terça-feira, 28 de março de 2017

CARNE FRACA OU JUÍZO MOLE?


Hong Kong reabre mercado para carne brasileira, diz Ministério


O Ministério da Agricultura informou hoje terça-feira (28) que Hong Kong reabriu as importações de carne brasileira. O país havia bloqueado totalmente a compra de carne nacional, independentemente do frigorífico.
Esse é o segundo maior mercado para carne e derivados do país, com importações de US$ 1,5 bilhão no ano passado.
A reabertura do mercado era esperada depois que a China retomou suas compras do Brasil, no sábado passado. A Pasta deverá detalhar os termos da reabertura.
(Fonte: Jornal O Tempo, de 28.03.2017)

sexta-feira, 24 de março de 2017

ESTADO E CULTURA É TEMA DE COLÓQUIO NO INTERIOR DA BAHIA


Inscrições para Colóquio Temático Estado e Cultura



Até 10 de abril, estão abertas as inscrições para submissão de trabalhos ao Colóquio Temático  Estado e Cultura: questões acerca da produção/consumo de bens simbólicos, integrante do XII Colóquio Nacional e V Colóquio Internacional do Museu Pedagógico. Os eventos, com tema “Estado, política e sociedade: está o mundo de ponta cabeça?”, serão realizados de 26 a 29 de setembro de 2017, no campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) em Vitória da Conquista.

O colóquio Estado e Cultura, coordenado pelas professoras Milene Silveira Gusmão (UESB) e Maria Salete Nery (UFRB), objetiva propiciar reflexões e discussões que tratem do destaque da cultura como objeto de consumo no mundo. Nesse sentido, interessa obervar: as trajetórias vividas por criadores de bens culturais (cinema, moda, música, games, dentre outros) nas redes nas quais estão imersos; a trajetória dos bens, em sua história de constituição e circulação; os processos de formação ligados aos bens – daqueles que os produzem ou tomam contato com eles; os processos de circulação, distribuição e consumo do simbólico; a relação entre Estado e cultura, no que toca à diversidade de ações implementadas pelo poder público e suas consequências; e reflexões teórico-metodológicas ligadas à apreensão científica da cultura como objeto de pesquisa.   

A submissão de trabalhos será por meio de um resumo ampliado/expandido, com, no mínimo, quatro laudas e, no máximo, cinco, constando de Introdução, Metodologia, Resultados e Discussão, Tabelas e/ou Figuras, Conclusões, Palavras-chave e Referências, devendo, obrigatoriamente, ser resultado de estudos e pesquisas. Detalhes sobre as normas do texto, o formulário de inscrição e outras informações podem ser obtidos no site da Uesb: http://www.uesb.br/ascom/ver_noticia_.asp?id=15011
Para contatar o Museu Pedagógico, os interessados podem ligar para o telefone nº.:  (77) 3421-3894 ou  mandar um e-mail para:  coloquiomuseupedagogico@gmail.com.



domingo, 19 de março de 2017

A VIDA INTELIGENTE DO PLANETA ENXERGA MUITO BEM


Deu no New York Times, não na Globo

 


