, que usam a educação como adágio de seus projetos mercantis, populistas e eleitoreiros, entre outras políticas de dependência e condicionalidades.
Estupefato com a perversidade do estilo jornalístico adotado, logo confirmei minhas suspeitas do dia anterior: a maldade da manchete que chamava a atenção para uma realidade não considerada em seu conjunto, tratando-a de maneira aligeirada, sem nenhuma análise filosófica, sociológica e/ou econômica e cultural que pudesse explicar ou justificar a notícia. Excetuando a boa intenção dos entrevistados, o que pude observar foi mais uma manifestação do jornalismo convenientemente declaratório que tem sido adotado por grande parte dos veículos de comunicação na atualidade. Até a fala da representante de um dos sindicatos da categoria foi citada de forma a corroborar com a malfadada tese da reportagem em questão. 
Diante do quadro apresentado me vi às voltas com uma dúvida e um suposto. A dúvida, a seguinte: qual era a notícia afinal? A matéria começa bem, informando que segundo estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação básica tem melhores resultados e a média de notas dos alunos é maior em países que investem na formação continuada dos professores, como é o caso de nações da Ásia e da Europa. Depois o texto descamba, sem rumo e sem prumo. Ao confrontar dados, sujeitos, elementos e fatos, presentes na própria notícia, o suposto é de que o jornal tinha material para uma excelente reportagem, mas perdeu a oportunidade de fazê-la. Infelizmente, o complexo de vira-lata venceu e a escolha foi pela canhestra imprecisão.

Este texto também foi publicado no jornal Pensar a Educação, Pensar o Brasil.

domingo, 20 de outubro de 2019

O APOGEU DA VILANIA




Onde estão os nossos heróis?

Geovana Ramos Martins
 (Cientista Social pela Universidade Federal de Minas Gerais,
professora da rede pública do Estado de MG)

Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá (Santa Teresa de Calcutá, canonizada no dia 4 de setembro de 2016, pelo papa Francisco). Na minha memória tenho uma lembrança viva de quem foram, o que fizeram e o que representam. Gandhi: a revolução sem armas, sem violência, por ideais de paz e liberdade. Martin Luther King: o direito civil dos negros e uma campanha que não pregava o ódio. Madre Teresa: mulher, que embora pequena e frágil, só queria saciar a sede do Cristo no irmão necessitado.
Quem são os heróis hoje? Onde estão? Em quem se pode espelhar? Onde deve se buscar a verdade? Como encontrar respostas? O que é a vida? Não a vida virtual, resposta programada pelo Google, verdade que aliena e aprisiona, reflexo narcísico de desejos e satisfações. As pessoas estão adoecendo, as clínicas psicoterápicas estão lotadas, a cada dia novas doenças são descobertas, transtornos afetam crianças em todo o mundo, lares de idosos aumentam em proporção assustadora, consumo excessivo de álcool, drogas e sexo desenfreado, uma caçada obsessiva por emoção, aventura, prazer, excitação...
Busca-se em vão preencher o vazio: trocamos crianças por pets, os pais e a família pela carreira, podcasts pela leitura de um bom livro, o encontro com os amigos pela vida virtual (Facebook, Whatsapp, Instagram, Twitter), eximimo-nos da responsabilidade de educar as crianças. O que era apenas meio (objeto utilizado para diferenciar os valores das coisas) tornou-se o fim em si mesmo. Queremos possuir cada vez mais, bens materiais: a casa maior, o carro do ano – só um não basta –, a última geração de smartphone, os óculos da moda. Enganamo-nos acreditando que isso nos trará felicidade e irá preencher o vazio da existência. Praticamos ações sociais para ser cool; nossa privacidade é hackeada. Tornamo-nos suscetíveis a diferentes formas de invasão e alienação. Vivemos fatigados com o transporte público, o trânsito, os telemarketings, os hospitais e escolas, a indigência, os nossos governantes, a violência, a política, a xenofobia, as igrejas... Quais são os valores e virtudes de um homem e uma mulher de bem?
Temos um presidente eleito por menos da metade do eleitorado brasileiro. Será que no imaginário dessas pessoas havia a crença de que Bolsonaro poderia ser um herói? Se não somos capazes de pensar por nós mesmos, ao menos, vejamos o que o mundo – digo o mundo e, não os Estados Unidos – dizem sobre o nosso presidente (?). Olhem as ações racistas e neoliberais de um governo subserviente aos interesses estadunidenses que a todo instante põe em risco a soberania nacional, liquidando todo o patrimônio público brasileiro. A privatização das estatais e a desindustrialização do Brasil gera o caos: desemprego, miséria e fome. O que deveria ser “um governo para todos”, revelou-se uma organização que torna ainda mais ricos os ricos e cada vez mais pobres os mais pobres. Vivemos o apogeu do capital improdutivo. Praticamente, só os rentistas ganham. A nós cabe apenas pagar, cada vez mais caro, combustível, vida na cidade, plano de saúde com cobertura mínima e valores exorbitantes, educação dos filhos, impostos, luz, água, telefone e alimentos contaminados (enxertados de hormônios e empesteados de agrotóxicos e transgênicos) que são empurrados goela a baixo, em razão da falta de opções para a aquisição de algo mais natural.
É “terapêutico” ir aos shoppings e aos grandes mercados, e nos iludir com a possibilidade de que a posse de determinado produto irá nos trazer a tão almejada felicidade, quando na realidade estamos contribuindo para o aumento do consumo e, consequentemente, dessa lógica irracional de produção à custa da depredação do meio ambiente. Desmatamos, produzimos uma quantidade absurda de lixo, que acreditamos estar sendo reciclados quando na verdade não sabemos verdadeiramente qual será o seu destino. Não nos preocupamos com o consumo desarrazoado de água, com as queimadas, a poluição... e o nosso planeta, chora e geme, em dores de parto, na espera de um novo dia. Da primavera, ou seria, de outros natimortos? Os animais expulsos das florestas invadem as cidades e em uníssono clamam a nós por socorro. Tempestades, trovões, terremotos, maremotos, tsunamis... o que mais esperar? Quando isso tudo vai parar?
Na contramão da lógica produtivista pequenos grupos se mobilizam, na busca de formas alternativas de vida no planeta. Ambientalistas, autoridades religiosas, estudantes, populações indígenas e ribeirinhas unem-se em defesa da vida na Terra. A juventude bravamente desponta no noticiário mundial, denunciando os abusos das autoridades governamentais e empresariais, retrógadas e autoritárias. Novas escolas e pensadores se insurgem contra a barbárie.
Eu, aposto sempre nas crianças. Na necessidade urgente que temos de olhar para as crianças e zelar pelo seu devir. Elas têm a capacidade transformar o mundo, se forem educadas por meio de valores e virtudes: humanos, sociais, ambientais, culturais e espirituais.
Já é tempo de unirmo-nos em prol dessa causa, encontrando-nos com nós mesmos em nossa humanidade e descobrir a palavra que cada um de nós veio dar ao mundo. E que a nossa palavra seja plena de vida, amor e paz. Abramos nossos olhos, rasguemos os nossos corações e despertemo-nos enquanto há tempo.
O artigo também foi publicado no Jornal Pensar a Educação, Pensar o Brasil.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

OS DESDOBRAMENTOS DA VAZA JATO NO SUPREMO


STF julga prisão após 2ª instância: entenda impacto sobre 
Lava Jato, Lula e milhares de outros presos

(Foto: Gil Ferreira/SCO/STF)

O Supremo Tribunal Federal caminha para colocar o ponto final numa controvérsia que se arrasta desde 2016: condenados em segunda instância devem começar a cumprir pena ou é necessário aguardar o fim de todos os recursos nas cortes superiores?
A questão deve ser definitivamente respondida pelo Supremo a partir desta quinta-feira, quando os onze ministros julgarão ações sobre o tema. É possível que o julgamento se prolongue até a próxima semana.
Desde fevereiro de 2016, em placar apertado, o STF permite que presos condenados em segunda instância comecem a cumprir pena. Mas as decisões que deram essa autorização tinham caráter provisório e podem ser revistas. Como os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes mudaram de posição, a expectativa é que o Supremo volte a proibir a prisão antes do trânsito em julgado (quando se esgotam os recursos) dos processos criminais.
A decisão tem potencial de libertar milhares de presos, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas nem todos os condenados da Operação Lava Jato seriam afetados - o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-deputado Eduardo Cunha, por exemplo, não seriam soltos porque cumprem prisão preventiva (quando o réu fica preso mesmo antes de qualquer condenação para evitar que continue cometendo crimes, fuja ou atrapalhe investigações).
Para continuar lendo a matéria de Mariana Schreiber para a BBC News Brasil, clique aqui.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO: UFMG, A MELHOR UNIVERSIDADE DO PAÍS


