quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

"CENÁRIOS ECONÔMICOS: BRASIL 2019 - 2020"




O Conselho de Presidentes promoveu, no último dia 4 de dezembro, o evento "Cenários Econômicos: Brasil 2019 - 2020".
Compareceram ao auditório da Localiza, empresários e diretores de importantes empresas mineiras, para ouvir a economista da Icatu Seguros e professora da PUC-SP, Victoria Werneck. A palestrante, convidada de Júlio Miranda e Paulo de Vasconcellos Filho traçou um panorama dos últimos 12 anos da economia brasileira, destacando aspectos da política econômica dos Governos Lula (2º mandato), Dilma e Temer e fez projeções para o Governo que se inicia em 2019, com o capitão reformado, Jair Bolsonaro. Segundo a economista, a confiança do empresariado no novo governo é grande. 
Embora a fala de Victoria Werneck e de grande parte do empresariado ser de grande expectativa positiva em torno do futuro governo, os próprios números apresentados por ela, nem sempre coincidiam com a sua fala entusiasta. Um exemplo disso é a projeção extremamente tímida de crescimento do PIB, de apenas 2,5%  para os anos de 2019, 2020, 2021 e 2022.
Outros dados que me chamaram a atenção foram os da Previdência. A palestrante apresentou números que apontam um déficit de R$90 mil/ano para cada militar e R$70 mil para cada funcionário público dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário). Já na iniciativa privada, o déficit da Previdência para cada trabalhador é de apenas R$7 mil por ano. 
As contas públicas do país devem fechar 2018 com um rombo bem próximo de R$150 bilhões e o Bolsa Família, programa que atende cerca de 15 milhões de famílias, tão criticado por alguns setores, não consome nem R$2,5 bilhões das despesas da União.
Senti falta, na fala da economista, de uma discussão das questões sociais, uma vez que, em se tratando de um país de grandes desigualdades e de IDH tão baixo como o Brasil, falar de economia sem preocupação com a agenda social, não faz o menor sentido.
Ainda no que diz respeito à Economia, um aspecto preocupante do Governo Bolsonaro que vem sendo tão celebrado pelo setor empresarial, é a falta de sinalização por parte de sua equipe e do próprio presidente eleito, da participação/interlocução de economistas com trabalhadores. Afinal, a campanha eleitoral já acabou e um presidente deve governar para todos. 
E mais, desenvolvimento econômico só se faz com a parceria empresa/trabalhadores e, nessa onda de euforia bolsonarista, não tenho visto nem ouvido por parte de empresários e do futuro governo, nenhuma intenção de promover um diálogo franco e producente entre os empresários e a classe trabalhadora, além da incômoda falta de representantes do mundo do trabalhado na equipe do novo governo.



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