segunda-feira, 28 de março de 2016

A DEMOCRACIA NÃO PODE SER RIFADA


Igrejas se posicionam em defesa da democracia


Rafael Tatemoto

Diversas igrejas cristãs têm se posicionado sobre o atual momento político vivido no país. Apesar de ressaltarem aspectos diferentes em relação à conjuntura, o elemento comum entre as manifestações é a defesa da democracia, das instituições e das regras do Estado de Direito.
 A Presidência do Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota, no dia 10 de março, em que afirma que “as manifestações populares são um direito democrático que deve ser assegurado a todos pelo Estado. Devem ser pacíficas, com o respeito às pessoas e às instituições. É fundamental garantir o Estado democrático de direito”.
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), entidade de caráter ecumênico, lançou manifesto– um dia após a manifestação da CNBB – em que incentiva o povo brasileiro a expressar, “diante da polarização estimulada por uma mídia partidarizada e tendenciosa, pacificamente, sua opinião e posição sobre o momento político que vivemos e evite o incentivo e a prática de qualquer tipo de violência e ilegalidade”.
“Precisamos, antes de tudo, preservar a nossa jovem democracia, o Estado de direito e as conquistas sociais que a sociedade brasileira alcançou nos últimos anos”, diz a nota do Conic.
Os luteranos, por meio do pastor presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, reforçaram o pedido por uma resolução democrática para a crise. “O Brasil conquistou a democracia a duras penas. Um dos componentes imprescindíveis para que a democracia cresça e floresça chama-se diálogo. Em lugar da palavra são colocados gritos, empurrões. Cresce o confronto a qualquer custo. Será que estamos esquecendo o que conquistamos a duras penas?”.
A Igreja Presbiteriana Unida, em manifestação, condenou a cobertura que a imprensa vem realizando sobre a Lava Jato. “Essa espetacularização de atividades meramente investigativas tem criado um caldo de cultura pernicioso, permeado pelo ódio ao que pensa diferente e que, caso não haja cautela da parte daqueles que conduzem tais investigações e da elite política deste país, poderá se degenerar e transformar nossas ruas em palcos de banhos de sangue”, afirmou em nota.
posicionamento mais contundente veio da Igreja Episcopal e Anglicana do Brasil (IEAB). O texto conclama o povo brasileiro a respeitar democracia, “construída a duras penas e banhada pelo sangue de homens e mulheres que deram a sua vida a serviço das causas libertárias de uma sociedade justa”. A IEAB afirma que investigações para o combate à corrupção “são legítimas somente quando existam provas concretas e quando garantem o direito à ampla defesa. Interesses corporativos de órgãos da grande mídia não podem e não devem ser ideologicamente seletivos e nem condenar a priori ninguém por causa de seu perfil ideológico”.
O documento insere ainda a dinâmica política brasileira no contexto internacional. “Este é um processo global e latino-americano que tem realizado mudanças políticas conservadoras, em prejuízo da ampla maioria do povo”.
Por fim, a nota pede que se “evite qualquer manobra de desconstrução do resultado das urnas” e o rechaço a “qualquer tentativa de retorno ao autoritarismo e a qualquer modelo que represente cerceamento dos direitos individuais e coletivos conquistados".
(Site Brasil de Fato)

quarta-feira, 23 de março de 2016

POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO



IV Seminário Internacional de Políticas Públicas da Educação Básica e Superior, o V Seminário Internacional de Gestão Educacional e a X Semana Acadêmica do curso de Especialização em Gestão Educacional da UFSM



No período de 15 a 17 de junho de 2016, acontece o IV Seminário Internacional de Políticas Públicas da Educação Básica e Superior, o V Seminário Internacional de Gestão Educacional e a X Semana Acadêmica do curso de Especialização em Gestão Educacional da UFSM. O evento é uma promoção do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Gestão Educacional (PPPG) – UFSM e do Observatório de Educação/CAPES desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa ELOS/Cnpq – UFSM, com apoio da CAPES, do Centro de Educação, do Curso de Especialização em Gestão educacional EaD (UAB/UFSM) e da ADUFSM.
Configuram-se eventos integrados acerca do tema central organismos multilaterais e políticas públicas educacionais que objetivam promover espaços de discussões acerca das perspectivas dos organismos multilaterais na construção e [re]articulação de políticas públicas educacionais e processos de gestão da educação básica e superior.
Os eixos temáticos, que devem ser permeados por discussões inter-relacionadas as políticas públicas educacionais, são: 
Eixo 1 – Gestão da educação básica e superior
Eixo 2 – Formação de professores
Eixo 3 – Práticas pedagógicas na educação básica e superior
Eixo 4 – Educação e inclusão.
 O evento é destinado a estudantes de graduação e de pós-graduação, professores/gestores e técnicos da educação básica e superior, bem como demais interessados na temática.