(Imagens: Site FaE/UFMG)

EDUCAÇÃO EM MOVIMENTOS, 
PROJETOS e RANKINGS:
FaE e UFMG EM PRIMEIRO LUGAR

Eugênio Magno

O que é óbvio costuma passar despercebido pelo senso comum, especialmente em tempos obscuros como os atuais. Como não pensar o Brasil, ao se propor a pensar a Educação? O inverso também pode ser formulado. Afinal, como não se pensar a Educação, ao pensar o Brasil?
Dizer o óbvio é relativamente fácil. Entretanto, a afirmação de obviedades baseada em ações concretas é outro papo. E não é só papo, ainda que seja aquele papo, das noites de segunda-feira, transmitido pela Rádio UFMG Educativa (ancorado por Yolanda Assunção e conduzido por Tatá), programa do qual tenho muito orgulho de ter participado, como produtor e apresentador do quadro Cinema Falado, no período de 2013 a 2015, sob a coordenação da professora Inês Teixeira.
Pensar a Educação, Pensar o Brasil – 1822-2022 (PEPB) vem articulando desde a sua criação, em 2007, diversas atividades que estimulam atitudes concretas, fazendo memória das contribuições da Educação para a formação do povo brasileiro e projetando seus contínuos aportes para a construção de um país, justo, igualitário e democrático. Este projeto é fruto da ousadia dos seus inventores, os professores, Luciano Mendes de Faria Filho e Tarcísio Mauro Vago (Tatá), coordenadores gerais do PEPB.
A partir da capacidade técnica e científica, gregarismo e articulação dos dois professores e de outras competências discentes, docentes, técnico-administrativas, de servidores e de dezenas de colaboradores internos e externos à UFMG, que se juntaram ao projeto, ele vai se consolidando como lócus comprometido com uma práxis de permanente ação-reflexão-ação. Seu nome e sua proposta são e dão, a cada dia, novas provas, respostas e reverberações inequívocas do porque veio – em constantes movimentos –, no ir vir de saberes, pensares e práticas coletivas.
No primeiro dia deste mês de outubro, para citar um exemplo próximo, o Pensar apresentou ao público que lotou o Auditório Luiz Pompeu, da Faculdade de Educação (FaE/UFMG), a sua filha caçula: a série documental, O pão nosso de cada dia, sobre desafios e cotidianos de professoras de Educação Básica. Uma ação da Revista Brasileira de Educação Básica, que tem como editora responsável a professora Libéria Neves e o professor Eliezer Costa e é coordenada por Vanessa Costa de Macêdo (editora executiva da revista) e corroteirista das narrativas professorais, juntamente com Thiago Rosa que dirigiu os quatro episódios da série. O evento contou com a participação da professora e cineasta Edileuza Penha de Souza, da Universidade de Brasília (UnB), que mediou uma mesa de debates após a exibição dos depoimentos fílmicos com a presença das personagens da série, Angélica Ferreira, que leciona Português; Isabela Assis, recém-formada professora de Teatro; Wanderléa Assis e Hélder Junio de Souza, os dois últimos, professores de História.
Mas o Pensar vai muito além do vídeo, da revista, do rádio e do jornal, Pensar a Educação em Pauta, coordenado por Priscilla Bahiense. No campo da Pesquisa, além da FaE/UFMG, o projeto integra, em rede, outras onze instituições universitárias abordando a história da educação brasileira; edita a publicação Pensar a Educação em Revista, periódico de revisão bibliográfica sobre os principais temas da educação e, através do seu Observatório, desenvolve pesquisas e monitora diversos canais de divulgação científica do país. O PEPB organiza Seminários e conferências temáticas; abastece e abriga o Centro Virtual de Multimídia em Educação (CEVIME), que sistematiza e referencia produções nacionais e estrangeiras em torno de temas da educação; realiza Produções Audiovisuais e se ocupa da Gestão de Mídias, mobilizando e articulando diferentes dispositivos midiáticos para a divulgação dos conteúdos produzidos pelo projeto. Na área do ensino oferece estágios e oferta disciplinas na graduação e na pós-graduação. A Coleção de Livros do PEPB com suas séries: Ensaios, Seminários, Estudos Históricos e Clássicos da Educação Brasileira, já se aproxima de cinquenta títulos lançados.
Neste breve levantamento aqui apresentado dá para se ter uma ideia da envergadura do Pensar a Educação, Pensar o Brasil, que interage e proporciona a visibilização de tantos outros projetos, grupos de pesquisa e extensão, departamentos e ações afirmativas e inclusivas da FaE, devido as suas características, arquitetura em rede (ou teias) e o seu marco temporal definido.
Na trincheira deste importante enfrentamento da disputa de sentidos e narrativas históricas do Brasil contemporâneo, tendo em vista as comemorações do bicentenário da nossa independência, o protagonismo da educação brasileira – cuja atuação nos processos emancipatórios tem sido notadamente decisivo – é imprescindível. A força dos sujeitos coletivos da educação é notória, tanto em macro, quanto em micro territórios. Prova disso é a vitalidade e potência da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, uma das unidades mais pulsantes do Campus Pampulha.
Criada em 1968 e vivendo, portanto, a sua plena maturidade, a FaE, aos 51 anos, é muito mais que uma instituição formadora de educadores, pedagogos e professores (pesquisadores e extensionistas), fundada na indissociabilidade dos pilares Educação, Pesquisa e Extensão. A diversidade de projetos gestados, sediados, apoiados, difundidos e acolhidos pela FaE, fazem desta faculdade uma grande rede conectada a outras hiper-redes. As reflexões geradas em seu espaço provocam ondas propulsoras de engajamento. Deflagram manifestações, têm grande capilaridade e proporcionam o indispensável abrigo institucional às várias ações colocadas em movimento pelos múltiplos agentes do processo educacional que se fazem presentes, em permanente conexão neste território, de forma física (presencial) e online.
Não é à toa que a UFMG foi considerada a melhor universidade do país e o curso de Pedagogia – da nossa FaE – ocupa o primeiríssimo lugar no ranking universitário brasileiro, divulgado no início desta semana.
Este texto foi publicado no jornal Pensar a Educação em Pauta e também no Facebook.

