domingo, 28 de agosto de 2016

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS


Como Gilmar Mendes, agora o MBL e 
outros "movimentos" torcem o nariz para a Lava Jato


Donato para o DCM
Acostumados com a condição de celebridades e, portanto, preocupados com a perspectiva de verem-se longe dos holofotes em breve, os procuradores e o Ministério Público recorreram aos grupos de encomenda (também conhecidos como ‘espontâneos’) que encabeçaram as manifestações desde 2014 que resultaram nisso que estamos vivendo.
O MP quer ajuda desses grupos para aprovar as 10 Medidas de combate à corrupção. Mas cadê Movimento Brasil Livre, Vem pra Rua, Revoltados OnLine?
As medidas tramitam na Câmara como ‘projeto de iniciativa popular’, afinal haviam milhares de pessoas nas ruas implorando pelo fim da corrupção, porém esses grupelhos liderados por fedelhos estão tirando o corpo fora. MBL sobretudo. O indefinível Kim Kataguiri agora faz ressalvas às medidas.
“Isso não é democracia, é coisa de regime totalitário”, falou o porta-voz dos patriotas-democratas-idôneos. Ué, mudou de opinião?
Por óbvio não se trata de mudança de visão. Um dos objetivos já foi alcançado (sim, um deles pois a outra obssessão dessa turma é ver Lula na cadeia), agora é tocar a vida como sempre foi. Como disse o escritor italiano Giuseppe Tomasi di Lampedusa no romance O Leopardo, “para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude.”
Dilma Rousseff cairá por isso, para que tudo volte a ser como sempre foi.
A um passo do cadafalso, Dilma afirmou que irá ao Senado na segunda-feira dizer em alto e bom som que está indo para a forca por ter deixado a Lava Jato avançar. Mais verdadeiro, impossível. É disso mesmo que se trata, portanto a presidente estava condenada desde o primeiro dia.
E com a deposição de Dilma, qualquer operação ou medida de combate à corrupção perde impulso, para não dizer sentido. O que desejavam, já estará alcançado.
Vide Gilmar Mendes. Quando a Lava Jato mira em alguém do STF, ele estrila. Daí vê abusos, incoerências, injustiças. Quando os alvos eram outros, estava tudo certo.
E a suspensão da delação de Leo Pinheiro? A quem interessa engavetar o que ele tem a dizer? Claramente a todos aqueles que estavam morrendo de medo e incomodados com o andar da carruagem da Lava Jato desde os primeiros dias.
Se Dilma irá lavar a alma (dela e de muitos que têm esse golpe engasgado), a ver. A reação dos congressistas a quem diz a verdade não é nada boa. A senadora Gleisi Hoffman foi quase linchada após dizer uma verdade inquestionável: a de que ninguém ali no Senado tinha moral para julgar Dilma. Aliás, eu acrescentaria que não têm moral para julgar quem quer que seja. Aécio Neves, Ronaldo Caiado, Renan Calheiros… não têm moral nem para nada.
Passado o próximo dia 31, o MBL e outros desses ‘movimentos sociais’ de aluguel – que nunca revelaram de onde vem seus recursos – irão se dedicar às campanhas de seus integrantes que candidataram-se nas eleições municipais deste ano. Falar de combate à corrupção com eles a partir de agora é perda de tempo.
(Fonte: Site DCM)

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A FICÇÃO IMITA A REALIDADE OU É O CONTRÁRIO ... ?


Dilma no Senado: um filme de Frank Capra


Aproxima-se a semana decisiva do golpe. A democracia está no colo de 81 senadores e senadoras que, transformados em tribunal do impeachment sob presidência do análogo Supremo Federal, julgarão a acusação sem fundamento jurídico de crime de responsabilidade, introduzindo, mais uma vez, o perigoso voto de desconfiança parlamentarista em pleno regime presidencialista. Jogarão na vala não somente os 54 milhões de votos que reelegeram a primeira mulher presidenta do Brasil, mas todos os trinta anos de árduo processo histórico de redemocratização e construção de um Estado de Bem-Estar Social voltado para reduzir o inferno que as elites produzem no cotidiano dos trabalhadores, dos pobres, dos pretos, das mulheres e das minorias. No centro do conflito, uma mulher honesta vai enfrentar de cabeça e corpo erguidos a trupe de senadores que, muitos ao traí-la, já copulavam com os esquemas voltados para a retirada de um presidente eleito para executar um plano de governo indefensável nas urnas. No subterrâneo das negociações parlamentares, passam rios de interesses, e suas correntezas permanecerão escondidas aos olhos do cidadão comum.
O paralelo entre Dilma e o filme de Capra é surpreendente. Espero mesmo que essa mensagem possa chegar à presidenta e, nas suas noites de preparação para o dia 29, tenha um tempo para assistir e se inspirar com essa obra-prima, se é que ela já não o tenha feito. 
Para ler, na íntegra, o texto de André Calixtre para o site Carta Maior, clique aqui.