Dalvit Greiner*


Para William Waack, do Jornal da Globo, quem esteve nas ruas nesta quarta-feira, dia 15 de março, foram os movimentos [auto] “intitulados” sociais. Ora, não sei qual escola de Sociologia que o jornalista frequenta ou frequentou em sua atividade universitária e intelectual, mas ficou-me a pergunta: quem esteve nas ruas esta semana?  Pelo tom do jornalista global um punhado de gente que se diz movimento social, mas que não é nem movimento nem social. As coberturas jornalísticas, salvo raríssimas exceções, ignoraram o movimento e focaram nas dificuldades que a população passou sem os serviços prestados por aqueles que estavam em manifestação pública. 
Claro que é assim mesmo. Qualquer movimentação que não provoque incômodo não cumpriu, minimamente, o seu objetivo. O incômodo desejado quando a base se mexe é derrubar o topo. Lição mínima da política. Mas, quando a base se mexe, mesmo quem não quiser sofrerá seus efeitos. É aqui que está o segredo da Educação: o esclarecimento. Dizer às pessoas, com palavras e atos, que os motivos que nos levam às ruas é um ato pedagógico, na medida em que visam conduzir uma opinião que seja favorável às nossas ideias. É um jogo desleal porque o fazemos com nosso único recurso: a garganta, ferramenta de trabalho de sujeitos que tem como meta, objetivo e sonho a mudança da sociedade. 
Na outra ponta os meios de comunicação social - lembremos que são concessões públicas e, portanto deviam servir ao público com todas as informações necessárias ao bom discernimento da sociedade - fazem um jogo do contrário: negam a informação, conduzem a opinião pública para os seus interesses que são contraditórios à sua função pública. Donos de grandes carteiras de propaganda e publicidade, a maior delas do Governo, fazem o jogo de uma elite que não consegue se autofinanciar. Querem um Estado mínimo para a sociedade trabalhadora para que ela continue produzindo a riqueza que a elite apropria. Querem um Estado máximo que os financie em sua incompetência capitalista. Mantem-se com o dinheiro público e, quando falem, recorrem ao dinheiro público com a honrosa desculpa da preservação do emprego de centenas, milhares de trabalhadores.  
Nos dias 13 e 14, anteriores ao iníco da Greve no dia 15, considerei um direito de minhas alunas e alunos conhecer os motivos de minha decisão. Tenho usado como metodologia em minhas aulas a leitura de notícias de jornais e documentos oficiais, além de vídeos que envolvam a História e a Geografia. Lemos trechos das reformas previdenciária e trabalhista. Discuti com eles na tentativa de demonstrar-lhes duas coisas, principalmente: quem produz a riqueza, quem se apropria da riqueza. A surpresa e o agrado quando concluem que nem o Estado nem as Instituições Religiosas produzem riqueza, que ninguém além do trabalhador produz riqueza é devastadora. Uma aluna, aproximadamente sessenta anos, confessou-se entristecida com a maldade de quem a explorou por tanto tempo. De tudo o que ela produziu e não se apropriou.  
Mas, o New York Times noticiou a nossa paralisação. Impossível não ver aqueles mares de gentes espalhados pelas principais cidades do país. Qualquer satélite espião veria aquela multidão. Qualquer pessoa distraída perceberia a movimentação na cidade. Qualquer manual de Sociologia do ensino médio ensina que aquilo é um Movimento Social. Enviarei o de José de Souza Martins para William Waack. 
Portanto, ignorar o Movimento Social é ignorar um povo que quer uma vida diferente totalmente compatível com a riqueza que produz. O Brasil é um país rico e o seu povo precisa saber disso. O clima político no Brasil, desde as eleições de 2014, é de Guerra Civil com uma elite atacando a população deste país que havia escolhido o rumo que queria manter. Uma elite que não sabe respeitar as regras do jogo e que apela, diariamente, para a violência. Lembremo-nos, portanto, do revide não odioso: um direito da população, uma verdade evidente. E o papel da Educação é, cada vez mais, qualificar essa guerra.

*Mestre em História da Educação pela Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG e professor de História na Rede Municipal de Educação em Belo Horizonte no Ensino Fundamental - Regular e Educação de Jovens e Adultos. Especialista em Gestão Cultural pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUCMINAS  e Docência do Ensino Superior pela Escola Superior Aberta do Brasil - ESAB. 


(Fonte: Pensar a Educação em Pauta, Nº 151)


quarta-feira, 15 de março de 2017

INSTANTÂNEO DE MINHA TERRA


Montes Claros

Eugênio Magno


ESTRELA
estrela - CÉU
estrela, céu – POEIRA
estrela, céu, poeira – CHÃO
estrela, céu, poeira, chão – SOL
estrela, céu, poeira, chão, sol – CHUVA, NÃO
estrela, céu, poeira, chão, sol, chuva, não – SERTÃO

ESTRELA, CÉU, POEIRA, CHÃO, SOL, CHUVA, NÃO: SERTÃO

(Do livro Poetas En/Cena-2, Belo Horizonte: Belô Poético, 2008. Pág. 64)