sábado, 5 de outubro de 2019

CATÓLICOS E EVANGÉLICOS EM DISPUTA NAS ELEIÇÕES PARA O CONSELHO TUTELAR


Eleições para o Conselho Tutelar tornam-se o novo campo de batalha do Brasil polarizado:
Pleito deste domingo coloca católicos e evangélicos em disputa para ocupar organismo de apoio a políticas sobre juventude 


O Brasil mal saiu de umas conturbadas eleições gerais e já vive, neste ano, outra campanha eleitoral igualmente polarizada: a dos Conselhos Tutelares, organismos presentes em praticamente todas as cidades brasileiras e responsáveis por zelar pela proteção de crianças e adolescentes. Neste domingo, 6 de outubro, de 8h às 17h, pessoas a partir de 16 anos com título de eleitor e em situação regular com a Justiça Eleitoral poderão escolher até cinco candidatos do conselho mais próximo de sua residência. A lei que criou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que a escolha de novos conselheiros, que possuem mandato de quatro anos, devem acontecer simultaneamente em todos os municípios do país um ano depois do comício presidencial. As eleições são abertas a todos os eleitores, mas o voto não é obrigatório.
Para ler na íntegra a matéria de Felipe Betin para o El País e saber como participar da votação que é aberta a todos os eleitores do país, clique aqui.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

LULA NÃO VAI SAIR DA CADEIA


Carta de Lula "Ao Povo Brasileiro
Não troco minha dignidade, 
pela minha Liberdade"

(Foto: Divulgação)

Na carta, escrita à mão (abaixo), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que não vai sair da prisão enquanto seu processo não for considerado nulo. 

(Imagem: Instituo Lula

Lula ganhou o direito de pedir a mudança para o regime semiaberto, no último dia 23 deste mês, mas não pretende deixar a prisão nessas condições.