sábado, 20 de agosto de 2016

ESSE CARA TEM QUE PAGAR PELO QUE FEZ


Atleta da desordem, da mentira e do desrespeito


O Comitê Olímpico Internacional (COI) abriu uma comissão disciplinar contra Ryan Lochte e outros três nadadores norte-americanos que estiveram envolvidos em um incidente no Rio de Janeiro nos últimos dias, após competirem na Olimpíada.
Mark Adams, porta-voz do COI, confirmou que um caso foi aberto contra Gunnar Bentz, Jack Conger, Jimmy Feigen e Lochte, que é o dono de seis medalhas de ouro olímpicas. Entre as diversas punições que ele poderia sofrer está uma eventual suspensão, penas financeiras ou até mesmo a perda de medalhas, em casos extremos.
Ainda que o caso num posto de gasolina tenha ocorrido fora da disputa de provas - a natação já havia sido encerrada no Rio-2016 -, o COI vai avaliar se o comportamento dos atletas olímpicos durante o evento deve ou não ser punido. O caso também colocou pressão sobre os Estados Unidos, que querem organizar os Jogos de 2024 em Los Angeles. Os organizadores da campanha temem que o projeto seja afetado pela polêmica.
Nesta sexta-feira, o Comitê Organizador do Rio-2016 e o COI "aceitaram" as desculpas de Ryan Lochte e dos demais nadadores. Depois de contar que foram alvos de uma operação de bandidos que colocaram armas sobre suas cabeças, o grupo reconheceu que a história não é verdadeira. "Brasileiros foram humilhados", alerta o Comitê Rio-2016.
Lochte pediu desculpas oficiais por conta do episódio nesta sexta-feira, depois que a delegação americana também apontou que tal comportamento era "inaceitável". "Há sentimentos que foram afetados nesse país", admitiu Mark Adams, o porta-voz do COI. "Ficamos chateados com o que ocorreu. Achamos que o pedido de desculpas de Lochte é apropriado", insistiu.
"Aceitamos seu pedido de desculpas e apreciamos isso", disse Mario Andrada, diretor-executivo do Rio-2016 encarregado da área de comunicação. "A população brasileira se sentiu humilhada pelas mentiras e que sua imagem foi afetada. Ficou decepcionada com as ações", disse.
Segundo ele, os organizadores do evento receberam 1,8 milhão de mensagens no Twitter se queixando do comportamento dos americanos. Isso representou 2,5% de total de menções nas redes sociais durante 24 horas dos Jogos. "Havia uma indignação que somente poderia ser lidada com um pedido oficial de desculpas", explicou.
"Obviamente que a população se sentiu humilhada. Acho que os brasileiros vão aceitar o pedido de desculpas", disse Mario Andrada. "Esse caso tem lições importantes. A mentira tem pernas curtas, mesmo sendo um atleta. O que foi definido como complexo de vira-lata acaba depois dos Jogos Olímpicos. Temos de dar esse caso como encerrado", completou.
(Fonte: Jornal O Tempo)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O PEIXE MORRE É PELA BOCA




                            Em tempos de crise

 Eugênio Magno


                            sua tagarelice guarda


                            silêncios do indizível


(Do livro Minas em mim, 2005: 32)

ONDE ESTÁ A NOSSA "PÁTRIA EDUCADORA" ?