Inscrições até o dia 13/06/16, enquanto houver vagas e submissão de trabalhos até o dia 25/04/16.

SENTIDOS DO NASCER



Sentidos do Nascer é uma iniciativa que propõe ampliar o debate sobre questões relacionadas ao nascimento no Brasil. A ideia é mostrar ao público outra experiência do nascimento e desmitificar percepções sustentadas pelo senso comum e reverter práticas inadequadas de violência obstétrica. A curadoria e coordenação do projeto é da dupla: Bernardo Jefferson de Oliveira e Sônia Lansky.
Até o dia 1º de abril a exposição estará aberta a visitações, de segunda a sexta-feira, de 11:00 às 19:00 horas, no Campus Saúde da UFMG que fica na Avenida Alfredo Balena, nº 192 (na área hospitalar), em Belo Horizonte, MG. Para mais informações acesse o site: http://www.sentidosdonascer.org.

terça-feira, 15 de março de 2016

ALMA DE SERTANEJO



MINAS É +
                
Eugênio Magno
           
         Por quê?

         minas em mim se nem

         tão das minas sou

                                      assim
        

         Minas é M m +

         eu sou gerais

         minas me tem dentro de si

                        eu sertão em mim.

(Do Livro Minas em Mim, 2005: 27)

terça-feira, 8 de março de 2016

E POR FALAR EM EDUCAÇÃO...


A Escola Básica interroga a Universidade

 

Em boa parte dos discursos e das representações que buscam relacionar a escola básica e a universidade no Brasil o que se ressalta é, em boa medida, os antagonismos. Já há muitos anos que os professores das universidades explicitam que a escola básica brasileira não prepara bem os alunos para as exigências que lhes serão impostas no ensino superior. De outra parte, é amplamente sabido e divulgado o diagnóstico de que a universidade brasileira, desde há muito tempo, se distanciou da realidade da escola básica e, de um modo geral, da própria realidade do país. A imagem metafórica de uma torre de marfim, distante das vicissitudes mundanas, para representar a universidade, é eloquente neste sentido.
Sabemos que essa representação dicotômica da relação entre a universidade e a sociedade e, de modo particular, entre a universidade e a escola básica, é apenas parcialmente verdadeira. Por um lado, as universidades sempre foram, desde os seus primórdios, espaços de produção de conhecimentos e de sensibilidades que se distanciavam da vida cotidiana do conjunto da população. Por outro, foi essa característica que fortaleceu essas instituições como centros intelectuais capazes de questionar o passado e o presente e, de certa forma, antecipar, intelectual ou idealmente, o futuro.
É, por isso, necessário pensar que, apesar da tensão que sempre presidiu e, ao que parece, presidirá, a relação entre a universidade e a escola básica, há uma relação de necessária colaboração entre essas instituições. Tal relação, historicamente, tem contribuído para um enriquecimento da experiência dos alunos e dos professores da escola básica brasileira e, mesmo, para um crescente e salutar desconforto da universidade em relação às suas possíveis contribuições a essa nível de ensino.
Nos últimos meses veio à tona uma das faces muito visíveis da relação entre a universidade e a escola básica no Brasil por ocasião das discussões das Bases Nacionais Curriculares. Apesar de integrar uma política de governo, a versão inicial das Bases Nacionais Curriculares foi, no entanto, uma ação de responsabilidade principal de professores e pesquisadores das universidades brasileiras.
Como entender a polêmica em torno da Base Nacional Curricular? Estariam os pesquisadores e professores que foram responsáveis por sua elaboração, distantes dos reclames da sociedade no que diz respeito aos conteúdos que precisam ser ensinados na escola? Estariam as elaborações distantes do universo cotidiano e mediano dos professores, alunos e familiares das escolas básicas brasileiras? Ou, diferentemente, esses debates refletiriam fraturas existentes entre os próprios especialistas acerca daquilo que deveria ser ensinado na escola básica no Brasil?
Independentemente de qual seja a nossa resposta às indagações acima, o certo é que a escola básica brasileira vem, crescentemente, interrogando a universidade, seja no que se refere à própria formação de professores, seja, de um modo mais profundo, acerca dos modos de compreensão do que são os conhecimentos relevantes o bastante para serem ensinados na escola. Não menos evidente é o fato de que, nesta interrogação estão, também, embutidos questionamento acerca dos modos de legitimação ou não dos conhecimentos nas complexas sociedades contemporâneas. Nesse sentido, afirmar que isto ou aquilo merece ou deve ser ensinado na escola básica não é, definitivamente, um ato ingênuo ou despropositado.
O exemplo das discussões da Base Nacional Curricular não é, nem de longe, algo isolado. Assim como a universidade, por meio de suas ações de ensino, pesquisa e extensão, questiona continuamente a escola básica, não é menos verdade que da escola básica, de seus professores e gestores, partem continuamente interrogações acerca da universidade e de seus modos de interagir com o mundo social.
É preciso que estejamos atentos às tensões e as colaborações que presidem as relações entre as universidades e a escola básica brasileira. Sobretudo, é preciso que estejamos atentos às interrogações que a escola básica faz à universidade como centro de pesquisa e de formação de professores.
(Fonte: Boletim Pensar a Educação em Pauta)