A POESIA QUEBRA AS CERCAS DA UNIVERSIDADE


Unimontes concederá o título de Doutor

Honoris Causa ao poeta Aroldo Pereira


O Conselho Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) aprovou a concessão do titulo de Doutor Honoris Causa ao poeta norte-mineiro Aroldo Pereira, autor de vários livros, idealizador e coordenador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, realizado anualmente em Montes Claros e que completou 30 anos interruptos em 2016. A proposição do titulo foi feita pelos professores e conselheiros Antônio Wagner Rocha e Mônica Maria Teixeira Amorim.
 A entrega ocorrerá em sessão solene do Conselho Universitário, prevista para abril próximo. O título de Doutor Honoris Causa é a mais importante distinção concedida pelas universidades em todo o mundo.
Na proposição, os professores Antônio Wagner Rocha e Mônica Maria Teixeira Amorim ressaltam que o titulo de Doutor Honoris Causa também é concedido a "personalidades que tenham se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras, da administração pública, do bem-estar humano ou do melhor entendimento entre os povos".
Desta forma, "ressaltamos, pois, que esse título pode ser dado a quem tenha exercido um importante trabalho não apenas no campo das ciências, mas em outros campos de atuação que também são importantes para a humanidade como a literatura, a arte, a cultura, a política, a promoção da paz, entre outros", enfatizam.
Os proponentes acrescentam: "convém destacar que Aroldo Pereira é uma personalidade merecedora desta importante honraria, pois  trata-se de um poeta de reconhecido destaque com projeção regional e nacional no tocante à sua produção artística e literária".  Citam ainda o "exitoso trabalho" do homenageado na coordenação do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético,  "evento caracterizado por um amplo alcance social e que em 2016, completou 30  anos de existência em defesa da educação, da arte, dos direitos humanos e da poesia brasileira".
A obra de Aroldo Pereira é enaltecida pela professora Ivana Ferrante Rebello, doutora em Literaturas de Língua Portuguesa e integrante do Departamento de Comunicação e Letras da Unimontes. "Negro, pobre, poeta”, como se lê em seus versos, ele consegue representar a dor da exceção em inquietude e luminosidade, que são atributos de sua arte. Aroldo Pereira é poeta de muitos livros publicados, músico, performer, ator: onde quer que se veja um espaço de arte, lá está ele, participando, chamando à luz a poesia envergonhada, invadindo de verso, irreverência e cor a cidade que, paulatinamente, se rende ao concreto e ao silêncio", descreve Ivana.
Ao destacar o trabalho do homenageado e o alcance do Psiu Poético, ela salientou: "por essas razões, a Unimontes, cujo papel é promover a cultura, a educação e o saber por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, concede-lhe, com justiça, o título de Doutor Honoris Causa". Segundo a professora  Ivana Rebello, "a Unimontes,, com a concessão desse título, evidencia que enxerga além de suas salas e laboratórios".
        "Estou muito agradecido pela iniciativa e pelo o reconhecimento da nossa Universidade Estadual de Montes Claros”, declarou o poeta Aroldo Pereira, ao ser comunicado da concessão da honraria.: “Os reconhecimentos são sempre bem vindos. Acredito que nesse momento em que vivemos com descrédito nas pessoas e nas pequenas coisas, que um reconhecimento imaterial, mas imenso como esse, nos humaniza e engrandece cada vez mais" afirmou ele.

BIOGRAFIA E REFERENCIA DE ESTUDOS
Natural de Coração de Jesus, foi em Montes Claros que João Aroldo Pereira encontrou  inspiração para escrever suas obras, como "Canto de encantar serpente",  "Azul geral", "Hai-kai quem quer" e "Doces pérolas púrpuras", publicadas na década de 1980.
Ele publicou os livros "Cinema bumerangue" (1997), "Parangolivro" (2007), indicado para o Mestrado em Letras/Estudos Literários(em 2008) e para o Processo Seletivo/2011 da Unimontes.
Pereira é também co-autor de “Antologia da moderna poesia brasileira" ( 1992), Signopse – a poesia na virada do século (1995), Cantária (2000), Trinta anos-luz: poetas celebram 30 anos de Psiu poético ( 2016), entre outros. Seu nome consta como verbete da Enciclopédia de Literatura Brasileira, organizada por Afrânio Coutinho e J. Galante de Souza (Fundação Biblioteca Nacional/Academia Brasileira de Letras, 2001).
O legado literário do escritor também se tornou objeto de estudos e pesquisas acadêmicas. Artigo de autoria da professora Ivana Ferrante Rebello, com o título “Versos e parangolés: a poesia marginal de Aroldo Pereira”, foi publicado na revista "Estação Literária" (volume 12) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A tese aborda aspectos fundamentais para a compreensão do exercício criador e inventivo do poeta norte-mineiro.
“Marginal e herói: pintura e música na poesia de Aroldo Pereira” é outro artigo de destaque que foi produzido pelo professor e escritor Gilson Neves, mestre em Estudos Literários pela Unimontes. O texto ressalta  "caráter revolucionário desta escrita que encontra nos acontecimentos da vida comum dos homens a sua possibilidade de reflexão". A Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras/Estudos Literários da Unimontes também deu destaque para a obra do poeta Aroldo Pereira, dedicando espaço para resenha escrita pelo professor e compositor Élcio Lucas de Oliveira sobre o conteúdo de Parangolivro.