Como sair da pauta conservadora?
Desde o início do 2º mandato da Presidenta Dilma, em janeiro de 2015, o debate sobre educação tem sido pautado continuamente pelos setores mais conservadores da sociedade brasileira. Dentre outros aspectos, o anúncio do lema “Pátria Educadora” para o mandato, logo se mostrou uma vazia retórica diante dos sucessivos cortes do orçamento para a área de educação impostos sob o argumento da necessidade do ajuste fiscal, simbolizando a “recuperação”, pela Presidenta, de vários pontos do programa do candidato derrotado nas urnas.
Nada disso, no entanto, se assemelhava ao conservadorismo e à truculência que passaria a tomar conta do debate e das políticas públicas um ano depois, sobretudo após o afastamento da Presidenta e da subida ao poder do governo golpista e ilegítimo de seu vice, e conspirador, Michel Temer.
Um dos mais graves problemas destes últimos meses é que temos sido enredados, continuamente, pela pauta de debates e de políticas impostas pelos grupos mais conservadores que ocuparam o espaço público e o Estado brasileiro. E, sobretudo, não temos conseguido sair dela.
Sabemos, no entanto, que há razões de sobra para isso. O conjunto das medidas já estabelecidas e das políticas propostas pelo governo interino mostram o afã dos grupos que o apoiam no golpe e no governo para dilapidar o Estado brasileiro e para destruir as políticas públicas que buscavam a melhoria de vida dos mais pobres. Contra esse movimento não há alternativa que não seja lutar e resistir, aqui e agora.
Por outro lado, no calor da luta é preciso ir além da luta contra a destruição e avançar na construção. Recentemente o Blog do Pensar a Educação defendeu que retomar o ideário da educação republicana pode ser um bom caminho para sair da defensiva e combater as perspectivas negativas que se abatem sobre a educação pública brasileira. Tal ideário, ampliado e ressignificado, permitiria que nos colocássemos na tradição dos melhores movimentos sociais que, ao longo do último século, lutaram pela ampliação, consolidação e qualificação da escola pública entre nós.
O perigo que nos ronda é enorme e a nossa tarefa maior ainda, como se pode aquilatar pelo recente diagnóstico que nos foi oferecido pelo prof. Luiz Carlos Freitas. Qualquer que seja a alternativa, ou no conjunto delas, somente conseguiremos garantir políticas públicas e avançar em direção àquelas que ainda faltam conquistar, se atuarmos organizada e coletivamente.
(Fonte: Pensar a Educação em Pauta)

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

BRASIL NA VITRINE DO MUNDO


Papa pede que jogos olímpicos 
tornem o Brasil "mais justo e mais seguro"



Durante a audiência geral desta semana, na última quarta-feira, dia 3, o papa Francisco manifestou o desejo de que os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, sirvam para tornar o Brasil um país "mais justo".
Um dia depois de ter dito que o esporte deve promover "a paz no mundo", o líder da Igreja Católica dedicou um pensamento especial à nação que abriga a Olimpíada deste ano, em meio a uma das mais graves crises de sua história recente.
"Para os brasileiros, que com sua alegria e hospitalidade características organizam a festa do esporte, desejo que esta seja uma oportunidade para superar os momentos difíceis e se empenhar no trabalho de equipe para construir um país mais justo e seguro, apostando em um futuro cheio de alegria e esperança", disse Jorge Bergoglio. Além disso, o papa afirmou que espera que os Jogos Olímpicos inspirem atletas e espectadores a combater a "boa batalha", buscando como prêmio não uma medalha, mas "algo mais precioso: uma civilização na qual reine a solidariedade, fundada sobre o reconhecimento de que todos somos membros de uma única família".
Na última terça-feira (2), Francisco havia incluído a importância do esporte em suas intenções de oração para o mês de agosto, pedindo a construção da "cultura do encontro" e de "um mundo de paz" durante a Olimpíada.
No mesmo dia, o teólogo Leonardo Boff informou no Twitter que Jorge Bergoglio chegou a enviar uma carta de apoio à presidenta afastada Dilma Rousseff, cujo processo de impeachment será julgado nas próximas semanas.

(Fonte: CNBB)

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

MANIFESTAÇÕES PRÓ E CONTRA IMPEACHMENT


Próximo à decisão do Senado, 
esquerda faz manifestação maior que direita em São Paulo



Grupo favoráveis e contra o impeachment fizeram protestos ontem.
A cidade de São Paulo (SP) presenciou duas manifestações políticas neste domingo (31), semanas antes da data prevista para a decisão final do Senado sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. De um lado, grupos que defendem o afastamento da petista se reuniram na avenida Paulista. De outro, com maior número de participantes, os movimentos que compõe a Frente Povo Sem Medo iniciaram sua manifestação no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista. Enquanto a direita pedia a confirmação do impeachment de Dilma, a Povo Sem medo exigia a saída de Michel Temer (PMDB). Para ler a íntegra da matéria do site Brasil de Fato clique aqui.


ASSALTAM OS COFRES DA NAÇÃO E A DEMOCRACIA, MAS É SEMPRE O POVO QUE PAGA O PATO. ATÉ QUANDO?


Reforma da Previdência vai afetar mais quem tem até 50 anos

Acima desta faixa etária haverá um "pedágio" para quem quiser se aposentar, a chamada regra de transição, prevendo um período adicional de trabalho de 40% a 50% do tempo que falta para que se tenha direito ao benefício. 

A ideia é que a idade mínima para que o trabalhador requeira a aposentadoria seja 65 ano,s no caso de homens, e 62 para mulheres. Para ler na íntegra a matéria do jornal O Tempo, clique aqui.