sexta-feira, 4 de março de 2016

A LEI DO MAIS FRACO



O Cineclube da Casa de Cássia exibe neste sábado, 5 de março, às 17 horas, o filme "Pixote, a Lei do Mais Fraco", de Hector Babenco, com Fernando Ramos da Silva, Marília Pêra e Jardel Filho. Produção de 1980, com atores amadores atuando ao lado de profissionais, o filme aborda a perda da inocência de meninos de rua. Segundo a crítica norte-americana Pauline Kael, as imagens são cruas, mas o ponto de vista é poético. O menino Fernando morreu assassinado pela polícia. 
No domingo, 6, às 17 horas, o Cinepreciosidades inicia uma mostra dedicada à cineasta Agnès Varda que vai se estender durante todo o mês, exibindo seu primeiro filme, "La Pointe Courte", de 1955, que precede o movimento da Nouvelle Vague. Com Philippe Noiret e Sandrine Bonnaire, o filme observa a subjetividade existente tanto no relacionamento de um casal em crise quanto os problemas de uma vila de pescadores.     
A entrada é franca e o Cineclube Casa de Cássia fica na Rua Meyer, 105, Vila Suzana., em Mateus Leme, MG. Maiores informações pelos telefones: (31)3535-1721 e 99247-6574.

terça-feira, 1 de março de 2016

FUNDO DE POÇO


Depois do entreguismo só resta a terceira via


João Vicente Goulart 
Diretor do IPG- Instituto Presidente João Goulart


O que vimos na votação do PLS 131 da Petrobras foi vergonhoso, rasteiro, inoportuno com nossa história de lutas a mercê da traição governamental da qual tínhamos esperança de resistência.
Estamos, todos aqueles que amamos o Brasil e nossa nacionalidade, iludidos, magoados e com muita falta de esperança, roubada no mais indigno e subterrâneo ocaso oportunista da subtração de nossos princípios de luta, com a atitude do governo ao negociar por debaixo do tatame a entrega do Pré-sal, e a retirada da Petrobras do controle dos investimentos de nossas riquezas petrolíferas.
A negociação espúria, ao apagar das luzes, deixou os próprios parlamentares da base a ver navios.
Navios negreiros, navios dos anjos negros, navios das sete irmãs petroleiras internacionais que naquele momento zarpavam e começavam a navegar a partir de nossas costas, transportando nossas esperanças como fizeram portugueses e espanhóis na nossa América Latina colônia. O ouro mudou de cor, mas não mudou de dono.
Sentimo-nos traídos e pior, desamparados por quem acreditávamos estar confiando e defendendo o patrimônio público de nossa Pátria. A surpresa após a votação no Senado com o placar de 40 a 26, com duas abstenções, negociados dentro do Planalto com a oposição na parte da tarde, retirando da Petrobras a primazia do direito de exploração do Pré-sal, foi um ato de covardia, pois, não precisava tanto, bastava então, entregar o governo aos grandes bancos, aos interesses multinacionais, ao mercado ou, se quisessem aos perdedores da eleição de 2014, para que capitaneassem  essas naves junto aos entreguistas e outros mercadores do destino nacional,  terminando de privatizar o Brasil, ou melhor, continuar a vendê-lo como fez  o príncipe guru das privatizações, FHC, lesando a Pátria, seus filhos e descendentes, como um verdadeiro Pizarro, sangrando as “veias abertas” de nosso povo.
Está na hora de repensar nosso destino, nossos caminhos, reaver nossas esperanças e mergulharmos na história do trabalhismo; reagrupar as forças, extrair de nossas raízes os exemplos de lutas e de propostas da resistência nacional.  E, para tanto, temos direito de chão adquiridos ao longo de nossa trajetória.
Temos história de sobra para isto.
O trabalhismo propôs ao país o salário mínimo, a CLT, o voto feminino, a organização sindical, a reforma agrária, a reforma tributária, taxando o patrimônio das empresas, não os assalariados. Propusemos a reforma educacional, a lei do controle das remessas de lucros, a reforma urbana, a reforma bancaria que nenhum outro governo se animou a tocar; já desapropriamos empresas estrangeiras que exploravam e sugavam os trabalhadores brasileiros, já encampamos refinarias e outorgamos o monopólio a Petrobras, tanto da extração quanto do refino e já mostramos do que somos capazes, sem temer as reações dos prepotentes das baionetas e dos donos do capital.
Está na hora de reagrupar as forças e extrair de nossas raízes os exemplos de lutas e de propostas da resistência nacional.
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